Rede Unida, 12º Congresso Internacional da Rede Unida

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A INFLUÊNCIA DO APOIO SOCIAL NA DEPRESSÃO EM IDOSOS
Rosana Alves de Melo, Flávia Emília Cavalcante Valença Fernandes, Diego Rislei Ribeiro, Mayra Cavalcante do nascimento, Lessaiane Catiuscia Silva de Oliveira

Última alteração: 2016-03-03

Resumo


APRESENTAÇÃO: A depressão é uma doença que acompanha a humanidade há milhares de anos, e que tempos antes de Cristo haviam notificações de indivíduos atingidos com a tão temida depressão, antes designada por melancolia. De acordo com a Classificação Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (CID10), a depressão é uma doença que se caracteriza por afetar o estado natural de humor do indivíduo, deixando-o com um predomínio anormal de tristeza (CONTE; SOUZA, 2009). Segundo dados recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), o número de idosos (pessoas com mais de 60 anos) soma-se em 23,5 milhões no Brasil, nas próximas duas décadas a população idosa no Brasil pode ultrapassar a marca de 30 milhões de pessoas e poderá representar quase 13% da população nacional (IBGE, 2012). Essa é a doença psiquiátrica mais recorrente entre idosos, onde seu estilo de vida pode ser afetado por doenças somáticas relacionadas à depressão e tendências de suicídio (OLIVEIRA, GOMES, OLIVEIRA, 2006). A influência do apoio social na depressão em idosos tem sido de suma importância, pois faz o idoso se sentir mais seguro na vida, vivendo mais feliz e ajuda a superar a doença quando já está de fato instalada. Na terceira idade, o apoio social provém, especialmente, de familiares e amigos. Dessa forma, esta influência social relaciona-se diretamente com o emocional, sendo esse fator primordial para o não surgimento da depressão. Entretanto, a sociedade desconhece como agir frente à depressão em idosos (CARNEIRO et al., 2007). Identificar sinais e sintomas depressivos em idosos tem sido um desafio para os profissionais da área de saúde e sociedade. Para a orientação da equipe multidisciplinar na assistência ao paciente idoso foi criada a Escala de Depressão Geriátrica como instrumento válido para a detecção de sintomas (SIQUEIRA et al., 2009). Portanto, a pesquisa busca esclarecer a sociedade sobre as ações positivas que amenizam a ocorrência de depressão em idosos. Essas suposições constituem a base do objetivo da pesquisa que pretende discorrer da influência do apoio social na depressão em idosos. METODOLOGIA: Trata-se de uma revisão da literatura, cujo levantamento das informações foram obtidas através de busca nos bancos de dados Scientific Electronic Library Online (SCIELO), Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde ( LILACS), Utilizaram-se os seguintes descritores: Depressão, saúde do idoso, apoio social.  Na busca, foram obtidos 68 artigos e usou-se 9 artigos. Os critérios de escolha foram os que ofereceram maior relevância para o tema abordado. A busca limitou-se a artigos publicados nos períodos de 2001 a 2014, incluindo língua portuguesa e inglesa. Além disso, os dados foram colhidos entre os meses de agosto e setembro de 2015.   RESULTADOS: O apoio social relaciona-se de forma positiva no que se refere à depressão em idosos. A influência de familiares, amigos e a sociedade no geral, tornam-se importante para as novas mudanças que ocorrem nesse novo ciclo biológico. Com a chegada da terceira idade, ocorrem transformações na vida do ser humano, que por sua vez podem interferir de forma negativa. A tão almejada aposentadoria é conquistada, mas com ela vem o sentimento de inutilidade, e muitos passam a acreditar que agora não são mais úteis e que seu papel social já foi realizado. Portanto passam a viver em casa, sem ocupações, favorecendo o aparecimento de sentimentos melancólicos (PIMENTEL, AFONSO, PEREIRA, 2012). O apoio social é diferente de estar/viver acompanhado fisicamente, demonstrações de afeto e de incentivo são essenciais, é preciso lembrá-lo da sua capacidade, promover sua autonomia e independência, para que ele sinta-se atuante e que a mudança de vida, como por exemplo, o fato de não ter os filhos por perto todos os dias, não seja motivo de sentir-se abandonado, mas ter ciência que apesar dos laços afetivos sólidos cada um possui o seu estilo de vida de acordo com sua fase e escolhas (FERREIRA, et al, 2012). Promover o bem- estar físico, mental e social do idoso, pode ser utilizado para a prevenção da depressão, fazer com que se sinta querido, amado e útil e mostrar também a importância dele para a sociedade pode funcionar como tampão para o acometimento da depressão. Estilos de vida podem ser mudados, logo, oferecer atividades como terapia ocupacional, pode melhorar a qualidade de vida, o incentivo a práticas de atividade física também é uma forma de fazer com que se sintam bem. Portanto a família, amigos e a sociedade devem estar atentos para oferecer o apoio social para os idosos (PIMENTEL, AFONSO, PEREIRA, 2012). Entretanto chegar a uma idade mais avançada não significa que se vive bem. Desta forma, é importante direcionar um cuidado minucioso em favor desse grupo com políticas públicas eficazes. E no caso da depressão tanto para prevenção quanto para o tratamento faz-se necessário ações político-sociais consistentes. Isto porque é uma doença com sintomas que podem ser facilmente confundida com sinais típicos da idade e muitas vezes negligenciada e não tratada. Por esse motivo é imprescindível que os profissionais de saúde estejam atentos a esses sinais e sintomas e preparados para reconhecê-los e agir, mas para isso também é interessante contar com uma estrutura sócio-política que ofereça recursos para tais ações visando à promoção a saúde e a reabilitação psicossocial (BRASIL, 2007). Outra forma considerada significativa como influência positiva frente à depressão em idosos é uma maior participação destes na inclusão digital. Pesquisas realizadas informam que ainda é mínima a interação de idosos ao mundo da internet comparada a outras faixas etárias. Com isso, é imprescindível não só pensar em uma inclusão tecnológica, mas também articular uma educação consistente para essa faixa etária a fim de promover sua inserção em meios de comunicações voltados para a internet. Sendo assim, seu bem estar físico e emocional será trabalhado de forma como uma de suas atividades ocupacionais, a fim de prevenir a depressão (SCHWAMABACH e SILVA, 2011). Na assistência da saúde do idoso com depressão, o papel do profissional de enfermagem está relacionado primeiramente a identificar sinais da doença ou os fatores de risco para a mesma, e orientar o paciente e a família quanto à importância de um diagnóstico preciso e um tratamento adequado. Nos casos em que a depressão já está instalada o enfermeiro deve agir de forma empática com a finalidade de criar um elo de confiança a fim de escutar o usuário do serviço e identificar as possíveis causas do quadro.  A partir de então é importante estimular o idoso a praticar atividades que o provoquem um bem estar físico e mental e dar suporte procurando entende-lo esclarecendo suas dúvidas e sempre o encorajando (SANTOS, et al, 2010).       CONSIDERAÇÕES FINAIS: A importância da influência no apoio social ficou evidenciada pela participação da família, amigos e todo âmbito social, demonstrando o papel significativo frente ao paciente da terceira idade com sintomas depressivos. Percebeu-se no decorrer da pesquisa que existe uma dificuldade de diagnóstico, por associar os sintomas a fatores normais da idade, e as limitações relacionadas à falta de informação da sociedade sobre a temática. Conclui-se a necessidade de estudos da aplicabilidade de inclusão digital na integração dos idosos nas relações sociais, minimizando os efeitos da depressão.

