Rede Unida, 12º Congresso Internacional da Rede Unida

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A EXPERIÊNCIA DA INSERÇÃO DE ACADÊMICOS DE MEDICINA NA CAPACITAÇÃO DOS AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE DE CAXIAS DO SUL SOBRE SÍFILIS CONGÊNITA MEDIANTE A ESTRATÉGIA DE INTERAÇÃO ENSINO-SERVIÇO
Suzete Marchetto Claus, Leonardo Guimarães de Almeida, Felipe Albani, Katiele Mariani Cassol, Lucas Friedrich Fontoura, Nixon Antunes Rocha, Rafaely Guinzelli, Dino Roberto Soares de Lorenzi

Última alteração: 2015-10-31

Resumo


APRESENTAÇÃO: Sífilis (SF) é uma doença sexualmente transmissível também passível de transmissão transplacentária durante a gravidez, relacionando-se a elevadas taxas de mortalidade perinatal de até 40% ou sequelas para o neonato. Apesar de seu tratamento ser conhecido, tem sido observado um aumento da notificação de casos de SF congênita nos últimos anos, desafiando os gestores e técnicos em saúde e toda a sociedade, fato este em parte atribuído à prática do sexo desprotegido e ao aumento da drogadição. Na gravidez se destaca a pouca adesão ao tratamento, em particular dos parceiros sexuais. Nesse município, ocorrem cerca de 6000 nascimentos/ano com taxas de SF congênita de 7 casos/1000 nascidos vivos. Espera-se reduzir as taxas de SF congênita em Caxias do Sul, RS por meio de uma capacitação dos agentes comunitários de saúde (ACS), qualificando sua intervenção junto às famílias que visitam; aumentando a sua informação sobre a doença; prevenção; importância da assistência pré-natal; formas de transmissão; diagnóstico e tratamento; enfatizando a sua adesão pelas gestantes e de seu parceiro em tempo hábil para evitar a infecção fetal. DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO: O projeto de capacitação foi desenvolvido através de uma palestra dada aos ACS por  médico do Setor de Atenção à Saúde da Mulher da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Caxias do Sul, seguida da distribuição dos ACS em grupos de até 10 integrantes e que duraram aproximadamente duas horas. Os grupos foram conduzidos por acadêmicos de Medicina previamente treinados e que atuaram como facilitadores. Através do trabalho de grupo, os ACS puderam esclarecer dúvidas e trazer suas experiências com casos de sífilis na gravidez já vivenciados. Como material orientativo, foi utilizado um folder informativo sobre SF desenvolvido pela SMS. Toda a atividade dos grupos foi monitorada por professores da Universidade de Caxias do Sul e profissionais da SMS. Foram realizados dois encontros, visto que o número de ACS demandou a sua distribuição em duas turmas. Os ACS no final da atividade preencheram um instrumento de avaliação previamente construído e testado. RESULTADOS: Foram capacitados 194 ACS, destes 166 (81,7%) devolveram o instrumento de avaliação da capacitação. Atuaram como facilitadores dos grupos 10 acadêmicos de Medicina. Os ACS aprovaram a capacitação, 98,2% classificaram os aspectos gerais da campanha como “Bom ou Ótimo”. A obtenção de conhecimento sobre SF foi um dos aspectos destacados pelos ACS (53%), bem como a instrumentação para poder orientar melhor as famílias visitadas (59%). OS ACS destacaram ainda que a capacitação irá contribuir para que atuem na prevenção da SF congênita (70,46%) pelas informações obtidas. Dentre as principais sugestões deixadas pelos ACS, está a continuidade de capacitações (19,87%). CONSIDERAÇÕES FINAIS: A partir das avaliações dos ACS, pode-se inferir que a capacitação atingiu seus objetivos, sensibilizando e qualificando os ACS. O número de ACS capacitados se refletirá em 28 mil famílias de Caxias do Sul ou cerca de 100 mil pessoas – devido à aplicação do aprendizado dos agentes. Assim, fica evidente a importância das atividades relacionadas à interação ensino-serviço na qualificação das políticas públicas de saúde.