Rede Unida, 12º Congresso Internacional da Rede Unida

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Possibilidades e limites do trabalho de agentes comunitários de saúde para a promoção da saúde
IARA CRISTINA PEREIRA, MARIA AMÉLIA CAMPOS OLIVEIRA

Última alteração: 2015-11-23

Resumo


Estudo exploratório, descritivo, com abordagem qualitativa, que tomou como objeto o processo de trabalho dos agentes comunitários de saúde (ACS). O objetivo geral foi identificar possibilidades e limites no trabalho dos ACS para a realização de ações de promoção da saúde. O embasamento teórico incluiu a teoria da determinação social do processo saúde e doença, o paradigma da promoção da saúde e os princípios da educação popular em saúde. O método utilizado para interpretação dos dados foi à hermenêutica dialética. Na primeira fase da pesquisa, foi realizada análise documental dos relatórios finais das três últimas Conferências Municipais de Saúde, do Relatório de Gestão 2012 e dos dois últimos Planos Municipais de Saúde de Campo Grande, MS, para identificar como abordaram os temas de educação permanente, intersetorialidade, participação social e condições de trabalho dos ACS. Também se procedeu à caracterização dos ACS e das práticas de promoção da saúde por eles desenvolvidas no cotidiano de trabalho em equipes da Estratégia Saúde da Família (ESF). Na segunda fase, foram realizadas entrevistas semiestruturadas com oito gerentes das Unidades Básicas Saúde da Família e com a Coordenadora Municipal da ESF para identificar a percepção sobre o trabalho realizado pelos ACS. Em seguida, foram desenvolvidas seis oficinas pedagógicas com os ACS para identificar suas concepções sobre processo saúde-doença, necessidades sociais e de saúde, processo de trabalho e formação. Para análise do material empírico, foi utilizada a análise temática, que permitiu identificar as seguintes categorias: “O processo saúde-doença e a promoção da saúde”, “A realidade do território: problemas de saúde e necessidades sociais”,“(Des)caminhos e (im)possibilidades da promoção em saúde” – esta desdobrada nas subcategorias “A educação permanente na realidade de trabalho dos ACS”, “O desafio da participação social” e “A ESF e a intersetorialidade” – e “O cotidiano de trabalho do ACS”. A análise dos resultados indicou que, para que os ACS desenvolvam um trabalho voltado à promoção da saúde, são necessárias a adoção de uma política intersetorial, a gestão participativa com fomento à participação social e novas práticas em saúde ancoradas na clínica ampliada e na educação permanente em serviço, além de um processo de formação dos ACS baseado na educação popular em saúde.  

Palavras-chave


Agentes Comunitários de Saúde, Promoção da Saúde, Atenção Primária à Saúde.

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