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APRESENTAÇÃO: O espaço escolar é um ambiente institucional e social privilegiado para o encontro da Educação e da Saúde, pois articula a convivência social, a busca por relações favoráveis no cuidado do ser humano, a possibilidade do encontro com diversas manifestações culturais, as trocas que produzem mudanças, novos pertencimentos. Essas alteridades possíveis fazem parte de um conjunto de atividades que estão embasadas pelos princípios da promoção da qualidade de vida, da prevenção de possíveis agravos, assim como do acompanhamento às situações que demandam cuidados nos diferentes níveis de atenção à saúde. Este resumo é fruto do caminho construído entre um grupo de profissionais de uma equipe de Estratégia de Saúde da Família e um grupo de adolescentes de uma Escola Municipal de Ensino Fundamental de um município do interior do Rio grande do Sul. A iniciativa do encontro se deu pelos profissionais que, ao realizarem os módulos do Curso de Terapia Comunitária Integrativa, viram-se na tarefa de multiplicar os aprendizados, assim como poder produzir um espaço que gerasse vida e multiplicasse experiências comunicativas efetivas entre o serviço de saúde e grupo de pré-adolescentes/ adolescentes. Para isso, a pesquisa teve como objetivo caracterizar as experiências vividas na intersecção saúde-educação, por meio da Terapia Comunitária Integrativa. METODOLOGIA: Utilizou-se de metodologia qualitativa, descritiva, com produção de materiais a partir dos encontros empreendidos. Foram realizados encontros iniciais de organização, levantamento de necessidades (ideias, sugestões, temáticas de interesse) e planejamentos de atividades com os serviços da Saúde e da Educação. Por conseguinte, foram realizadas rodas de conversa sob a metodologia da Terapia Comunitária Integrativa, nomeadas afetuosamente como “Papo de Adolescente” (como forma de pertencimento para o grupo) composto por jovens do 5º ao 9º ano da escola supracitada, não tendo distinção de sexo, entre o período de abril a dezembro de 2014. Houve participação média de 16 jovens por encontro, sendo a maioria do sexo feminino, tendo concentração maior de sujeitos que estavam no 6º e 7º ano. As principais temáticas dialogadas foram em relação às discussões com colegas de aula, desavenças professor-aluno, relacionamentos familiares conturbados, histórias de sofrimento familiar (morte, desaparecimento, tráfico de drogas, uso de psicotrópicos e outros), diferenças individuais, gênero, preconceitos e bullying. RESULTADOS: Percebeu-se que o grupo “Papo de Adolescente” oportunizou um espaço de diálogo, sendo livre para expressões artísticas e culturais, facilitando o enfrentamento de dificuldades em espaço familiar, escolar, social. Ainda, de um modo geral, os encontros entre os jovens e os profissionais da saúde proporcionaram um maior despojamento e um posicionamento para a mudança de atitudes de ambos, tanto no sentido de qualificação nas práticas de saúde, quanto nas reflexões em relação às situações da vida. Os encontros produziram potencialidades, em ambos os grupos, para lidar com as dificuldades que se apresentam no dia-a-dia, assim como um reconhecimento por parte dos jovens em relação às possibilidades de apoio que os profissionais da saúde podem ofertar em situações de “não doença”, comumente referenciadas como função dos serviços de Saúde.

Educação em Saúde; Saúde Escolar; Promoção da Saúde