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AÇÕES DA ENFERMAGEM VOLTADAS AO IDOSO EM INSTITUIÇÕES DE LONGA PERMANÊNCIA
Última alteração: 2015-11-23
Resumo
APRESENTAÇÃO: Cuidar é uma atitude que envolve autocuidado, autoestima e autovalorização. Geralmente, o cuidado do idoso é realizado de maneira informal, que inclui família, amigos, vizinhos, membros da comunidade e, muitas vezes, é prestado voluntariamente e sem remuneração (SILVA; SANTOS, 2010). A família é a principal opção como alternativa nesse sistema de suporte informal, pois o cuidar é uma atividade que vai muito além do atendimento às necessidades básicas de cada ser humano, no momento de fragilidade (LENARDT et al. 2006, apud SILVA; SANTOS, 2010). Contudo, o maior problema é que as famílias não possuem nenhum tipo de sistema de apoio do Estado, pois o sistema de saúde não está preparado para atender às demandas dessas pessoas idosas nem de seus familiares cuidadores. A origem das Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPI) está ligada aos asilos, inicialmente dirigidos à população carente que necessitava de abrigo, frutos da caridade cristã diante da ausência de políticas públicas. Isso mostra que a carência financeira e a falta de moradia estejam entre os maiores motivos para a busca, bem como o fato de a maioria das instituições brasileiras serem filantrópicas (65,2%) (CAMARANO; KANSO, 2010). O despreparo dos profissionais de enfermagem que cuidam dos idosos institucionalizados é visível, pois não basta ter dedicação extrema ao idoso e conhecimento técnico das suas necessidades básicas. O profissional precisa buscar fontes diferenciadas de conhecimento. Um enfoque necessário e fundamental para o cuidado é o respeito pelos significados do idoso diante do cuidado que ele tem consigo (BENTES; PEDROSO; MACIEL, 2012). Tendo em vista, atualmente, um alto número de institucionalização de idosos, e a necessidade dos cuidados de enfermagem, esse artigo tem por objetivo compreender os cuidados da enfermagem em instituições de longa permanência para idosos. METODOLOGIA: Revisão de literatura, através de das bases de dados Scientific Eletronic Library Online (SciELO) e Literatura Internacional em Ciências da Saúde (MEDLINE). Os descritores (DeCS) utilizados foram: Idoso; Envelhecimento; Cuidados de Enfermagem; Instituição de longa permanência para idosos. A coleta de dados foi realizada através de busca online de artigos que respondessem a seguinte questão de pesquisa: Como a equipe de enfermagem efetua o cuidado aos idosos em ILPI? RESULTADOS: As ações educativas em saúde precisam estar voltadas para a promoção da saúde do idoso e, assim, para a melhora da autoestima e autoimagem desse idoso, a fim de manter o seu equilíbrio sócio e psicoemocional (SILVA; SANTOS, 2010). Com isso, faz-se perceber o idoso como sujeito ativo, capaz de promover mudanças e aumentar a autoconfiança, além de compartilhar saberes e, ao fazer isso, promover ações de educação em saúde junto aos outros idosos da instituição. Na aplicação dessas metodologias ativas é indispensável o olhar holístico do enfermeiro sobre o contexto em que estão as pessoas que ele está cuidando, assim, o mesmo poderá buscar ações inovadoras, que atendam os idosos de forma integral, e, ao mesmo tempo possibilitem a construção compartilhada de conhecimento e a busca pela saúde (PATROCINIO; PEREIRA 2013, apud MALLMANN et al., 2015). Porém, para que a promoção e a educação em saúde sejam realizadas de forma efetiva, deve-se trabalhar em conjunto com os idosos e não depositar neles a responsabilidade pela aquisição de hábitos saudáveis, pois necessita-se da integração dos aspectos físico, emocional e social, para que haja a promoção do envelhecimento ativo (FERNANDES; SIQUEIRA 2010, apud MALLMANN et al., 2015). A internação do idoso em uma ILPI é a modalidade mais antiga e universal de atendimento ao idoso, fora do convívio familiar, aonde a instituição assumiria a responsabilidade de