Rede Unida, 12º Congresso Internacional da Rede Unida

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PLANEJAMENTO FAMILIAR: CONHECIMENTO DE MULHERES PARTICIPANTES DE UMA AÇÃO EDUCATIVA EM UMA UNIDADE MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO INFANTIL DE SANTARÉM, PA
Lays Oliveira Bezerra, Jéssica Samara dos Santos Oliveira, Gisele Ferreira de Sousa, Simone Aguiar da Silva Figueira, Veridina Barreto do Nascimento, Maria Naceme de Freitas Araújo, Maria da Conceição Farias, Andréa Leite de Alencar

Última alteração: 2015-12-17

Resumo


APRESENTAÇÃO: O Planejamento Familiar (PF) compreende as ações voltadas para regulação da prole, através da concepção e da contracepção. Este programa é regulamentado pelo governo brasileiro, que institui por meio da lei Nº 9.263 de 1996, que todo cidadão dispõe do direito de livre e consciente escolha a cerca de sua fecundidade e que o Sistema Único de Saúde (SUS) deve disponibilizar orientações e métodos contraceptivos como aspecto inerente à saúde e ao bem-estar social. Desta forma, torna-se essencial favorecer a população informações frente à contracepção, visto que envolve uma série de implicações biológicas, familiares e sociais, onde os enfermeiros, principalmente os atuantes na Estratégia Saúde da Família (ESF) devem exercer papel fundamental na atenção primária, já que é de sua competência tornar a população capaz de discernir de forma autônoma e segura sobre o meio, método ou técnica para reproduzir ou evitar a gestação. Porém há uma gama de fatores que dificultam a execução deste programa, por exemplo, o déficit de recursos, conhecimentos e tempo, assim como a mínima disseminação na cidade de Santarém, tornando o programa pouco utilizado em termos de saúde pública. De acordo com esta premissa, este estudo buscou identificar o conhecimento de mulheres participantes de uma ação educativa acerca do Planejamento Familiar. DESENVOLVIMENTO: Trata-se de um estudo de com abordagem quantitativa realizado em uma Unidade Municipal de Educação Infantil de Santarém, no Estado do Pará, Brasil. A população constituiu-se de 19 mães e/ou responsáveis pelas crianças devidamente matriculadas nesta instituição. Para alcance do objetivo supracitado foi aplicado um questionário antes e após a intervenção. Efetuou-se ainda educação em saúde com o auxílio de um álbum seriado acerca da temática em questão. RESULTADOS: A partir da análise dos dados coletados observou-se que 53% das pesquisadas eram solteiras, 5% casadas, 32% permaneciam em união estável e 10% não informaram o seu estado civil, já a faixa etária das participantes compreendia a média de 30 anos, em relação à escolaridade a maioria das mulheres (58%) finalizaram o ensino médio, 26% não concluíram o ensino fundamental, 11% cursaram o ensino superior e 5% não informou a respeito deste dado. A média de gestações era de 2 filhos por mulher, a questão posterior referia-se a preparação psicológica e econômica das mulheres/família para procriação de outro filho, onde 68% responderam não estar preparadas, retrucaram sim uma taxa de 16% e não replicaram esta questão 16%, logo observou-se que a maior parte das mulheres (63%) utilizavam algum meio para contracepção, sendo que o método mais utilizado pela amostra foi o anticoncepcional (oral) com 41%, em seguida o preservativo (25%), posteriormente o anticoncepcional (injetável) 17% e a laqueadura também com 17%. Em relação ao planejamento familiar notou-se que antes da educação em saúde 68% alegavam conhecer o programa, porém, após a realização da intervenção houve um aumento para 95%. Outro ponto discutido pelos pesquisadores foi sobre abordagem da enfermagem pertinente ao PF, à quantia de 53% garantiu nunca ter recebido orientações sob o respectivo assunto pela enfermagem, 37% afirmaram que já haviam recebido e 11% não redarguiram a questão. As participantes foram ainda questionadas a respeito das atividades realizadas no programa Planejamento Familiar, sendo que 