Rede Unida, 12º Congresso Internacional da Rede Unida

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PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES EM SAÚDE (Tai-chi-chuan e Yoga): uma realidade para o Centro de Atenção Psicossocial
Midiã Marcelina Pereira Chaves, Antonio Moacir de Jesus Lima, Nadaby Mattos, Giselia Aparecida Marques, Etna Mafra, Felipe Dávila Cardoso, Jacqueline Machado França, Ana Quéren Pereira Chaves

Última alteração: 2016-01-06

Resumo


A doença mental tem um histórico de descasos e desumanização, até entender que era um processo orgânico e que deveria ser tratada como todas as outras patologias. Diante desse contexto, surge a Reforma Psiquiátrica em 2001 que tem como principal objetivo a desinstitucionalização de portadores de transtornos mentais, recorrendo atualmente a internações temporárias em momentos de estado muito grave. Diversos e complexos desafios precisam ser superados. Os manicômios são substituídos por CAPS – Centros de Atenção Psicossocial, que prestam assistência exclusiva a pessoas portadoras de transtornos mentais agudos e graves. Durante a crise de sofrimento mental, os usuários são avaliados e acompanhados por uma equipe multiprofissional, e após a estabilização do quadro, são devolvidos à rede de atenção primária de saúde. É importante o trabalho em equipe que envolva profissionais multidisciplinares especializados, paciente, família e sociedade. Todos compartilhando o objetivo de aprendizado em conjunto que leve informação, apoio e inserção do indivíduo no meio social. Vale ressaltar a importância de o sujeito ser reconhecido em sua singularidade, complexidade, integralidade e inserção sociocultural. É necessário que percebam que não estão sozinhos em seus problemas. Todos estão inseridos num contexto que vai além do simples tratar da doença: há um meio sociocultural que reflete no modo de ser e agir de cada um, bem como em seu estado de saúde. O indivíduo pode se encontrar em situações que o remetem a determinado tipo de sofrimento. Neste contexto é necessária a atuação da rede de atenção primária para minimizar os problemas através de estratégias traçadas juntamente com sujeito e família, ou mesmo próximos a este. Este projeto faz uso de terapias complementares no CAPS, que se diferem do tratamento tradicional utilizado no tratamento de doenças, através do desenvolvimento da relação mente e corpo, sem descartar ainda a capacidade autocurativa do corpo. O Tai-Chi-Chuan é uma prática de expressão corporal envolvendo movimentos leves que auxiliam na prevenção de doenças, promoção da saúde e estabilidade emocional. A Yoga além de auxiliar no tratamento e prevenção de doenças cardiovasculares promove bem-estar e calma. Estas visam estabelecer reconhecimento do corpo para o autocuidado, estabelecer autonomia dos sujeitos, respeitando as limitações de cada indivíduo envolvido no processo. É necessária anamnese e observação das reações dos participantes. São realizados alongamentos antes dos exercícios de acordo com a capacidade corporal individual, além de permitir adaptações. Por vezes, nos CAPS é onde os portadores de transtornos mentais se encontram seguros e sem discriminações. Essas terapias possibilitam o indivíduo enxergar além da doença: reduz isolamento social e estresse; melhora o autocontrole, relacionamento interpessoal e intrapessoal; desenvolvem habilidades finas e grossas, controle corporal, além de utilizar o tempo como lazer agradável para melhoria da autoestima e promoção de qualidade de vida.

Palavras-chave


(CAPS; Terapias Complementares; Enfermagem).

Referências


TOWSEND, Mary C. Enfermagem Psiquiátrica: Conceitos de Cuidados. 3ª edição. Rio de Janeiro: Editora Guanabara, 2002.

SUS. Secretaria da Saúde. Manual de Práticas Integrativas e Complementares no SUS. Espírito Santo, 2013.