Rede Unida, 12º Congresso Internacional da Rede Unida

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A SUPERVISÃO ACADÊMICA EM TERRITÓRIO INDIGENA: O FAZER E APRENDER DO PROJETO MAIS MÉDICOS PARA O BRASIL
TATIANE FERREIRA DE JESUS, HARINEIDE MADEIRA MACEDO, ANDERSON SALES DIAS

Última alteração: 2015-10-31

Resumo


APRESENTAÇÃO: Os povos indígenas construíram seus sistemas tradicionais de saúde, que articulam os diversos aspectos da sua organização social e cultura, a partir do uso das plantas medicinais, rituais de cura e práticas diversas de promoção da saúde, sob a responsabilidade de pajés, curadores e parteiras tradicionais. A medicina indígena, distinta do modelo biomédico ocidental, procura restabelecer o equilíbrio entre o indivíduo e o mundo. No entanto, à medida queavançou a ciência e que os contatos dos indígenas com os não-indígenas se estreitaram novas demandas de assistência médica também se apresentaram nessas comunidades. A política pública no Brasil que formalmente começou a atender essa demanda tem como marco a instituição da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), cuja função foi substituída por uma Secretaria dentro do Ministério da Saúde atualmente. DESENVOLVIMENTO: O Programa Mais Médicos surge no país com a proposta também de prover atendimento à população de locais de difícil deslocamento, onde se inclui a população indígena. Assim, nesses territórios os médicos atendem nos pólos base de saúde em Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI).Para garantir a qualidade no atendimento e o acompanhamento dos médicos que estão nos DSEI, o Projeto Mais Médicos para o Brasil lançou mão de um projeto piloto de supervisão ampliada em território indígena, com a finalidade de qualificar o processo de supervisão acadêmica nesses territórios, contribuindo para a efetivação dos direitos ã saúde e formação cidadã às comunidades indígenas brasileiras. RESULTADOS E/OU IMPACTOS: É o relato dessa experiência que aqui se enfatiza, pois o projeto piloto aconteceu nos pólos bases do DSEI Rio Tapajós, no município de Itaituba, Estado do Pará. A singularidade dessa experiência está em um acompanhamento pedagógico dos médicos participantes do Projeto Mais Médicos para o Brasil, cuja vivência de ensino-serviço se dá em várias aldeias com a consideração de suas estruturas sociais, suas práticas religiosas, formas de produção de conhecimento, métodos de ensino-aprendizagem e atividades econômicas. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Realizar a Supervisão Acadêmica em território indígena sob essa perspectiva é entender que a saúde desses povos está intimamente relacionada com a terra e o equilíbrio da natureza. Para isso, o Ministério da Educação, por meio da DDES/SESu/MEC, assume o fazer e aprender peculiares dos territórios indígenas sob o desafio da ampliação de processos formativos de supervisores, tutores e apoiadores institucionais atuantes no Projeto Mais Médicos para o Brasil.

Palavras-chave


saúde indígena; Programa Mais Médicos; supervisão acadêmica; Educação em Saúde

Referências


BRASIL. Lei 11.871 de 2013 – Institui o Programa Mais Médicos, altera as Leis n o 8.745, de 9 de dezembro de 1993, e no 6.932, de 7 de julho de 1981, e dá outras providências. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011- 2014/2013/Lei/L12871.htm> Acesso em: 20-06-2015.