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IMPLANTAÇÃO DO PROGRAMA DE PRÁTICAS RECREATIVAS, INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES NA UBS VILA IPÊ, CAXIAS DO SUL/RS
Última alteração: 2015-11-23
Resumo
INTRODUÇÃO: A UBS Vila Ipê localiza-se na zona norte de Caxias do Sul e atende uma população adscrita de cerca de 12.000 habitantes. Esta população apresenta de um modo geral, baixíssimos poder aquisitivo e grau de instrução. Grande parte deste contingente é assistida pelos programas sociais governamentais, cujos benefícios consistem em única fonte de renda das famílias. Outras características do perfil desta população consistem em: alta prevalência de idosos, bem como de adultos fora do mercado de trabalho, sem nenhum outro tipo de ocupação; níveis alarmantes do índice de obesidade; muitos relatos de polifagia por ansiedade e sedentarismo intensificado pela permanência maior em casa, em razão da violência urbana bem marcante no bairro. A partir deste cenário, a equipe da UBS Vila Ipê, na tentativa de ampliar a integralidade do cuidado e garantir melhor qualidade de vida à população, está em fase inicial de implantação do Programa de Atividades Recreativas, Integrativas e Complementares. Tem como objetivo descrever o processo de implantação do Programa de Práticas Recreativas, Integrativas e Complementares na UBS Vila Ipê, Caxias do Sul/RS. RELATO DE EXPERIÊNCIA: A implantação do Programa de Atividades Recreativas, Integrativas e Complementares na UBS Vila Ipê teve início em outubro de 2014 e envolveu quatro fases: 1) definição de um núcleo responsável pela sua implantação, composto por diversos profissionais da equipe (Enfermeiros, Odontólogo e Assistente Social) e coordenado pela Nutricionista; 2) análise situacional das demandas locais e planejamento das atividades levando em conta a interdisciplinaridade, considerando as dificuldades ou impeditivos para a atuação de cada especialidade e buscando a melhor estratégia para organizar os processos de trabalho; 3) regulamentação e legitimação do Projeto pela equipe de saúde, no qual constam os fluxos de acesso aos locais, organização da demanda, do serviço e dos processos de trabalho das equipes de ESF, ciclo de implementação, pactuação de planos locais, tutorias e atividades educativas, além da disponibilidade de recursos materiais e metodologia de formalização e registro de atividades; 4) implantação do projeto, que segue como projeto piloto, sendo ofertado às quartas-feiras, das 9h às 10h30min, num espaço disponibilizado por uma entidade filantrópica da comunidade. RESULTADOS: Desde o início dos trabalhos, a demanda tem sido crescente, com novas inscrições e lista de espera para abertura de novas turmas. Os usuários relatam satisfação em participar ao final de cada dia. As atividades realizadas são variadas a cada semana e não divulgadas anteriormente, fato que desperta a curiosidade e estimula a adesão e o aprendizado. CONSIDERAÇÕES FINAIS: O envolvimento interdisciplinar dos profissionais da equipe de saúde e de convidados favorece o aprendizado interinstitucional e a qualificação do trabalho ofertado aos usuários, além de atender à lógica do NASF. Além disso, tem o potencial de ampliar o acesso, abordar o processo saúde-doença de uma forma integral e holística, assim como valorizar a cultura local e servir como campo de estágio para o PROPET do município.