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As pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida devem estar em interação constante com seu meio sociocultural. Quanto mais essa população estiver num ambiente que lhe restrinja a mobilidade e a acessibilidade aos serviços, maior a dificuldade para conseguir uma vida plena e autônoma, levando-a a uma situação de desvantagem. A acessibilidade possibilita que as pessoas utilizem de todos os serviços, inclusive os de saúde, disponíveis de acordo com as suas necessidades, em todos os níveis de atenção. No tocante à acessibilidade aos serviços de saúde há duas dimensões a serem consideradas: a dimensão sócio-organizacional, que se refere às características da oferta dos serviços e a dimensão geográfica, a qual está relacionada à distância e ao deslocamento. Objetivou-se avaliar a abordagem ao cuidado à pessoa com deficiência, pelo olhar do usuário sobre o acesso e utilização dos serviços de saúde. Esta pesquisa caracteriza-se como sendo transversal e descritiva de abordagem quantitativa. A amostra do estudo foi estratificada por conglomerados, a partir de um universo estimado de 682 usuários com deficiência nas Unidades de Saúde da Família (USF), sendo considerada representativa, 236 usuários proporcionalmente distribuídos. Os dados foram coletados por meio de um questionário estruturado em questões objetivas relativas ao grau de afiliação, acesso de primeiro contato (utilização e acessibilidade), longitudinalidade e coordenação (integração de cuidados) e analisados quantitativamente por estatística descritiva. O presente estudo constatou que a maioria dos entrevistados eram deficientes físicos (62,3%) e analfabetos (56,4%), com idade média de 55,5 anos. Além disso, grande parte dos participantes (82,6%) relataram não possuir conhecimento no que tange os seus direitos como pessoa com deficiência. Apesar da avaliação majoritária quanto à saúde ter sido mediana ou boa e de terem afirmado que o serviço em sua maioria supre suas diversas necessidades, percebeu-se que existe uma insatisfação quanto à acessibilidade ao serviço. Também ficou clara a compreensão de que as unidades de saúde são a porta de entrada para o Sistema Único de Saúde (SUS). Ao se discutir à acessibilidade na USF, é possível notar que ainda há muito por fazer para que as pessoas com deficiência recebam uma assistência equitativa, igualitária e universal preconizada pelo SUS. Sendo assim, é necessário um aprimoramento dos serviços de saúde na Atenção Primária, para que haja uma integralidade das ações em saúde oferecidas aos usuários, bem como para a resolutividade dos seus problemas e a acessibilidade, de vital importância para a garantia da Universalidade da atenção.

Atenção Primária à Saúde; Pessoa com Deficiência; Acessibilidade; Sistema Único de Saúde.