Rede Unida, 12º Congresso Internacional da Rede Unida

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TRATAMENTO PARA O CÂNCER E SUA RELAÇÃO COM DISFUNÇÃO SEXUAL FEMININA: REVISÃO DE LITERATURA
Tuanna Agne, Fátima Ferreti Tombini

Última alteração: 2016-01-06

Resumo


APRESENTAÇÃO: Disfunção sexual feminina dolorosa é classificada como dispareunia ou vaginismo. A dispareunia é a dor genital associada com intercurso sexual e o vaginismo é a contração involuntária dos músculos do períneo, causando a oclusão do intróito vaginal. As disfunções sexuais femininas ocorrem pela deficiência de estrogênio e testosterona, esses são os hormônios principais envolvidos na função sexual e associados a essa deficiência, qualquer alteração no tônus dos músculos que formam o assoalho pélvico pode determinar o surgi­mento dessas disfunções sexuais. O tratamento para o câncer que inclui a quimioterapia, radioterapia e hormonioterapia aumentam a sobrevida, mas provocam uma série de consequências físicas e emocionais na mulher. OBJETIVOS: O objetivo desse artigo é relacionar o tratamento do câncer com as ocorrências de disfunções sexuais femininas, utilizando uma revisão na literatura. METODOLOGIA: Realizada uma revisão nas bases de dados: Lilacs, Scielo e Pubmed, incluindo livros e periódicos de 1992 a 2014 para embasamento do artigo. Os idiomas considerados para a pesquisa foram Português, Inglês e Espanhol. RESULTADOS: O tratamento para o câncer causa transição abrupta à menopausa e capacidade de irritar todas as mucosas do corpo, entre elas a parede vaginal, e também causar danos vasculares ou nervosos. As principais disfunções sexuais femininas encontradas foram o desejo hipoativo, diminuição da excitação, dispareunia e vaginismo. E as principais complicações foram estenose, atrofia vaginal e a diminuição da lubrificação. Esses problemas afetam a qualidade de vida e a saúde física e mental da paciente e do parceiro, uma vez que a mulher se sente amedrontada, abalada e insegura, diante dos efeitos colaterais do tratamento para o câncer. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A maioria das mulheres não procura tratamento médico por inibição da queixa ou o médico que se concentra nas medidas terapêutica e não investiga queixas na função sexual. Assim, a disfunção sexual feminina não é diagnosticada e tratada. A equipe multiprofissional deve voltar sua atenção para a investigação das questões relacionadas à retomada da vida sexual da mulher, oferecendo aconselhamento e orientação. Pelo fato das disfunções sexuais interferirem tanto na saúde, é importante estabelecer um perfil das pacientes que realizaram tratamento para o câncer, a fim de servir na elaboração de ações de promoção, prevenção, avaliação e tratamento fisioterapêutico. Os efeitos das alterações vaginais na sexualidade das mulheres, bem como qualquer angústia resultante, após o tratamento do câncer têm recebido pouco estudo. Estas alterações merecem acompanhamento e tratamento, quando presentes. Palavras-chaves: câncer, dispareunia, vaginismo, fisioterapia, assoalho pélvico

Palavras-chave


câncer, dispareunia, vaginismo, fisioterapia, assoalho pélvico

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