Rede Unida, 12º Congresso Internacional da Rede Unida

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AÇÕES DA ENFERMAGEM VOLTADAS AO IDOSO EM INSTITUIÇÕES DE LONGA PERMANÊNCIA
FELIX KAIQUE BERNARDO BORGES, Renata Pereira Gonçalves, Kamyla Samara Gomes Melo, Marcos Carvalho Gonçalves, Rosana Alves de Melo, Fávia Emília Cavalcante Valença Fernandes

Última alteração: 2015-11-23

Resumo


APRESENTAÇÃO: Cuidar é uma atitude que envolve autocuidado, autoestima e autovalorização. Geralmente, o cuidado do idoso é realizado de maneira informal, que inclui família, amigos, vizinhos, membros da comunidade e, muitas vezes, é prestado voluntariamente e sem remuneração (SILVA; SANTOS, 2010). A família é a principal opção como alternativa nesse sistema de suporte informal, pois o cuidar é uma atividade que vai muito além do atendimento às necessidades básicas de cada ser humano, no momento de fragilidade (LENARDT et al. 2006, apud SILVA; SANTOS, 2010). Contudo, o maior problema é que as famílias não possuem nenhum tipo de sistema de apoio do Estado, pois o sistema de saúde não está preparado para atender às demandas dessas pessoas idosas nem de seus familiares cuidadores. A origem das Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPI) está ligada aos asilos, inicialmente dirigidos à população carente que necessitava de abrigo, frutos da caridade cristã diante da ausência de políticas públicas. Isso mostra que a carência financeira e a falta de moradia estejam entre os maiores motivos para a busca, bem como o fato de a maioria das instituições brasileiras serem filantrópicas (65,2%) (CAMARANO; KANSO, 2010). O despreparo dos profissionais de enfermagem que cuidam dos idosos institucionalizados é visível, pois não basta ter dedicação extrema ao idoso e conhecimento técnico das suas necessidades básicas. O profissional precisa buscar fontes diferenciadas de conhecimento. Um enfoque necessário e fundamental para o cuidado é o respeito pelos significados do idoso diante do cuidado que ele tem consigo (BENTES; PEDROSO; MACIEL, 2012). Tendo em vista, atualmente, um alto número de institucionalização de idosos, e a necessidade dos cuidados de enfermagem, esse artigo tem por objetivo compreender os cuidados da enfermagem em instituições de longa permanência para idosos.       METODOLOGIA: Revisão de literatura, através de das bases de dados Scientific Eletronic Library Online (SciELO) e Literatura Internacional em Ciências da Saúde (MEDLINE). Os descritores (DeCS) utilizados foram: Idoso; Envelhecimento; Cuidados de Enfermagem; Instituição de longa permanência para idosos. A coleta de dados foi realizada através de busca online de artigos que respondessem a seguinte questão de pesquisa: Como a equipe de enfermagem efetua o cuidado aos idosos em ILPI?   RESULTADOS: As ações educativas em saúde precisam estar voltadas para a promoção da saúde do idoso e, assim, para a melhora da autoestima e autoimagem desse idoso, a fim de manter o seu equilíbrio sócio e psicoemocional (SILVA; SANTOS, 2010). Com isso, faz-se perceber o idoso como sujeito ativo, capaz de promover mudanças e aumentar a autoconfiança, além de compartilhar saberes e, ao fazer isso, promover ações de educação em saúde junto aos outros idosos da instituição. Na aplicação dessas metodologias ativas é indispensável o olhar holístico do enfermeiro sobre o contexto em que estão as pessoas que ele está cuidando, assim, o mesmo poderá buscar ações inovadoras, que atendam os idosos de forma integral, e, ao mesmo tempo possibilitem a construção compartilhada de conhecimento e a busca pela saúde (PATROCINIO; PEREIRA 2013, apud MALLMANN et al., 2015). Porém, para que a promoção e a educação em saúde sejam realizadas de forma efetiva, deve-se trabalhar em conjunto com os idosos e não depositar neles a responsabilidade pela aquisição de hábitos saudáveis, pois necessita-se da integração dos aspectos físico, emocional e social, para que haja a promoção do envelhecimento ativo (FERNANDES; SIQUEIRA 2010, apud MALLMANN et al., 2015). A internação do idoso em uma ILPI é a modalidade mais antiga e universal de atendimento ao idoso, fora do convívio familiar, aonde a instituição assumiria a responsabilidade de cuidar, oferecendo apoio integral às necessidades, com o objetivo de propiciar melhor qualidade de vida (PASKULIN; VIANNA; VITORINO, 2012). Contudo, a literatura apresenta poucos estudos relacionados à qualidade de vida em ILPI. A realização de atividades físicas, lazer, culturais e de trabalhos em grupos contribuem satisfatoriamente para o equilíbrio biopsicossocial do idoso, assim, promovendo melhor qualidade de vida, que é de extrema importância nesse processo de adaptação ao novo lar (VALADARES et al., 2011 apud PASKULIN; VIANNA; VITORINO, 2012). Os profissionais das instituições, principalmente os enfermeiros, possuem papel fundamental para tornar esse ambiente mais humanizado, saudável e ao mesmo tempo dando oportunidades aos idosos para perceberem sua importante participação na sociedade (TAHAN; CARVALHO et al., 2012 apud PASKULIN; VIANNA; VITORINO, 2012). A inatividade gera complicações importantes na capacidade funcional e nos aspectos físicos, favorecendo a limitações e desconforto na execução de algumas atividades básicas na vida diária. Os aspectos psicológicos e sua saúde mental, também sofrem os impactos do internamento aonde pode levar a ansiedade, depressão, alterações no comportamento ou descontrole emocional e bem-estar psicológico. Contudo, esses resultados permitem concluir que a qualidade de vida em idosos institucionalizados tende a ser ruim (SILVA; SANTOS, 2010) por falta de uma gestão e uma equipe multidisciplinar (enfermeiro, nutricionista, fisioterapeuta, médico e cuidadores em geral) especializada em cuidados aos idosos institucionalizados. A enfermagem reconhece que o idoso, quando institucionalizado, necessita de atenção e cuidados específicos de forma a colaborar ao máximo na resolutividade dos problemas apresentados, incluindo as limitações próprias relacionadas ao envelhecimento. Porém, alguns enfermeiros relatam que tem receio de alcançar essa fase, pois é perceptível o tratamento oferecido aos idosos, onde não procuram saber quem foi essa pessoa e já o julgam dizendo que ele é chato, ou que não aguenta mais esses velhos (MALLMANN et al., 2015). Os idosos apresentavam uma visão de que a equipe de enfermagem, durante a execução dos procedimentos, demonstra sinceridade e honestidade. Isso vai de encontro ao Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem, que exige, dentre outras responsabilidades e deveres, que os profissionais exerçam suas atividades com justiça, compromisso, equidade, resolutividade, dignidade, competência, responsabilidade, honestidade e lealdade, independentemente do local de trabalho.   CONSIDERAÇÕES FINAIS: Os resultados permitiram a compreensão dos cuidados da enfermagem em ILPI, onde foram evidenciados sinceridade, honestidade e a falta de delicadeza, por parte da enfermagem, durante a execução dos cuidados. A enfermagem também referência dificuldades relevantes no ato de cuidar dos idosos pela falta de qualificação específica e a falta de paciência dos profissionais.

