Rede Unida, 12º Congresso Internacional da Rede Unida

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PRÁTICAS INTERDISCIPLINARES: A SAÚDE COLETIVA E O LABORATÓRIO DE BRINQUEDOS NA FORMAÇÃO DOS ESTUDANTES DE MEDICINA DA UFF
Sonia Maria Dantas Berger, Monica Ledo Silvestri

Última alteração: 2015-10-30

Resumo


INTRODUÇÃO: Juntam-se, há três semestres consecutivos, em uma experiência de formação inovadora, o Laboratório de Brinquedos da Faculdade de Educação - espaço que visa promover experimentação e investigação a respeito da especificidade dos brinquedos, jogos e brincadeiras na educação das crianças -, e os alunos do Curso de Medicina da UFF, através das atividades desenvolvidas na disciplina de Trabalho de Campo Supervisionado I/Infâncias, implementadas por professoras do Instituto de Saúde Coletiva. Trata-se de ação interdisciplinar que vem se traduzindo em rico espaço/tempo de formação dos futuros médicos e em processo ensino-aprendizagem que se baseia no diálogo, na afetividade e no reconhecimento do brincar como traço da cultura infantil - valores e conteúdos fundamentais do processo de humanização dos cuidados pediátricos e da educação das crianças. METODOLOGIA: Através de oficinas os alunos exploram situações que os conectam com as crianças, seus saberes, interesses e modos de compreender e participar do mundo. As trocas motivadas pelas relações que se dão nos encontros com as crianças e pelos materiais utilizados: "brinquedos" facilitadores - ambulâncias feitas com papelão, cenários lúdicos que retratam situações de ambulatório ou mesmo fantoches que representam germes - concretizam-se em conhecimentos sobre o processo saúde-doença-cuidado de um lado, e, de outro, na necessária formação humanística e cultural que possibilita a ambos a descoberta de si e do outro no diálogo que se estabelece. RESULTADOS: Por esta prazerosa relação estabelecida entre ‘doutores’ e pequenos pacientes no mundo do faz de conta, vários deles terminam a atividade solicitando cuidados para dores diversas, confirmando-nos que um vínculo de confiança pode fazer toda a diferença na prática dos profissionais de saúde. Por outro lado, os futuros profissionais enfatizam em relatórios - instrumentos formais de avaliação -, suas percepções sobre as crianças, não apenas como pacientes, mas como seres ativos que sabem, inclusive, comunicar suas dores. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Nossas ações interdisciplinares têm, assim, proporcionado ambiente que oferece condições para que os atores envolvidos - médicos em formação e crianças diversas - coloquem em movimento a imaginação, a criação e o reconhecimento do outro como sujeito potente, ferramenta que tem nos permitido trabalhar processos de formação que contribuem para a humanização das relações médico-criança.  

Palavras-chave


interdisciplinaridade, intersetorialidade, formação em saúde, humanização