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O objetivo deste artigo é apresentar minhas observações sobre a vivência no estágio interdisciplinar VER-SUS, pensado sob o olhar da comunicação pública sobre estas atividades, como parte da experiência empírica de minha pesquisa de doutorado. Esta vivência aconteceu nos bairros de Brasilândia e Vila Nova Cachoeirinha (SP) entre 18 de 25 de janeiro de 2015. Nesse período, um grupo formado por universitários do campo da saúde conheceu diversas facilidades que compõem o SUS nesse território e discutiu sobre suas atividades e propostas. O método utilizado é o relato de experiências, através do diário de bordo analítico. Como resultado, pude verificar empiricamente a ausência dos pressupostos teóricos da comunicação pública e a carência dos mesmos no SUS. Essa vivência foi fundamental para a pesquisa de doutorado, pois colocou o objeto de pesquisa em perspectiva, tanto sobre sua abrangência quanto em relação às suas carências comunicacionais. Se o planejamento da comunicação integrada perpassa por todos os tipos de organizações (KUNSCH, 2003), a área da saúde não pode se imaginar como fora desta esfera organizacional. Porém, tanto pela minha experiência profissional no setor quanto pelas observações realizadas nessa vivência, observo grande desarticulação entre a teoria e a prática, pois não se utiliza nem dos pressupostos da comunicação integrada e nem daqueles que ditam a transparência e a accountability na comunicação pública, além do próprio capital social possível na rede (MATOS, 2009). O VER-SUS como programa de formação de graduandos e membros da sociedade civil organizada é muito interessante, especialmente ao ser entendido como um processo orgânico que respeita as decisões coletivas. Considerei importante que muitos participantes fossem de cursos da área da saúde, mas é necessário interagir com interlocutores de outras áreas do conhecimento que também atuam nesse setor.

Comunicação pública; Projeto VER-SUS; relato de experiência.