Rede Unida, 12º Congresso Internacional da Rede Unida

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Renascendo das cinzas: o resgate do sonho de ser educadora a partir da experiência de facilitação no Projeto Gestão da Clínica no SUS, do Hospital Sírio-Libanês
Adélia Delfina da Motta Silva Correia, Leonardo Guirao Jr.

Última alteração: 2015-10-29

Resumo


APRESENTAÇÃO: O presente resumo relata a atuação como facilitadora do Projeto Gestão da Clínica no SUS, do Instituto de Ensino e Pesquisa (IEP), do Hospital Sírio-Libanês (HSL), de São Paulo, em parceria com o Ministério da Saúde.   METODOLOGIA: Tive diferentes experiências de facilitação no projeto: 2009-2010, Especialização em Gestão da Clínica nas Redes de Atenção à Saúde; 2012-2013 - Especialização em Regulação em Saúde no SUS; 2012-2013 e 2013-2014 Especialização em Educação na Saúde para Preceptores do SUS. Essa vivência, desde 2009, permitiu que eu aprendesse mais sobre aprender e ensinar, resgatando o sonho de ensinar na graduação. Além do contato direto com diferentes metodologias ativas, evidenciou-se que todo o professor da área da graduação em saúde deve estar ciente de que o ponto de partida da organização dos serviços de saúde precisa ser mesmo a necessidade de saúde da população, portanto, também a formação precisa se basear nela. A cada encontro, evidenciava-se a necessidade de buscar (re)construir caminhos para aproximar a formação de profissionais de saúde das necessidades da Atenção Primária à Saúde (APS), recomendando a reorientação da formação, com o estímulo da atuação interdisciplinar multiprofissional, construindo um novo modelo pedagógico, capaz de equilibrar a excelência técnica e a relevância social, com métodos de ensino-aprendizagem centrados no aluno e desenvolvidos permanentemente, tendo a integração entre a universidade e os serviços de saúde como base. Na graduação ou na pós-graduação, os profissionais de saúde precisam (re)aprender sobre saúde no Brasil, o que implica em conhecer sobre as necessidades de saúde da população e também sobre os novos modos de fazer saúde propostos pela organização do SUS. Por isso, é fundamental que professores e preceptores em saúde sejam (re)formados para conhecer estas necessidades e as capacidades de resposta a elas, especialmente com a integração ensino-serviço.  RESULTADOS: A partir disso, pude refletir o quão são necessárias mudanças no processo de formação em saúde, que implicam no (re)encontro entre ensino e serviço, na criação de um espaço permanente de reflexão tanto sobre os processos de trabalho quanto sobre os de ensino-aprendizagem. Assim, resgatei em mim mesma, servidora do SUS há 20 anos, o desejo de estar na graduação, já que por muito tempo cheguei a pensar que meu sonho de ser educadora não passava de um ilusão, um engano.  CONSIDERAÇÕES FINAIS: Os processos educacionais do Projeto Gestão da Clínica no SUS me ajudaram a enxergar a educadora sempre esteve em mim. Vi-me realmente renascendo das cinzas durante todos esses anos no Projeto. Nesse período de 2009 a 2014, ela, a educadora que sempre esteve em mim, ressurgiu das cinzas, como a ave mítica Fênix, e me encheu de forças e vontade de resgatar meu sonho. Percebi que não havia tempo a perder, ser educadora me faz feliz, e este curso me ajudou a ter certeza disso. Em 2014, passei no concurso para a Saúde da Família e Comunidade na Faculdade de Medicina da UFMS, e tenho podido ser educadora, contribuindo com a formação de novos médicos para o SUS.

Palavras-chave


Sistema Único de Saúde; Processos Educacionais na Saúde; Aprendizagem Baseada em Problemas

Referências


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