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INTRODUÇÃO: O SUS é de fato e de direito um dos maiores patrimônios da sociedade civil brasileira, garantido pela Constituição Federal de 1988. Desde então o Estado deve garantir a prestação de serviços de saúde a toda população brasileira, mediante políticas públicas e sociais.  Atualmente o Sistema Único Saúde presta serviços de alta, média e baixa densidade tecnológica, que atuam desde a prevenção até o tratamento de doenças. O SUS é universal e garante integralidade e equidade aos usuários, de acordo com seus princípios doutrinários. Nessa perspectiva a gestão dos sistemas de saúde no Brasil é um grande desafio para consolidação e o bom funcionamento do SUS. Adota-se praticas administrativas, algumas complexas em função da ampla extensão dessa área e da necessidade conciliar interesses individuais, corporativos e coletivos, com finalidade de otimizar o funcionamento dos serviços de forma a obter o máximo de eficiência, eficácia e efetividade. O SUS é um sistema democrático, assim, as mudanças na prática da gestão acabam sendo favorecidas. A partir disso urge a inserção de pactos entre gestores a níveis, federal, estadual e municipal a que venham privilegiar a reorganização da lógica de gestão do sistema. É importante que o modelo de saúde vigente no país seja discutido na formação dos profissionais de saúde, considerando que será o lugar em que grande parte irá trabalhar. A reorientação do modelo assistencial implica, em repensar e reformular a organização da assistência à saúde no SUS no âmbito mais global (formulação de políticas para o setor) como também na micropolítica do trabalho em saúde, a fim de incorporar novos valores e tecnologias a essa prática. Para avançar e se contrapor ao modelo de atenção à saúde hegemônico, é necessária mudanças reais na organização da assistência, passa necessariamente pela reflexão e reorganização do trabalho em saúde, considerado o tema fundamental que subsidia qualquer discussão nesse sentido. Para tanto, é imprescindível conhecer a lógico do sistema e operacionaliza-lo como ordena as leis orgânicas de saúde. OBJETIVO: Apresentar uma experiência exitosa do SUS na cidade de João Pessoa – PB a partir do olhar dos discentes de enfermagem. METODOLOGIA: Trata-se de um relato de experiência produzido por discentes do quinto período do curso de graduação em enfermagem, durante a execução do módulo de Atenção à Saúde V- gestão do SUS. Foi construído um documentário pelos próprios alunos como metodologia ativa do módulo. O conteúdo abordado versou sobre experiências exitosas dentro do SUS. A produção ocorreu no mês de setembro de 2015, na cidade de João Pessoa. O vídeo foi editado e compartilhado em sala de aula com os demais alunos. A turma foi dividida em quatro grupos. Cada grupo ficou responsável por investigar uma experiência exitosa na gestão do SUS. A ideia era filmar a experiência e conversar com gestores, trabalhadores e usuários acerca da experiência. Esse relato traz a cidade de João Pessoa, trabalho produzido por um grupo. Os demais produziram acerca de outras cidades. A experiência exitosa foi encontrada no Hospital Universitário da cidade, cenário de estudo. O interesse do grupo foi em mostrar o funcionamento da brinquedoteca, que é um espaço voltado para as crianças que estão hospitalizadas na clínica de pediatria do hospital e funciona como terapia complementar no tratamento das mesmas. O documentário foi feito com a autorização da enfermeira, coordenadora responsável pelo setor da Clínica Pediátrica, onde foram apresentados os Termos de Consentimento Livre e Esclarecido para cada colaborador do documentário e a partir dai foram coletadas as informações acerca da experiência exitosa. A brinquedoteca funciona diariamente e é disponibilizada para o divertimento das crianças que estão hospitalizadas e que podem se deslocar do leito com segurança e aprovação imediata da equipe de saúde. As recreações são realizadas por voluntários e estudantes da Universidade Federal da Paraíba, que através de projetos de pesquisa realizam atividades recreativas com as crianças, além de grupos religiosos e a própria equipe de enfermagem do setor. Com a permissão da Coordenadora do setor, nossa equipe realizou uma manhã recreativa com as crianças onde nos caracterizamos com roupas coloridas, realizamos atividades de pinturas, músicas, dinâmicas, histórias e um lanche, em conjunto com a equipe de nutrição, e através desse momento pudemos mostrar com êxito o funcionamento da brinquedoteca. RESULTADOS: As crianças interagiram muito bem com as atividades realizadas, principalmente devido a grande ausência das atividades naquele local. Tivemos também o apoio das acompanhantes, que foi primordial para a realização do documentário. Ressalta-se que o trabalho em saúde, enquanto trabalho humano, vivo em ato, é fundamental e insubstituível, sendo operado através de relações estabelecidas entre as diversas categorias profissionais e destes como os usuários. Portanto, a reestruturação produtiva que se processa na saúde é de outra ordem, não estando determinada pelos avanços tecnológicos, mas, antes, pela gestão e produção do cuidado com base em tecnologias não-equipamentos. Além de ter o privilégio de proporcionar um momento de alegria aos pequenos internos, foi possível também ver o funcionamento de um serviço público, que é de direito daquela população e que realmente está a cumprir com seu objetivo na sociedade. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Fazer com que o sistema de saúde funcione com qualidade, exige dos gestores, trabalhadores e usuários, conhecerem a realidade, focalizar as políticas públicas com planejamentos e decisões racionais para priorizar esse ou aquele tipo de ação, e que tenham a maior efetividade e eficiência no uso dos escassos recursos do setor para a promoção, prevenção e recuperação da saúde. Nesse sentido, é imperioso ressaltar a necessidade de mudança das práticas em saúde, qualificação dos profissionais com base na educação permanente em saúde e a articulação entre as instituições de ensino com os serviços. É fundamental também, no tocante à academia, que metodologias como essa sejam adotadas pelos demais módulos do curso de enfermagem e pelos demais cursos da saúde, pois faz o aluno conhecer práticas diferentes no SUS, acreditar que se pode fazer a diferença e sair da zona de conforto do modelo centrado na doença e passar a olhar o usuário no contexto da integralidade. O aluno passar a ser protagonista do processo ensino-aprendizagem e mantém uma relação horizontal com o professor, produzindo juntos novos saberes e novas práticas.

Sistema Único de Saúde; Saúde da Criança; Saúde Coletiva.