Palavras-chave


depressão;saúde do idoso;apoio social

Referências


CONTE, Lourdes Bernardete Dezordi; SOUZA, Lúcia Nazareth Amante de. Perfil epidemiológico do envelhecer com depressão. Rev. Inst. Ciênc. Saúde. 2009;27(3):214-9.

INSTITUTO BRASLEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Ministério do planejamento, orçamento e Gestão. Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, dados fornecidos em meio eletrônico, 2012.

OLIVEIRA, Deise A A P; GOMES, Lucy; OLIVEIRA, Rodrigo F. Prevalência de depressão em idosos que freqüentam centros de convivência. Rev. Saúde Pública, São Paulo, v. 40, n. 4, p. 734-736, Aug.  2006 .

CARNEIRO, Rachel Shimba et al. Qualidade de vida, apoio social e depressão em idosos: relação com habilidades sociais. Psicol. Reflex. Crit., Porto Alegre, v. 20, n. 2, p. 229-237,   2007.

SIQUEIRA, Gisela Rocha de et al. Análise da sintomatologia depressiva nos moradores do Abrigo Cristo Redentor através da aplicação da Escala de Depressão Geriátrica (EDG). Ciênc. saúde coletiva, Rio de Janeiro, v. 14, n. 1, p. 253-259, Feb.  2009.

PIMENTEL, Ana Filipa; AFONSO, Rosa Marina; PEREIRA, Henrique. Depression and support in old age. Psic., Saúde & Doenças, Lisboa, v. 13, n. 2, 2012 .

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Envelhecimento e saúde da pessoa idosa. Brasília, 2007. Caderno de Atenção Básica n. 19.

 

SANTOS, S.S.C. et al. Diagnósticos e intervenções de enfermagem para idosos deprimidos e residentes em uma instituição de longa permanência (ILP). Enferm. glob., Murcia,  n. 20, oct.  2010 .