Palavras-chave


Idoso; Envelhecimento; Cuidados de Enfermagem

Referências


  1. SILVA, B. T.; SANTOS, S. S. C. Cuidados aos idosos institucionalizados: opiniões do sujeito coletivo enfermeiro para 2026. Acta paul. enferm.,  São Paulo ,  v. 23, n. 6, p. 775-781,   2010 .
  2. BENTES, A. C. O.; PEDROSO, J. S.; MACIEL, C. A. B. O idoso nas instituições de longa permanência: uma revisão bibliográfica. Aletheia, Canoas, n. 38-39, dez.  2012.
  3. CAMARANO, A. A.; KANSO, S. As instituições de longa permanência para idosos no Brasil. Rev. bras. estud. popul., São Paulo, v. 27, n. 1, p. 232-235, June 2010.
  4. MALLMANN, D. G. et al. Educação em saúde como principal alternativa para promover a saúde do idoso. Ciênc. saúde coletiva, Rio de Janeiro, v. 20, n. 6, p. 1763-1772, jun.  2015
  5. PASKULIN, L. M. G; VIANNA, L. A. C; VITORINO, L. M. Qualidade de vida de idosos em instituição de longa permanência. Rev. Latino-Am. Enfermagem, Ribeirão Preto, v. 20, n. 6, p. 1186-1195, dez.  2012.