Rede Unida, 12º Congresso Internacional da Rede Unida

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DOENÇAS QUE SE PROPAGAM NA SUJEIRA: A IMPORTÂNCIA DE METODOLOGIAS LÚDICAS PARA A EDUCAÇÃO EM SAÚDE INFANTIL
Christopher Wallace Souza do Nascimento, Geyse Aline Rodrigues Dias, Joanna Angélica Azevedo de Oliveira, Bárbara Ravenna Florêncio, Brenda Ramos Santos, Monick Franco Ribeiro, Isis Tarcila Vital de Souza, Thaís Regina Alencar Fonseca

Última alteração: 2015-11-11

Resumo


APRESENTAÇÃO: É notório que hábitos saudáveis são um fator preponderante para uma boa qualidade de vida. Dentre esses hábitos, destacam-se os devidos cuidados com a higiene pessoal para a prevenção de agravos à saúde, como, por exemplo, doenças infecciosas, helmintíases, protozooses e demais doenças que se manifestam na ausência desse cuidado. Entre os mais vulneráveis a estes agravos, estão às crianças, devido maus hábitos como a onicofagia (hábito de roer unhas), andar com os pés descalços, bem como não lavar os alimentos, as mãos e realizar a higiene bucal corretamente ou quando necessário. Não somente maus hábitos, mas também animais de estimação não vacinados e vermifugados, o local onde esses animais costumam deixar as suas excretas e a situação de saneamento de locais comuns à rotina das crianças, como a escola, bosques, parques, o ambiente domiciliar e peridomiciliar, influenciam diretamente na condição de saúde delas, podendo deixá-las mais suscetíveis a patologias. Neste contexto, podemos destacar a educação em saúde como forma de intervir nesta problemática, uma vez que a mesma é capaz de promover transformações e mudanças de hábitos, tendo como objetivo a manutenção, a promoção e a melhora das condições de saúde da população. O público infantil é caracterizado pela hiperatividade e fácil dispersão, sendo assim, é necessária que a educação em saúde ocorra por intermédio de estratégias lúdicas, para facilitar o entendimento e a comunicação, bem como para atrair a atenção das crianças. E como ferramentas, é importante a utilização de imagens coloridas, balões e metodologias que incentivem a participação do público infantil durante todo o processo de ensino e aprendizagem. Este trabalho visa relatar a experiência de acadêmicos de enfermagem, do 4º semestre, da Universidade Federal do Pará, ao realizarem uma ação educativa com crianças, por meio de metodologias lúdicas, visando à educação em saúde como forma de atuar na prevenção de agravos e na promoção da saúde. DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO: A ação educativa ocorreu enquanto os acadêmicos estavam no período de aulas práticas da atividade curricular Processos Educativos em Enfermagem I, em uma escola da periferia de Belém-PA, com crianças de 6 a 8 anos, do ensino fundamental. Para tanto, os acadêmicos prepararam uma gincana interativa com os temas “Hábitos de higiene” e “Doenças que se propagam na sujeira”. Para cada tema foi criado um dado, que, em cada uma das seis faces, havia uma figura ilustrativa. No primeiro dado, “Hábitos de higiene”, as figuras ilustravam os seguintes hábitos: lavar as mãos, escovar os dentes, tomar banho, jogar lixo na rua, roer as unhas e andar com os pés descalços. Os que se demonstravam interessados em jogar o dado formavam uma fila e, um por vez o jogava. A criança que jogou era estimulada a tecer comentários sobre o hábito ilustrado na face do dado voltada para cima ao cair no chão, se era um hábito saudável, a mesma era perguntada sobre a sua importância, e se fosse um hábito não saudável, sobre os problemas que poderiam ocasionar à saúde. Os demais participantes da ação eram estimulados a contribuir, no intuito de ajudar o colega que estava comentando. Em seguida, com base no que foi dito, a equipe de acadêmicos explanava um pouco mais, utilizando sempre uma linguagem acessível ao entendimento das crianças. O mesmo repetiu-se com as demais faces do dado sendo que, nas sorteadas, a figura era substituída por uma seta que apontava para outra figura caso a face que já havia sido sorteada caísse voltada para cima novamente. A dinâmica se repetiu com o outro dado, “Doenças que se propagam na sujeira”, cujas imagens ilustravam animais para falar de possíveis doenças trazidas por eles: um gato doente, para falar da toxoplasmose; um cachorro mal cuidado, para falar de micoses; um rato, para a leptospirose; uma barata, para a hepatite e diarreias, e duas vermes, uma para falar de ascaridíase e outra para enterobíase. Após as falas das crianças, os acadêmicos esclareciam a forma de contrair cada doença, bem como, a maneira de preveni-la, além dos sintomas, enfatizando sempre a importância dos cuidados com a higiene pessoal e do ambiente. Os escolares participaram ativamente da ação educativa, a todo o momento demonstraram-se interessados, visto que, além de estarem recebendo um novo conhecimento de maneira lúdica, foram acolhidos por sua participação com balões decorados e presenteados com brindes de interesse infantil. RESULTADOS E/OU IMPACTOS: Considerar o perfil do público alvo para a elaboração da atividade foi de suma importância para alcançar os resultados esperados, uma vez que todas as estratégias utilizadas tiveram êxito. As crianças mantiveram a atenção durante a atividade, se demonstraram interessadas em participar de todas as etapas, como também realizaram perguntas relacionadas aos seus hábitos cotidianos e contavam seus relatos acerca das doenças abordadas. Como esperado, nem todas lembraram os nomes das doenças comentadas na ação educativa, uma vez que, levando em consideração que eram crianças, tratavam-se de nomes desconhecidos e de difícil memorização. Porém, o objetivo da ação não era este, e sim instruir acerca dos cuidados necessários para evitar tais doenças, as vias de transmissão e os sintomas que elas poderiam apresentar, caso as contraíssem. Atividades educativas com instrumentos lúdicos são ferramentas que fazem do educando um agente ativo, corroborando com a ação aqui relatada, já que a mesma se mostrou eficaz por manter a atenção das crianças ao que estava sendo discutido, havendo um retorno satisfatório diante do processo dialógico desenvolvido. A construção de um novo conhecimento para os participantes foi evidenciada pelas respostas corretas ao que foi perguntado após toda a dinâmica, seja coletiva ou individualmente, bem como pela participação com relatos e questionamentos sobre a temática abordada. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A educação em saúde é um instrumento importante para transformar e modificar a realidade de populações vulneráveis a problemas do cotidiano, provenientes do descuido com a higiene, ela é uma grande aliada no processo de mudança de hábitos, prevenção e promoção da saúde, o que influencia diretamente na qualidade de vida. A educação em saúde pode ser desenvolvida de diversas formas e precisa considerar o perfil e as necessidades de seu público para alcançar seus objetivos no que se refere à sensibilização e empoderamento sobre a temática abordada. Com crianças, essa necessidade está voltada para as particularidades desta fase, como a vontade de brincar e divertir-se, e, considerando isso, os educadores conseguem conquistar seus objetivos para com seus educandos.