Rede Unida, 12º Congresso Internacional da Rede Unida

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APOTAMENTOS SOBRE O ACOLHIMENTO NO CAPS AD
Samira de Alkimim Bastos, Claudiany Gonçalves Oliveira, Emille Maiane Santana Santos, Eliane Silva Gonçalves

Última alteração: 2015-11-23

Resumo


APRESENTAÇÃO: O acolhimento é o primeiro contato com quem procura o serviço a partir do qual será definida toda a sequência de atendimentos. No modelo de atenção psicossocial, as práticas se dão na lógica interdisciplinar, havendo a articulação de diferentes saberes. Nessa perspectiva, nos Centros de Atenção Psicossocial Álcool e outras Drogas - CAPS/AD, o acolhimento é feito por muitos. Durante o período de prática da residência vivenciado no CAPS/AD, percebeu-se que pela especificidade deste serviço é necessário que o acolhimento seja aperfeiçoado para garantir melhor o acompanhamento dos usuários. O presente trabalho buscou explanar sobre o conceito de acolhimento e esclarecer os principais aspectos a serem considerados na clínica de álcool e outras drogas. METODOLOGIA: Utilizou-se a revisão bibliográfica. Ao abordar o termo no campo da saúde, o acolhimento passa a ser compreendido como uma ferramenta tecnológica, dispositivo de intervenção de escuta, e de construção de vínculo constitutivo dos modos de se produzir saúde. Trata-se de uma ferramenta crucial para a realidade dos CAPS/AD, nas quais devem ofertar atendimento especializado a pacientes com transtornos decorrentes do uso e dependência de substâncias psicoativas. O acolhimento feito no CAPS/AD exige qualificação dos profissionais no que se refere a avaliação de riscos, e identificação do usuário em crise, uma vez que trata-se de um serviço de atenção especializada. Assim é mister a compreensão do que diz respeito a crise. Esta exige a avaliação de no mínimo três dimensões: 1) a dimensão clínica no sentido clássico: sintomas, quadro clínico, gravidade, agudicidade, nível de urgência, entre outros; 2) O campo da rede social e de suporte: o grau de ruptura desta rede, sua capacidade de enfrentamento da crise e 3) A posição subjetiva da pessoa em crise, diante do que se passa com ele, seu sofrimento e do que se diz sobre ele, incluindo, as intervenções de sua rede de suporte e dos serviços. RESULTADOS: Na construção dessa definição aprendemos que o eixo clínico, apesar de ser condição necessária para circunscrever a crise no campo da saúde mental, não é suficiente para capturar a sua gravidade e grau de urgência. Os outros dois eixos (a rede social e de suporte/e a posição subjetiva) têm muito mais interferência na modulação do grau de urgência e são mais decisivos do ponto de vista das intervenções. Assim, é importante ressaltar que em virtude da especificidade do CAPS/AD, o uso de álcool e outras drogas traz complicações clinicas, psíquicas e sociais urgentes, que não devem ser desconsideradas pelos profissionais que acolhem.

Palavras-chave


Acolhimento, Atenção Psicossocial

Referências


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RÊGO, M. (2009). Toxicomania: Movimento de uma clínica. In A. Nery Filho, E. Macrae, L. A. Luiz Alberto Tavares, & M. Rêgo (Orgs.). Toxicomanias: incidências clínicas e sociantropológicas (pp. 207-220). Salvador: EDUFBA: CETAD.

STEFANELLO, S.; CAMPOS, P. J. cuidado/manejo da pessoa em crise em situações específicas IN Crise e Urgência em Saúde Mental: o cuidado às pessoas em situações de crise e urgência na perspectiva da atenção psicossocial / Maria Terezinha Zeferino, Jeferson Rodrigues, Jaqueline Tavares de Assis (orgs.). – Florianópolis (SC): Universidade Federal de Santa Catarina, 2014.180 p.