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APRESENTAÇÃO: O Diabetes Mellitus (DM) vem sendo um problema de saúde pública, face aos índices de morbidade e mortalidade relacionados à doença, como também aos custos envolvidos no seu controle e no tratamento de suas complicações. É considerado como uma das principais doenças crônicas que afetam o homem contemporâneo, acometendo populações de países em todos os estágios de desenvolvimento econômico-social, tornou-se uma doença global. O aumento de casos de Diabetes Melittus nas últimas décadas vem crescendo em decorrência de vários fatores, tais como: maior taxa de urbanização, aumento da expectativa de vida, industrialização, dietas hipercalóricas e ricas em hidratos de carbono de absorção rápida, deslocamento da população para zonas urbanas, mudança de estilos de vida tradicionais para modernos, inatividade física e obesidade, sendo também necessário considerar a maior sobrevida da pessoa diabética. Para a primeira década do século XXI indicam que haverá 239 milhões de indivíduos diabéticos em todo o mundo, em decorrência, principalmente, da longevidade progressiva das populações e das transformações sócioculturais ocasionadas pela urbanização e mudança no estilo de vida. Já é conhecido que o diagnóstico, e a melhora do controle glicêmico, neste caso por meio de modificações no estilo de vida, com melhora da qualidade de vida e/ou tratamentos adequados, reduz o risco de complicações micro e macrovasculares, ainda assim, estima-se que cerca de 35% a 50% dos indivíduos com DM do tipo 2 (DM2) não saibam ter a doença, e aqueles que foram diagnosticados não realizam o monitoramento da glicemia capilar e seu controle. O critério para o diagnóstico foi estabelecido pela Sociedade Brasileira de Diabetes, e atualmente, são três os critérios aceitos para o diagnóstico de DM: sintomas de poliúria, polidipsia e perda ponderal, acrescidos de glicemia casual, aquela realizada a qualquer hora do dia, independente das refeições, acima de 200mg/dl; Glicemia de jejum ≥ 126mg/dl e glicemia de 2 horas pós-sobrecarga de 75g de glicose acima de 200mg/dl. É de grande importância que o diagnóstico seja realizado precocemente e o tratamento tanto medicamentoso, quanto a mudança de destilo de vida, para uma vida saudável, com bons hábitos alimentares (dieta hipocalórica e hipolipídica) no geral uma dieta balanceada e pratica de exercícios físicos, seja estabelecido de forma rápida e eficaz, reduzindo as chances de morbimortalidade crescentes na população de doentes por Diabetes Mellitus. Assim sendo este presente estudo tem como objetivo, avaliar a prevalência da monitorização da glicemia capilar nos pacientes diabéticos atendidos nas Unidades Básicas de Saúde da Família de Campo Grande-MS, além de caracterizar e analisar a importância da monitorização da glicemia capilar no controle e prevenção de complicações do Diabetes Melittus, nos pacientes atendidos nas Unidades Básicas de Saúde da Família de Campo Grande-MS. DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO: Foi desenvolvido um estudo epidemiológico descritivo transversal realizado no município de Campo Grande, MS. A obtenção dos dados ocorreu por meio do preenchimento de formulário específico pelos pesquisadores mediante inquérito aos pacientes diabético, sujeitos da pesquisa, de uma amostra cujo cálculo amostral teve por base o numero de pacientes portadores de DM2 cadastrados no Programa de Controle de Diabetes atendidos no período do estudo, composta por 408 (n) pacientes, sendo 12 de cada uma das 34 UBSF. As informações relativas ao atendimento foram obtidas pela rede de atenção básica à saúde da região urbana do município de Campo Grande, capital do estado de Mato Grosso do Sul, com uma população de 805.397 habitantes de acordo com o Censo IBGE 2010, população ajustada para 2013. O preenchimento dos formulários foi condicionado à assinatura e obtenção do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) dos sujeitos da pesquisa. Para a confecção do banco de dados, planilhas, tabelas e avaliação estatística empregaram-se o programa Excel (Microsoft Corp. Estados Unidos). O projeto de pesquisa foi submetido à apreciação do Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da UNIDERP, a coleta de dados teve início após a sua aprovação, os sujeitos da pesquisa foram convidados a participar, orientados e esclarecidos, e informados da necessidade de que o seu consentimento fosse expresso mediante a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) em duas vias, uma que foi entregue ao sujeito da pesquisa e a outra sob a guarda do pesquisador. RESULTADOS E/OU IMPACTOS: Dos 371/408 (91%) pacientes que responderam ao questionário, 78,7% (292/371) apresentavam o cartão de Diabetes Melittus no momento da entrevista, contudo 3,3 % (12/371) possuíam o cartão, mas não estava com este na entrevista. Outros 18,1% (67/371) não possuem o cartão ou não sabem referir se já o teve em algum momento da doença. Portanto para nossa análise, levamos em conta somente aqueles que apresentavam o cartão no momento da entrevista, e destes somente 43,4% (127/292) apresentam o registro da monitorização da glicemia de jejum, com intervalo de tempo, no período de registro, de até 3 anos de monitorização. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Considerando o Diabete Mellitus como uma doença global de alta morbidade e mortalidade, além de alta incidência, deveria então ser melhor monitorada, em ponto de vista do controle glicêmico, visto que este implica diretamente no surgimento de complicações micro e macrovasculares. Em nossa pesquisa foi observado que menos da metade da população estudada, realizava monitoramento da glicemia capilar constante e registrado em cartão, fato este que pode implicar em enfermidades, complicações e até internações, sendo fator de risco para o paciente e gerando altos custos para o sistema público de saúde, custo este que poderia ser evitado se o controle glicêmico fosse mais rígido, em programas sociais mais efetivos, onde o paciente tenha consciência da importância do controle e monitorização do seu índice glicêmico. Também foi verificado que parte da população estudada não possuía o cartão do Diabético, fato este que sugere que o programa de saúde do controle do DM não está eficaz e/ou não consegue abranger o paciente de forma integral. Deste modo, destacamos então a importância do registo do paciente DM e seu cartão do Diabético devidamente preenchido, para que assim o serviço público e nacional de saúde tenha um maior controle dos pacientes, sua evolução, complicações, objetivando assim uma melhora na qualidade de vida destes pacientes. 

Controle glicêmico; Diabetes Melittus; complicações