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O presente trabalho tem como objetivo relatar o potencial de um espaço de saúde em um município ao sul do estado do Rio Grande do Sul, por meio de encontros realizados entre pessoas de diferentes percursos, áreas do conhecimento e atuações profissionais. O município de São Lourenço do Sul possui uma diversidade étnica composta principalmente por descendentes de Africanos, Alemães, Italianos, Portugueses e Pomeranos, sendo que muitos conservam suas tradições inclusive sua língua de origem. Atualmente também compõem essa pluralidade pessoas de outras cidades, estados e países, sendo muitas destas para estudar e trabalhar na Universidade Federal do Rio Grande - Campus São Lourenço do Sul (FURG-SLS), trazendo outros conhecimentos, experiências e olhares. São Lourenço do Sul está localizado em um cenário rico em paisagens naturais, com belas praias na Lagoa dos Patos e infraestrutura para o turismo urbano e rural. A rede de Atenção Psicossocial (RAPS) oferece as seguintes possibilidades de cuidado pelo Sistema Único de Saúde - SUS: Unidades de Saúde da Família com quase 100% de cobertura, Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF), três modalidades de Centro de Atenção Psicossocial (CAPS), leito psiquiátrico em hospital geral, equipe de Redução de Danos (ERD), entre outros importantes pontos de atenção. Na área de ensino/aprendizagem em saúde é campo de formação em residência multiprofissional em Saúde Mental Coletiva, residência médica em Psiquiatria e participante dos Percursos Formativos (projeto do Ministério da Saúde). Há pouco tempo, diferentes segmentos, entre eles Composição de Redução de Danos, comunidade do Residencial Popular Colina do Sol (RPCS), acadêmicos e técnicos administrativos em educação (FURG-SLS) e profissionais de outras áreas; provenientes de trajetórias distintas se interligaram em um espaço conhecido como Que Lugar é Esse? (QLE). Este espaço é um serviço do SUS conduzido pelos redutores de danos em formato comunitário, que disponibiliza materiais para prática de esportes, instrumentos musicais, biblioteca, discoteca de vinil, cinema e brinquedoteca, sendo todos de livre acesso e também possibilitando a ocorrência de oficinas e troca de saberes entre os jovens e adultos do RPCS e demais comunidades. A vivência e as interações entre os segmentos acima citados resultaram na identificação de potenciais produtivos para o início de uma prática de agricultura urbana com cultivo de plantas bioativas e hortaliças, auxílio na construção de pequenas hortas no QLE e em residências dos moradores do RPCS, ensino/aprendizagem de artesanato, arrecadação de brinquedos, organização e manutenção da biblioteca, rodas de conversa, entre outros. Estas ações diversas proporcionaram um trabalho intersetorial, Promoção da Saúde, problematização de cidadania, aprendizagem profissional e pessoal. Os coloridos encontros foram marcados pela aproximação de diferentes saberes e experiências de vida em relação horizontalizada pela curiosidade de conhecer-se e no intuito de responder à pergunta que nunca cala: que lugar é esse?

Promoção da Saúde; intersetorialidade; encontros