Rede Unida, 12º Congresso Internacional da Rede Unida

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SAÚDE DO ADOLESCENTE: PERSPECTIVA RURAL E URBANA NO MUNICÍPIO DE BORBA
Laryssa Menezes de Souza, Nicolás Esteban Castro Heufemann., Evilásio Bié Filho, Isabella Pinto de Souza, Lícia Itamara Pantoja Ribeiro, Bruno Alan Schereiner

Última alteração: 2015-11-23

Resumo


Este estudo aborda a captação das estratégias locais voltadas para a saúde do adolescente no município de Borba, avaliando como está a execução das mesmas em duas Unidades Básicas de Saúde (UBS), sendo uma da área urbana localizada no bairro Cristo Rei e uma da área rural, localizada no Distrito municipal de Foz do Canumã, no mesmo município. A adolescência é um período de transição entre a infância e a fase adulta, sendo considerado o processo psicológico, social e maturacional iniciado pelas mudanças púberes. Os adolescentes correspondem a 1/3 da população brasileira, o que faz com que o Brasil seja um país de população relativamente jovem. Esse grupo de indivíduos é considerado vulnerável devido à forma como lidam com o desenvolvimento dos fatores biopsicossociais. Trata-se de um estudo do tipo exploratório-descritivo com abordagem quantitativa em que a entrevista semiestruturada com a gestão local, funcionários das UBS's e adolescentes locais, possibilitou a produção dos dados, organizados posteriormente de acordo com a análise de conteúdo e foi evidenciado que grande parte dos profissionais de saúde envolvidos com esse público, recebeu nos últimos anos algum tipo de capacitação, através de cursos, oficinas e seminários, entretanto, nenhuma delas foi voltada exclusivamente para o trato com o adolescente, mas sim para a problemática que o cerca, como, por exemplo, capacitação para DST-AIDS. Sobre recursos para a Educação em Saúde, os profissionais citaram panfletos, livros, revistas e multimídia para o uso com este público. Todos citam o PSE e a sala de espera da UBS como locais onde os mesmos utilizam esses recursos, programa que é realizado trimestralmente na zona urbana e semanalmente na zona rural. Dentre os 8 (oito) adolescentes da zona urbana questionados sobre os motivos por quais procuram atendimento observou-se: 4 (quatro) (50%) citaram as consultas odontológicas, 4 (quatro) (50%) referiram a procura de consulta médica, 2 (dois) (25%) realizavam antropometria e pesagem e apenas 1 (um) (12,5%) adolescente procurava atendimento para a realização do teste rápido e outros exames. Na zona rural, detectou-se que dentre os 5 (cinco) entrevistados, 2(dois) (40%) deles procuravam atendimento odontológico, 2 (dois) (40%) procuravam atendimento para consulta médica geral e 1 (um) (12,5%) atendimento de ambas as especialidades. É possível observar que lidar com o adolescente nem sempre é de bom trato ou fácil manejo e a aproximação do indivíduo ao serviço de saúde é um desafio mesmo frente aos usuários de maior idade. Entretanto a estruturação do serviço de saúde de Borba e das UBS’s torna propício lograr êxito com este desafio, junto aos adolescentes, a ser encampado pelos próximos estudos.  

Palavras-chave


Saúde do Adolescente; Serviços de Saúde; Estratégias Locais;

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