Rede Unida, 12º Congresso Internacional da Rede Unida

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ESTÁGIO EM REDE BÁSICA: relato de experiência de discentes de Enfermagem
CAROLINA YUKA YAMAMOTO, Patrícia Moita Garcia Kawakame

Última alteração: 2016-01-06

Resumo


RESUMO: O presente estudo demonstra a importância da vivência dos discentes de Enfermagem em Estágio na Atenção Básica que contemple a Estratégia Saúde da Família (ESF), visando desvendar as experiências e atividades desenvolvidas, evidenciando a realidade, sensações e sentimentos durante o processo. Consiste em um relato de experiência do Módulo Estágio Obrigatório em Rede Básica de Serviços de Saúde I, do Curso de Graduação em Enfermagem da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), Campus Campo Grande. Os resultados obtidos foram ao primeiro momento uma recepção apreensiva por parte dos profissionais, sobretudo as enfermeiras, porém após a adaptação da rotina da unidade adquiriu-se valorização do saber acadêmico, respeito mútuo, confiança e carisma da equipe, proporcionando autonomia para desenvolvimento de atividades e ações propostas pelas discentes de enfermagem. Por meio de um cronograma ajustado a agenda da enfermeira foi possível colaborar com o desenvolvimento dos atendimentos e melhoria da assistência à saúde sem interferir diretamente na privacidade e autonomia dos profissionais. Os benefícios contribuem não somente para a melhoria do conhecimento e práticas adquiridas pelos acadêmicos, mas também agrega valor aos serviços de saúde destinados a população. Os atendimentos de enfermagem em Rede Básica podem ser mais valorizados e divulgados por meio de ações constantes de acadêmicos, constantemente atualizados e em busca de conhecimento, presentes em unidades de saúde. Enfatizando a importância da enfermagem no funcionamento da Atenção Básica como um mediador entre os profissionais, promovendo comunicação e vínculo. INTRODUÇÃO: A introdução do Programa de Saúde da Família (PSF) fez com que ocorresse uma revolução em meio à saúde, estabelecendo um vínculo entre os profissionais e a comunidade, desenvolvendo ações humanizadas, atenção interdisciplinar, não tendo mais foco individual e sim, família e comunidade. Assim, a Estratégia Saúde da Família (ESF) busca reorientar o modelo assistencial conforme os princípios do Sistema Único de Saúde, inserindo uma nova atuação nas unidades básicas de saúde (BRASIL, 2000).  A sua equipe é reduzida e não possui um atendimento especializado, sendo composto por médico generalista, enfermeiro, auxiliar de enfermagem, dentista e agentes comunitários em cada equipe de estratégia saúde da família (REZENDE, et.al., 2009). A equipe de ESF em que as alunas estavam acompanhando apresentava-se sem a presença de um médico da equipe, sendo necessário se adaptar a situação difícil, contando com a ajuda do médico de outra equipe, exigindo plantões noturnos para atender aos usuários sem que prejudique a população. A formação dos enfermeiros para atuar nas ESF é construída durante a graduação, sendo estes profissionais inseridos dentro das unidades, localizadas no distrito em que a universidade em que estão matriculados esteja inscrita, permitindo que o aluno encare a realidade e tenha experiência de vivenciá-la na prática. OBJETIVO: Desvendar as experiências e as atividades vivenciadas por alunas de Enfermagem durante o período de Estágio Obrigatório em Rede de Atenção Básica, evidenciando as sensações e sentimentos durante este processo. METODOLOGIA: Este estudo consiste em um relato de experiência, vivenciado pelas discentes do módulo Estágio Obrigatório em Rede Básica de Serviços de Saúde I, do Curso de Graduação em Enfermagem da UFMS, Campus Campo Grande, em que foram inseridas em uma UBSF, no início do ano de 2014 permanecendo durante o primeiro semestre, necessitando planejar, decidir, executar e se adaptarem a uma nova realidade e com diferentes profissionais e aprendendo a atender e a se relacionar com a população. RESULTADOS: O primeiro contato com a unidade percebeu-se que se tratava de um local simples, com duas equipes de ESF e que apresentava potencial para aperfeiçoamento do aprendizado prático das condutas referentes aos cuidados de Enfermagem. A quantidade de usuários durante o início da manhã e o início da tarde era expressiva, permanecendo na recepção a espera de atendimentos ou vagas para consultas. Os profissionais do local, dentre eles as enfermeiras deram as boas vindas e se mostraram receptivas, porém com apreensão em relação à presença das alunas, que passariam a fazer parte do cotidiano de trabalho. Após a adaptação com a rotina e com os profissionais da unidade alcançou-se autonomia para o desenvolvimento de atividades de enfermagem e ações visando à melhoria dos indicadores de saúde e processos de trabalho local. Respeitando os hábitos e agenda dos trabalhadores, adquiriu-se valorização do saber acadêmico, respeito mútuo, confiança e carisma da equipe. CONCLUSÃO: A inserção das acadêmicas no dia-a-dia da unidade de saúde à primeira vista trouxe uma mudança nas ações desenvolvidas diariamente pelos profissionais, porém sem atrapalhar ou mudar bruscamente a rotina de cada um. Por meio de um cronograma ajustado a agenda da enfermeira foi possível colaborar com o desenvolvimento dos atendimentos e melhoria da assistência à saúde sem interferir diretamente na privacidade e autonomia dos profissionais. Permitindo a participação em diversos programas ampliou a visão sobre o papel do enfermeiro dentro da ESF, abrangendo as peculiaridades de se buscar os cuidados efetivos na saúde coletiva. Os benefícios de tal inserção contribuem não somente para a melhoria do conhecimento e práticas adquiridas pelos acadêmicos por meio do Estágio em Rede Básica, mas também agrega valor aos serviços de saúde. Promovendo aos futuros enfermeiros a vivência de uma rotina de trabalho e a buscar melhores formas de atender segundo a individualidade de cada usuário. CONTRIBUIÇÕES PARA A ENFERMAGEM: Os atendimentos de enfermagem em Rede Básica podem ser mais valorizados e divulgados por meio de ações constantes de acadêmicos, constantemente atualizados e em busca de conhecimento, presentes em unidades de saúde. Enfatizando a importância da enfermagem no funcionamento da Atenção Básica como um mediador entre os profissionais, promovendo comunicação e vínculo.

Palavras-chave


Estudantes de enfermagem; planejamento em saúde; atenção primária à saúde

Referências


Ministério da Saúde (BR), Secretaria de Políticas de Saúde, Departamento de Atenção Básica. A Implantação da Unidade de Saúde da Família/Milton Menezes da Costa Neto, org. - Brasília: Ministério da Saúde, 2000.

Rezende M. de, Moreira M.R., Amâncio F.A. et.al. A equipe multiprofissional da 'Saúde da Família': uma reflexão sobre o papel do fisioterapeuta. Ciênc. Saúde Coletiva, Rio de Janeiro,  v. 14, supl. 1, Oct.  2009.