Rede Unida, 12º Congresso Internacional da Rede Unida

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RESISTÊNCIA ÀS DROGAS ANTIRRETROVIRAIS EM INDIVÍDUOS INFECTADOS PELO HIV-1, CAMPO GRANDE-MS
TAYANA SERPA ORTIZ TANAKA, MONICK LINDENMEYER GUIMARÃES, THAYSSE CRISTINA NEIVA FERREIRA LEITE, SOLANGE ZACALUSNI FREITAS, GRAZIELLI ROCHA DE REZENDE, GABRIELA ALVES CESAR, ANA RITA COIMBRA MOTTA-CASTRO

Última alteração: 2015-11-23

Resumo


APRESENTAÇÃO: O acesso universal aos antirretrovirais no Brasil resultou em aumento da sobrevida e diminuição significativa das hospitalizações relacionadas ao HIV/AIDS. Entretanto, a emergência de isolados virais resistentes e sua transmissão constituem obstáculos para a eficácia da terapia. O presente trabalho visa identificar a variabilidade genética dos subtipos circulantes, identificar as principais mutações presentes na polimerase-protease/transcriptase reversa do HIV, relacionando-as com os perfis de resistência aos antirretrovirais em indivíduos infectados pelo HIV-1. Ainda, pretende-se verificar a ocorrência de redes de transmissão do HIV-1 entre esses indivíduos, através da comparação filogenética. DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO: A população de estudo constituiu-se de pacientes infectados pelo HIV-1 virgens de tratamento, cujas amostras encontram-se armazenadas no Laboratório de Imunologia Clínica/UFMS, provenientes de pesquisas anteriores envolvendo indivíduos atendidos em centros de referência HIV/AIDS e homens que fazem sexo com homens (HSH). As mesmas foram submetidas à extração de DNA pró-viral, amplificação da região da polimerase por nested-PCR, seguido pelo sequenciamento nucleotídico. Em seguida, foi construída uma árvore filogenética para a identificação de subtipos circulantes e de possíveis redes de transmissão. As mutações associadas à resistência a antirretrovirais (MARD) foram determinadas utilizando a ferramenta Calibratedpopulationresistance tool. RESULTADOS: Dos 204 isolados incluídos neste estudo, 152 (74,5%) já foram sequenciados, incluindo 57 mulheres e 95 homens. Dentre os homens, 39 (41,1%) relataram ser heterossexuais e 56 deles (58,9%), homossexuais. Entre os HSH, 33 (58,9%) isolados foram classificados como subtipo B, 12 (21,4%) recombinantes intersubtipos, 7 (12,5%) como subtipo F1, 3 (5,3%) subtipo C e 1 (1,8%) do D. Já entre os heterossexuais (n=96), 65 (67,7%) do B, 11 (11,4%) do C, 9 (9,4%) pertencentes ao subtipo F, 1 (1%) D e 10 (10,4%) recombinantes. Já entre os heterossexuais (n=96), 65 (67,7%) foram identificados como subtipo B, 11 (11,4%) como C, 9 (9,4%) pertencentes ao subtipo F, 1 (1%) D e 10 (10,4%) como formas recombinantes. Não houve diferença na distribuição dos subtipos virais encontrados com as categorias de exposição analisadas. Quanto à análise MARD, 13 (8,5%) das 152 amostras apresentavam uma ou mais mutações, sendo a classe dos NRTI (inibidores da transcriptase reversa análogos de nucleosídeos) a mais frequente (n=9), seguida dos NNRTI (inibidores da transcriptase reversa não-análogos de nucleosídeos) (n=7) e inibidores da protease (n=5). Após a construção da árvore filogenética, observou-se a presença de clusters entre algumas amostras estudadas, evidenciando possíveis redes de transmissão, que serão confirmadas após análise filogenética utilizando a ferramenta PhyML. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Com o presente estudo, espera-se fornecer informações importantes para o conhecimento da dinâmica de variantes do HIV-1 circulantes em nosso Estado, bem como dados sobre a resistência transmitida aos antirretrovirais e sobre a dinâmica de transmissão entre grupos expostos ao risco. Tais dados são importantes para o delineamento de políticas de vigilância epidemiológica.

Palavras-chave


homens que fazem sexo com homens; HIV-1; resistência