68% responderam corretamente a arguição, ou seja, que este fornece principalmente orientações a cerca de métodos contraceptivos, posteriormente essa taxa acresceu para 74%. As demais questões visavam identificar de maneira mais específica o conhecimento pré-existente sobre as ações realizadas no PF, dessa forma, as participantes foram questionadas a cerca de qual método prevenia tanto as doenças sexualmente transmissíveis como a gravidez, 100% responderam de forma correta atribuindo ao preservativo essa característica. Posteriormente, as mulheres foram interrogadas sobre uso prolongado dos anticoncepcionais orais e injetáveis, bem como o efeito destes manejos sob a saúde feminina, 47% respondeu que os anticoncepcionais quando usados por um longo período de tempo ocasionam danos à saúde feminina, após a realização da educação em saúde esse número elevou para 63%, uma melhoria pequena, porém significativa em termos de pós-intervenção, baseando-se na premissa que, previamente, grande parte do universo amostral, compactuava com dúvidas em relação a este aspecto, assim como aos demais métodos contraceptivos, suas respectivas utilizações na saúde global e reprodutiva do indivíduo/casal. CONSIDERAÇÕES FINAIS: O programa de planejamento familiar é considerado como uma estratégia importante para melhor desempenho na manutenção reprodutiva da família, estimado como uma estratégia básica em termos de atenção primária e educação em saúde em relação à enfermagem.  Assim, é necessário que haja acompanhamento eficaz tanto individual quanto coletivamente para os indivíduos/casais, visando o rapasse do conhecimento fidedigno a cerca dos métodos contraceptivos. Através da amostra em questão, foi perceptível que a relação da enfermagem com a população é extremamente necessária, haja a vista que proporciona troca constante de saberes e experiências, todavia ainda é relapsa, e ressalvam-se como sugestão os incentivos a essas práticas partindo dos órgãos governamentais competentes, pois desta maneira, possivelmente, funcionará de acordo com o previsto em lei. Considerando os resultados verificou-se a deficiência na atuação do profissional enfermeiro perante a amostra pesquisada, visto que as mulheres mostravam-se com dúvidas ao que concerne o funcionamento e principalmente sobre as repercussões dos métodos contraceptivos antes da realização da educação em saúde pelos pesquisadores. As melhorias referentes ao conhecimento pós-intervenção não foram totalmente satisfatórias, sendo inegável que ainda restaram lacunas indicativas às ações do PF, porém a aprendizagem de qualquer conhecimento não acontece de qualquer maneira, se trata de uma construção cotidiana, à proporção que o individuo aprofunda-se e se propõe a aprender. Portanto, é válido afirmar que se reforcem os trabalhos de PF na comunidade em questão, assim como na população em geral, ressaltando sua importância no contexto social. Destacando que o objetivo do estudo foi alcançado, uma vez que foi traçado o panorama de conhecimento das mulheres, onde estas aceitaram de forma parcialmente positiva e construtiva as orientações expostas e houve crescimento científico para os pesquisadores evidenciado através da reflexão gerada pelo levantamento de dados, havendo subsídios norteadores para novas pesquisas, incentivando o protagonismo e a humanização aos pesquisadores envolvidos.  

Palavras-chave


Planejamento Familiar, Educação em Saúde, Enfermagem.

Referências


BRASIL, Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas de Saúde. Área Técnica de Saúde da Mulher. Assistência em Planejamento Familiar: Manual Técnico. Brasília: Ministério da Saúde, 2002.

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PIERRE, Luzia Aparecida dos Santos; CLAPIS, Maria José. Planejamento familiar em Unidade de Saúde da Família. Rev. Latino-Am. Enfermagem. São Paulo, 2010.

POLI, Marcelino. A anticoncepção como instrumento familiar de Saúde. Scientia Médica Saúde. Porto Alegre, 2006.