Rede Unida, 12º Congresso Internacional da Rede Unida

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O GRAFITE COMO LINGUAGEM PARA PROMOÇÃO DA SAÚDE
Rafael Cavadas Tavares, Igor Azeredo Cruz, Elen Souza, Cristina Boaretto, Betina Durovni, Daniel Soranz, Ana Maria Castro

Última alteração: 2016-02-01

Resumo


A cidade do Rio de Janeiro é representativa dos grandes aglomerados urbanos mundiais, com cerca de sete milhões de habitantes, vocação turística e sede de grandes eventos internacionais. É ainda um território de contrastes e desigualdades sócio econômicas, com demandas urgentes e ininterruptas para a saúde, o que impõe aos gestores do SUS e trabalhadores da saúde a busca de respostas imediatas e decisões qualificadas. Neste contexto de diversos vetores tencionando a conformação das redes de saúde, destacamos a Promoção da Saúde como vetor de considerável potência para contribuir com a qualidade de vida dos povos e com a emancipação dos sujeitos, na promoção do autocuidado e no cuidado com o próximo. Para diversificar as estratégias de Promoção da Saúde e inserir sua temática no contexto das linguagens urbanas, a Superintendência de Promoção da Saúde, da Secretaria Municipal de Saúde, desenvolveu em 2015, o projeto “Saúde e Arte de Rua: o grafite promovendo a vida”, inserindo a Saúde na estética da cidade, por meio da arte de rua, com os temas relevantes à saúde da população e a Promoção da Saúde. A iniciativa de adotar o grafite como uma linguagem considera a relevância desta manifestação artística na dinâmica urbana e a capacidade de expressão particular no território que está inserido, em uma comunicação direta com a população, implicada no cotidiano dos sujeitos para além dos consultórios e das unidades de saúde. RESULTADOS: Como resultados foram grafitados 12 temas prioritários da Promoção da Saúde no âmbito da gestão municipal: Controle do Tabagismo, Diversidade Religiosa, Diversidade no Namoro, Valorização do Parto Normal, Valorização da Paternidade, Valorização da Amamentação, Saúde e Cultura da Paz, Não a violência contra a mulher, Diferentes Tipos de Família, Atividade Física, Alimentação Saudável, Saúde na Escola e Cuidados com o Lixo. Os grafites foram realizados nas fachadas das unidades de saúde, nas 10 regiões de saúde da cidade, em vias de grande circulação e visibilidade. No ato da ação dos grafites foram convocados atores dos próprios territórios e trabalhadores de saúde para promover um diálogo com a população sobre a temática objeto da ação, configurando assim uma cena interativa e compartilhada de prevenção e promoção da saúde. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A experiência da ação como potencializadora da interação dos campos da Saúde e da Arte, se revelou como um dispositivo potente de educação em saúde ao trazer para o centro da arena a troca entre artistas, profissionais de saúde e usuários dos serviços de saúde. A realização do registro das ações em fotografias e materiais audiovisuais constituem mais um dispositivo mobilizador, para além do ato da ação do grafite, construindo novas cenas de saúde, no movimento contínuo dos territórios urbanos.

Palavras-chave


promoção da saúde; saúde; educação; grafite; arte de rua