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APRESENTAÇÃO: O presente trabalho visa relatar a experiência de acadêmicos, ao desenvolverem ações educativas para idosos, membros do grupo de um projeto de extensão universitária denominada Idoso Saudável, bem como demonstrar a importância das Metodologias Ativas na educação em saúde como ferramenta para o fortalecimento do empoderamento da pessoa idosa. O projeto, fundado no primeiro semestre de 2015, foi elaborado por uma docente da Faculdade de Enfermagem, da Universidade Federal do Pará, com o objetivo de fomentar estratégias de educação em saúde com idosos, da cidade de Belém-PA, visando o desenvolvimento de estratégias relacionadas ao envelhecimento ativo, assim como outras questões de pertinência à saúde da pessoa idosa. DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO: A educação em saúde abrange práticas para a mudança de hábitos e modos de vida das pessoas, seja individualmente ou coletivamente ocasionando a melhora da qualidade de vida e saúde. No entanto, vale ressaltar que a educação em saúde é muito mais que a transmissão unilateral de informações, ela envolve a troca de saberes, compartilhamento de experiências, e requer metodologias de ensino interessantes para o seu público, no intuito de sensibilizá-los acerca da temática abordada. Para o idoso, a utilização de metodologias ativas potencializa a troca de saberes, fato muito inerente a este público. Diante disso, ao pensarem as ações educativas para os idosos do grupo, a equipe do projeto percebeu a necessidade de utilizar Metodologias Ativas, visto que insere o educando ativamente na construção de seu conhecimento, de forma participativa e autônoma, tornando o processo de aprendizado mais agradável e dinâmico. O intuito das ações foi de empoderar os idosos acerca de si, de sua saúde e os cuidados necessários, além de seus direitos e deveres enquanto cidadãos, objetivando resgatar a independência e promover o empoderamento dos mesmos. O empoderamento está associado com habilidades e autonomia para solucionar os próprios problemas, e uma vez que o conceito de saúde para o indivíduo idoso se traduz mais pela sua condição de autonomia e independência que pela presença ou ausência de doenças orgânicas, é possível denotar o elo entre o empoderamento e a saúde, tal como a importância de ambos. Os encontros do grupo ocorriam mensalmente onde, para cada dia, havia uma temática central, e a mesma era abordada de duas formas diferentes: a primeira era através de uma palestra, onde um profissional adequado para o tema discorria sobre o assunto em questão, levando sempre em consideração o perfil do público, que necessita de uma linguagem mais acessível a seu entendimento. A segunda forma era através de alguma tecnologia educativa desenvolvida pelos acadêmicos, sob a orientação da docente, utilizando as Metodologias Ativas, para tornar o momento de aprendizado mais lúdico e divertido. Por estar dentro de uma faixa etária onde as Doenças Crônicas Não Transmissíveis são mais prevalentes, a equipe do projeto abordou patologias como a Diabetes mellitus, hipertensão arterial, dislipidemia e a importância da alimentação adequada para o controle das mesmas. O Estatuto do Idoso e os direitos sobre a Previdência Social também foram abordados, a pedido dos membros do grupo, como também a importância do autocuidado com o corpo através de atividades e exercícios físicos e o cuidado com a autoimagem. As tecnologias educativas utilizadas envolveram bingos, jogos de perguntas e respostas, rodas de conversa, dinâmicas e demais metodologias que estimulassem a participação ativa do público. Também objetivavam evidenciar a eficácia das ações educativas, no que se refere ao grau de aprendizado do grupo com o que foi compartilhado, pois este era o espaço em que eles eram mais estimulados a comentarem o que aprendiam e as suas experiências cotidianas. Algumas datas festivas também foram comemoradas no intuito de facilitar o processo de socialização entre os membros do grupo e com a equipe do projeto. RESULTADOS E/OU IMPACTOS: Desde o início do Projeto, os idosos demonstraram estar bastante interessados com as atividades que os acadêmicos haviam programado. A cada encontro, os acadêmicos procuravam estimular cada vez mais a participação do público nas atividades desenvolvidas, deste modo, durante as temáticas abordadas ou aplicação das tecnologias educativas realizadas, os ouvintes participavam de maneira ativa. De acordo com os temas, realizavam muitas perguntas, sempre contextualizando com suas vivências. Foi possível perceber o quão eficaz é a utilização de metodologias ativas para tornar o idoso o protagonista principal da (re) construção de seu conhecimento, pois esse tipo de estratégia estimulou o compartilhamento de experiências, fazendo-os perceber que também eram detentores de saberes, o que facilitou o processo de ensino-aprendizagem com grupo. Além disso, ocorriam premiações e sorteios de brindes que os incentivaram a participação e a assiduidade com os dias do encontro. A soma de todas essas estratégias resultou no processo de resgate do empoderamento dos idosos, pois foi possível estimulá-los e capacitá-los a tomarem suas próprias decisões, através da educação em saúde, trabalhada de forma atrativa e divertida, aduzindo que o processo ensino-aprendizagem também pode ocorrer de formas não tradicionais. O projeto também possibilitou à equipe do projeto aperfeiçoarem suas estratégias enquanto educadores em saúde, por meio do planejamento e da construção de atividades, fazendo com que os mesmos trabalhassem em equipe. As experiências adquiridas também possibilitaram aos acadêmicos ter uma visão mais sensível acerca da pessoa idosa, percebendo a necessidade de oferecer uma assistência integral na vida profissional. CONSIDERAÇÕES FINAIS: O projeto é um grande aliado à saúde dos idosos e da comunidade, pois, além de fortalecer o vínculo deles com a Universidade, as ações educativas realizadas estimularam o resgate/promoção do empoderamento, como também os tornaram agentes capazes de modificar a sua realidade familiar através do compartilhamento de todos os conhecimentos adquiridos. As temáticas tratadas nas ações educativas refletiam no modo de vida dos idosos, visto que eles participavam na construção do conhecimento. As informações eram relevantes, pois tratavam de assuntos relacionados à saúde dos idosos ou até mesmo seus direitos na sociedade, e a metodologia utilizada proporcionou também a interação social. Com isso, percebe-se o quão importantes são as Metodologias Ativas na educação em saúde como estratégia para o fortalecimento do autogerenciamento da pessoa idosa, visto que é uma prática relevante que proporciona aprendizado e, de maneira ativa, este público adquire conhecimentos para uma maior qualidade de vida, como também tem estimulado a autonomia e a independência. Ressalta-se cada vez mais a aplicação deste método por profissionais ao trabalharem educação em saúde, não apenas com idosos, mas com usuários de todas as faixas etárias.