Rede Unida, 12º Congresso Internacional da Rede Unida

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Qualidade de vida dos Mototaxistas, Campo Grande – Mato Grosso do Sul
Arlete de carvalho Félix, Alexandra Maria Almeida Carvalho, Albert Schiaveto de Souza

Última alteração: 2016-01-06

Resumo


Conhecer a Qualidade de Vida (QV) das pessoas leva à mudança de paradigma, isto é, de posturas e atitudes diante da prática assistencial tradicional do processo saúde-doença. Tendo em conta que estudos dessa natureza são poucos explorados quando se trata dos profissionais mototaxistas, mesmo com a hipótese de que essa população esta exposta a fatores de risco de várias ordens, que podem influenciar negativamente a Qualidade de Vida deles, esta pesquisa tem com. OBJETIVO: Caracterizar o profissional moto taxista de Campo Grande - MS e avaliar sua Qualidade de Vida relacionada à saúde - a maneira como as pessoas se sentem e avaliam o próprio estado geral de saúde, levando em conta as diferentes esferas que determinam a saúde como um todo. MÉTODO: estudo transversal, com coleta de dados primários realizado em Campo Grande - MS, em 2015, haviam 980 profissionais cadastrados. O cálculo amostral com precisão de erro de 5%, nível de confiança de 95%, resultou na amostra de 277, mais 20% em caso de perda. A pesquisa foi de conveniência, por meio do questionário Sócio demográfico e o questionário de Qualidade de Vida (SF-36). Os dados foram analisados estatisticamente, com o programa estatístico SPSS versão 22. RESULTADOS: Dentre os 301 mototaxistas estudados predominou o gênero masculino (98,7% - n=297), com idade média de 40,05±8,36 anos, o mais jovem com 23 e o mais velho com 64 anos, casados ou em união estável (63,5% - n=191), com ensino médio completo (44,9% - n=135). Ao verificar variáveis relativas ao trabalho, o tempo na profissão foi de 8,84±6,02 anos e (86,0% - n=259) contribuem para o INSS. Quanto ao período de trabalho (45,8% - n=138) trabalhavam no período diurno e noturno, carga horária diária de trabalho de 12,60±3,55 horas. Diariamente, a maior parte deles percorria mais de 100 kilômetros (87,4% - n=263). Pouco mais da metade (52,8% - n=159) dos indivíduos relataram sentir desconfortos ao exercer a profissão de mototaxista, predominou dores nas costas/lombar (73,0% - n=116). Observou-se que (52,2% - 157) já sofreu acidente de trânsito, desses (52,2% - n=82) parou de trabalhar temporariamente por conta do acidente. A violência urbana pode ser verificada ao constatar que (17,6%, n=53) foram assaltados ao exercer a profissão. Na análise dos valores dos domínios do SF-36 obteve-se: Capacidade Funcional (83,27±18,47), Limitação por Aspectos Físicos (70,93±33,82), Dor (73,52±22,77), Estado Geral Saúde (72,09±17,73), Vitalidade (69,67±20,72), Aspectos Sociais (78,70±12,68), Aspectos Emocionais (69,88±37,53) e Saúde Mental (63,44±13,51). CONSIDERAÇÃO FINAL: Os mototaxistas de Campo Grande/MS são na maioria homens, com idade média de 40 anos, com ensino médio completo, a maioria é casado e trabalham em média 12 horas por dia. Percorrem mais de 100 km diariamente, sentem desconfortos ao desempenhar a atividade de mototaxista, a maioria contribui para INSS e também, já foi assaltado. Quanto á QV, os mototaxistas apresentam melhor qualidade de vida no domínio capacidade funcional e pior QV no domínio saúde mental.

Palavras-chave


Palavras chave: Qualidade de vida; Mototaxistas; Risco ocupacional.

Referências


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