Rede Unida, 12º Congresso Internacional da Rede Unida

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Percepção de médicos sobre fatores de atração e fixação em áreas remotas e desassistidas: Rotas da escassez
Ana Cristina de Sousa van Stralen, Alice Werneck Massote, Cristiana Leite Carvalho, Sabado Nicolau Girardi, Jackson Freire Araujo

Última alteração: 2015-11-23

Resumo


A escassez e a má distribuição geográfica de médicos são problemas graves e persistentes no Brasil. Conhecer o que atrai e principalmente o que retêm estes profissionais em áreas remotas e desassistidas é essencial para orientar políticas públicas. O objetivo do presente trabalho foi de investigar os principais fatores de atração e retenção de médicos em municípios que apresentavam escassez de médicos, compondo as denominadas “Rotas da Escassez”. Para a definição dos municípios a compor as rotas, foram combinados dados de dois estudos: o projeto Índice de Escassez de Médicos em Atenção Primária em Saúde da Estação de Pesquisa em Sinais de Mercado e o Estudo das Regiões de Influência das Cidades do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.  A partir destes estudos foram definidos seis critérios de inclusão dos municípios: (i) municípios localizados nas cinco regiões do país; (ii) municípios identificados com escassez  em 2011; (iii) municípios que segundo a classificação das regiões de influência do IBGE, foram denominados como “Centro Local; (iv) municípios com até 50 mil habitantes; (v) municípios que atendessem a critérios de logística e que fossem identificados segundo dificuldade de acesso ou localização geográfica. (vi) nas regiões Sul e Sudeste foram selecionados municípios que não fossem vizinhos a municípios com mais de 50 mil habitantes. Ao total foram definidas 10 rotas que abrangeram 14 estados Brasileiros, nas quais foram realizadas 51 entrevistas em profundidade com médicos da atenção primária em saúde. Na análise de conteúdo foram identificadas seis categorias: remuneração, vínculo de trabalho, condições de trabalho, fatores profissionais, fatores locais e origem do profissional, com destaque para os itens de salário, flexibilidade da jornada de trabalho, infraestrutura da unidade de saúde, origem do profissional, infraestrutura e opções de lazer do município. Os resultados evidenciam a importância de combinar diferentes incentivos, financeiros e não financeiros, para atrair médicos para áreas remotas e desassistidas