Rede Unida, 12º Congresso Internacional da Rede Unida

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A visita domiciliar na Atenção Básica: um estudo de base nacional
Ângela Aquino Fagundes Severo, Mariana Santiago Siqueira, Patrícia Vitória Pires, Tatiana Fraga Dalmaso, Sílvia Troyahn Manica, Luciana Barcellos Teixeira

Última alteração: 2015-11-23

Resumo


APRESENTAÇÃO: No âmbito da Atenção Básica, a visita domiciliar (VD) configura-se como uma das modalidades da atenção em saúde, sendo um potente instrumento para produção de cuidado no contexto de vida dos usuários. Uma tecnologia de interação, capaz de contribuir para a integralidade da atenção em saúde. A VD enquanto instrumento de intervenção das equipes, têm como característica ser um ato planejado, sistematizado, com objetivos claros e delineados. A VD pode ter como objetivo, conhecer o domicílio do usuário e suas características, promover ações de promoção à saúde, incentivar práticas de autocuidado, prestar a assistência em saúde aos usuários em seu próprio domicílio, entre outros. Na direção de implementar políticas públicas que fortaleçam a Atenção Básica, torna-se importante conhecer a realidade das equipes no que diz respeito a tal tecnologia. Sendo assim, este estudo teve como objetivo descrever as características das visitas domiciliares ocorridas no âmbito da atenção básica. Metodologia: Trata-se de um estudo de base nacional, epidemiológico e descritivo, de equipes de saúde que aderiram ao PMAQ no primeiro ciclo ocorrido em 2012. Resultados: Das 17.202 equipes entrevistadas, 99,6% disseram realizar visita domiciliar. Destas 42% afirmaram haver protocolo ou documento que definem situações prioritárias para VD. Sobre a frequência das visitas 93,3% afirmaram que a periodicidade é definida de acordo com avaliações de risco e vulnerabilidade. Do total de 17.132 equipes, 91,1% afirmaram que os agentes comunitários de saúde (ACS) têm a programação das visitas feitas de acordo com prioridades estabelecidas pela equipe. Em relação à realização de busca ativa no território através das visitas dos ACS, 93,9% afirmaram realizar busca ativa às gestantes faltosas, 88,2% aos hipertensos faltosos, 88,2% aos diabéticos faltosos e 87% às mulheres com resultados do exame citopatológico alterado. Sobre quais profissionais da equipe realizam cuidado domiciliar do total de 17.132 que responderam a pergunta, a equipe de saúde bucal obteve percentuais abaixo de 50% (cirurgião-dentista de 42,5% e técnico/auxiliar de saúde bucal de 33,4%), já as categorias médica e enfermagem obtiveram percentuais acima de 90%. Considerações finais: Os dados possibilitaram uma maior aproximação e caracterização das VD, especialmente no que diz respeito à organização, eleição de prioridades e profissionais envolvidos com a visita e os cuidados domiciliares. Sobre a busca ativa realizada através do ACS, averiguou-se que uma maioria de gestantes, hipertensos, diabéticos e mulheres com alteração dos exames citopatológico, faltosos às consultas, são beneficiados com a modalidade. Os dados permitem problematizar a Educação Permanente das equipes da Atenção Básica voltadas ao aprimoramento desta tecnologia. Uma questão que pode entrar nesta agenda é a utilização de protocolos ou documentos que definam situações prioritárias, visto que essas situações variam muito de acordo com a realidade de cada território. Além disso, os dados apontam para necessidade de um maior envolvimento da equipe de saúde bucal com o cuidado domiciliar.

Palavras-chave


Visita Domiciliar; Produção do cuidado; Atenção em saúde.

Referências


Os conceitos e referências são do PMAQ.