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A violência conjugal ancora-se na desigualdade de gênero, social e historicamente construída a partir da crença social do poder do homem sobre a mulher, o que dificulta a mulher perceber-se em vivência de violência, bem como os profissionais de saúde em reconhecer o agravo. Embora muitas vezes mascarada, os sinais da violência estão presentes nos espaços da saúde, manisfestos pelas marcas da agressão física e/ou queixas clínicas somatizadas. É essencial que os profissionais conheçam as diversas formas de expressão da violência, bem como suas repercussões. Estudo baseado na Teoria Fundamentada nos Dados, aprovado pelo Comitê de Ética (21560/2012), com o objetivo de compreender os significados atribuídos por profissionais que atuam na Estratégia Saúde da Família acerca das expressões e repercussões da violência conjugal. Foram entrevistados 52 profissionais que atuam na Saúde da Família em um município de Santa Catarina. O estudo permite desvelar as implicações da vivência de violência conjugal para a saúde das mulheres, expressa pela violência psicológica, moral, patrimonial, sexual e física. O agravo desencadeia problemas de saúde física e psicológica, com comprometimento inclusive suas atividades laborais. Por se dá no espaço familiar, a violência traz sérias repercussões para toda família, principalmente para os filhos, prejudicando seu desenvolvimento cognitivo, seu desempenho educacional e sua capacidade de relacionamento. Esse entendimento favorece a responsabilização profissional no que diz respeito à investigação desse agravo como causa associada à busca do serviço de saúde pela mulher, especialmente por conta da naturalização do poder masculino sobre a mulher, responsável pela invisibilidade deste fenômeno.

Violência baseada em gênero, assistência integral à saúde da mulher, cuidados de enfermagem.