cuidar, oferecendo apoio integral às necessidades, com o objetivo de propiciar melhor qualidade de vida (PASKULIN; VIANNA; VITORINO, 2012). Contudo, a literatura apresenta poucos estudos relacionados à qualidade de vida em ILPI. A realização de atividades físicas, lazer, culturais e de trabalhos em grupos contribuem satisfatoriamente para o equilíbrio biopsicossocial do idoso, assim, promovendo melhor qualidade de vida, que é de extrema importância nesse processo de adaptação ao novo lar (VALADARES et al., 2011 apud PASKULIN; VIANNA; VITORINO, 2012). Os profissionais das instituições, principalmente os enfermeiros, possuem papel fundamental para tornar esse ambiente mais humanizado, saudável e ao mesmo tempo dando oportunidades aos idosos para perceberem sua importante participação na sociedade (TAHAN; CARVALHO et al., 2012 apud PASKULIN; VIANNA; VITORINO, 2012). A inatividade gera complicações importantes na capacidade funcional e nos aspectos físicos, favorecendo a limitações e desconforto na execução de algumas atividades básicas na vida diária. Os aspectos psicológicos e sua saúde mental, também sofrem os impactos do internamento aonde pode levar a ansiedade, depressão, alterações no comportamento ou descontrole emocional e bem-estar psicológico. Contudo, esses resultados permitem concluir que a qualidade de vida em idosos institucionalizados tende a ser ruim (SILVA; SANTOS, 2010) por falta de uma gestão e uma equipe multidisciplinar (enfermeiro, nutricionista, fisioterapeuta, médico e cuidadores em geral) especializada em cuidados aos idosos institucionalizados. A enfermagem reconhece que o idoso, quando institucionalizado, necessita de atenção e cuidados específicos de forma a colaborar ao máximo na resolutividade dos problemas apresentados, incluindo as limitações próprias relacionadas ao envelhecimento. Porém, alguns enfermeiros relatam que tem receio de alcançar essa fase, pois é perceptível o tratamento oferecido aos idosos, onde não procuram saber quem foi essa pessoa e já o julgam dizendo que ele é chato, ou que não aguenta mais esses velhos (MALLMANN et al., 2015). Os idosos apresentavam uma visão de que a equipe de enfermagem, durante a execução dos procedimentos, demonstra sinceridade e honestidade. Isso vai de encontro ao Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem, que exige, dentre outras responsabilidades e deveres, que os profissionais exerçam suas atividades com justiça, compromisso, equidade, resolutividade, dignidade, competência, responsabilidade, honestidade e lealdade, independentemente do local de trabalho. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Os resultados permitiram a compreensão dos cuidados da enfermagem em ILPI, onde foram evidenciados sinceridade, honestidade e a falta de delicadeza, por parte da enfermagem, durante a execução dos cuidados. A enfermagem também referência dificuldades relevantes no ato de cuidar dos idosos pela falta de qualificação específica e a falta de paciência dos profissionais.
Palavras-chave
Idoso; Envelhecimento; Cuidados de Enfermagem
Referências
- SILVA, B. T.; SANTOS, S. S. C. Cuidados aos idosos institucionalizados: opiniões do sujeito coletivo enfermeiro para 2026. Acta paul. enferm., São Paulo , v. 23, n. 6, p. 775-781, 2010 .
- BENTES, A. C. O.; PEDROSO, J. S.; MACIEL, C. A. B. O idoso nas instituições de longa permanência: uma revisão bibliográfica. Aletheia, Canoas, n. 38-39, dez. 2012.
- CAMARANO, A. A.; KANSO, S. As instituições de longa permanência para idosos no Brasil. Rev. bras. estud. popul., São Paulo, v. 27, n. 1, p. 232-235, June 2010.
- MALLMANN, D. G. et al. Educação em saúde como principal alternativa para promover a saúde do idoso. Ciênc. saúde coletiva, Rio de Janeiro, v. 20, n. 6, p. 1763-1772, jun. 2015
- PASKULIN, L. M. G; VIANNA, L. A. C; VITORINO, L. M. Qualidade de vida de idosos em instituição de longa permanência. Rev. Latino-Am. Enfermagem, Ribeirão Preto, v. 20, n. 6, p. 1186-1195, dez. 2012.