Rede Unida, 12º Congresso Internacional da Rede Unida

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A COMUNICAÇÃO COMO COMPETÊNCIA PROFISSIONAL: ANÁLISE COMPARATIVA DAS DIRETRIZES CURRICULARES NACIONAIS PARA CURSOS DE MEDICINA 2001-2014
ADRIANA CAVALCANTI DE AGUIAR, WILSON COUTO BORGES, ELAINE FRANCO DOS SANTOS ARAUJO, DENISE ESPIÚCA MONTEIRO, GUILHERME CANEDO BORGES, Irene Kalil

Última alteração: 2016-01-06

Resumo


APRESENTAÇÃO: A ampliação do conceito e democratização das práticas de comunicação (além do papel instrumental de informar tratamentos/ mudança de comportamentos) demanda mudanças reconhecendo a mediação exercida por profissionais de saúde. No Brasil, a implantação do novo modelo assistencial estabelecido pelo Sistema Único de Saúde implica inovar na formação profissional, com valorização da cultura, linguagem, e relações de poder nos serviços de saúde. Universidades têm inovado no ensino da comunicação em Medicina a partir da homologação de Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) (Ministério da Educação 2001). O presente trabalho objetivou analisar essas diretrizes oficiais revistas em 2014, incorporando referenciais teóricos do campo da Comunicação mediante Análise de Conteúdo desse corpus de documentos. METODOLOGIA: Situamos o tema do currículo médico no campo da educação e dos estudos do currículo que problematizam a seleção de conteúdos e métodos que informam o ensino. A análise do material documental baseou-se no referencial metodológico da análise de conteúdo e como técnica adotou-se a análise temática. A análise de conteúdo desse documento incluiu elementos de contexto (teórico, social e institucional) incluindo elementos de contexto (social e institucional) que iluminam suas condições de sua produção, identificando continuidades e rupturas com consequências para as políticas de saúde. RESULTADOS: Nossa análise das DCN de 2014 está informada por variações do contexto político-institucional nacional e internacional intervenientes entre a homologação das duas versões das normativas que devem pautar o ensino da medicina. Alguns elementos considerados incluem: conceito de competência, desenvolvimento das políticas de saúde, concepção de desenvolvimento profissional (Educação Continuada e Educação Permanente), Multiprofissionalidade, Método de Produção das DCN, Modelo de Atenção à Saúde, Modelo de Comunicação. Os resultados apontam para a maior importância da Comunicação na formação médica, preconizada nas DCN 2014 para os três âmbitos da prática: Atenção à saúde, Educação na saúde e Gestão em saúde. Foi dada maior atenção à importância dos contextos (social e institucional) como balizadores das ações e emerge a questão da cultura como elemento de mediação entre médicos, membros da equipe de saúde e usuários. CONSIDERAÇÕES FINAIS: É sabido que algumas instituições de ensino têm inovado no ensino da comunicação para estudantes da saúde, mas, por outro lado, ainda é necessário ampliar a sistematização e análise crítica dessas iniciativas mediante adoção de métodos de pesquisa que atendam às peculiaridades do estudo das interações que ocorrem ao longo do processo formativo. Concluímos que as novas DCN para Medicina avançaram ao explicitar o conceito de competência que adotam e ao valorizar a importância da interpretação do contexto para o exercício da Comunicação, o que coloca desafios para a superação da visão de Comunicação como habilidade ou mera aplicação de técnicas.

Palavras-chave


COMUNICAÇÃO; FORMAÇÃO MÉDICA; COMPETÊNCIA PROFISSIONAL.

Referências


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