Rede Unida, 12º Congresso Internacional da Rede Unida

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Conselho Setorial: uma estratégia de gestão compartilhada
Marilene Barros de Melo, Ana Flávia Flávia Quintão, Adilson Silvestre da Silva, Cristiana Ferreira Jardim de Miranda, Luciana Souza d'Ávila, Juliana Lúcia Costa Santos, Anísia Valéria Chaves e Silva, Cleinir de Souza Gomes

Última alteração: 2015-10-30

Resumo


A Secretaria de Saúde do Estado de Minas Gerais implementou Conselhos Setoriais nas diversas instituições que integram o Sistema Estadual de Saúde. Trata-se de um espaço estratégico para pensar coletivamente o processo de trabalho em reuniões mensais voltadas à discussão, planejamento e tomada de decisões. Leva em consideração as especificidades e necessidades dos diferentes setores. Este trabalho visa analisar criticamente a experiência da Superintendência de Pesquisa da Escola de Saúde Pública do Estado de Minas Gerais (ESPMG) no período de abril a setembro de 2015. A metodologia da reunião é definida pelo setor responsável pela sua realização, utilizando diferentes estratégias como rodas de conversar, leituras de textos, relatos de experiência, elaboração de fluxos de trabalho. Constata-se que o Conselho como uma instância de gestão colegiada, democrático-participativa constitui um locus privilegiado de articulação dos diferentes sujeitos da equipe da pesquisa, valorizando seus saberes e autonomia em torno dos microprocessos da escola e, vinculando a teoria à prática. E, em seu caráter de transversalidade em relação à ESPMG aproxima a prática em pesquisa aos referenciais que subsidiam a Educação Permanente em Saúde (EPS), problematizando as situações vivenciadas, tentando resolvê-las com base nos princípios da alteridade, da cooperação e da solidariedade. Os integrantes da pesquisa reconhecem que as reuniões possibilitam o relato do pesquisador que "vai a campo" e se depara com as necessidades reais, a complexidade e o dinamismo dos diversos cenários. Condições que enriquecem o espaço formal do Conselho e favorecem a captação de dimensões técnica, ética e política, a ruptura dos limites no entorno das profissões, ampliando as possibilidades de conexão entre as mesmas, a tecitura das mudanças e da autogestão dos processos de trabalho. Essenciais, para a criação de estratégias diante a uma instituição fragilizada em termos de condições de trabalho e relações interpessoais. Conclui-se que os Conselhos têm-se consolidado como ‘encontros’ no mundo do trabalho em saúde, favorecendo a pluralidade nos processos interpretativos e de circulação dos diversos saberes que permeiam as práticas na escola e têm assumido uma importância fundamental para legitimar o "fazer" cotidiano.

Palavras-chave


Conselho Setorial; Gestão do Trabalho; Pesquisa em Saúde