Tamanho da fonte: 

APRESENTAÇÃO: O propósito da pesquisa foi a aplicação da Atenção Farmacêutica que se define como a participação ativa do farmacêutico para a assistência ao paciente na dispensação e seguimento de um tratamento farmacoterapêutico cooperando assim com o médico e outros profissionais da saúde a fim de conseguir resultados que melhorem a qualidade de vida do paciente e utilização dos cuidados paliativos domiciliar que consiste em ações na assistência promovida por uma equipe multiprofissional, por meio da prevenção e alívio do sofrimento, da identificação precoce, avaliação impecável e tratamento de dor e demais sintomas físicos, sociais, psicológicos e espirituais juntamente com o trabalho da equipe de saúde multiprofissional da Estratégia Saúde da Família (ESF) aos pacientes oncológicos pertencentes ao domicílio de Parelheiros-Região Sul de São Paulo e que são assistidos pelas Unidades Básicas de Saúde (Barragem, Nova América, Iporã e Marsilac) gerenciadas pela parceira Organização Social de Saúde Associação Saúde da Família (ASF) – Coordenação Sul. Após avaliação pelo setor de desenvolvimento e pesquisa da Supervisão Técnica de Saúde de Parelheiros (STSP) e Coordenação Regional de Saúde Sul (CRSS) e pelos Comitês de Ética e Pesquisa da Universidade Paulista (UNIP) unidade Vergueiro e Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo (SMS) está última em 21 de agosto de 2013, autorizaram o início da pesquisa a partir desta data, sob o número de protocolo CAAE n°00780613.5.3001.0086. A coleta de dados dos prontuários seguiu o seguinte cronograma: 01/09/2013 a 30/09/2013 e a finalização do trabalho em janeiro de 2014. METODOLOGIA: Foi realizada pesquisa retrospectiva de prontuários de 67 pacientes com doenças não curativas (oncológicos e acamados) e avaliação de resultados após aplicação da atenção farmacêutica a estes pacientes em visita domiciliar no período de seis meses (4/2012 a 10/2012) onde esta ação já é efetuada de forma contínua de acordo com as diretrizes de visita domiciliar e Atenção farmacêutica na Estratégia Saúde da Família. As informações verificadas foram a reconciliação medicamentosa, orientações em domicílio após a alta hospitalar, orientação sobre a forma correta de administração de medicamentos e diluição e utilização de medicamentos via Sonda Nasogástrica, Nasoenteral (SNE), Entéricas (SE) e Gástricas (SNG) e as possíveis interações medicamentos (fármaco/fármaco e fármaco/alimentos). Foi aplicado questionário junto aos profissionais: Nutricionista (2), Terapeuta ocupacional (2), Assistente social (2), Psicólogo (2), Enfermeiros (8), Auxiliares de enfermagem (16), Fisioterapeuta (2), Fonoaudiólogo (2) e Médico (9), envolvidos para verificação das dificuldades apresentadas durante as visitas domiciliares para uma boa continuidade do tratamento a estes pacientes. Foi efetuada a verificação no total 67 prontuários, onde 20 são referentes aos óbitos domiciliares e hospitalares e 47 prontuários dos pacientes acometidos por câncer e que estão em continuidade de terapia domiciliar acamados ou não, destes 2 pacientes vieram a óbito durante o período de pesquisa. Os pacientes são predominantemente adultos do sexo masculino (59,7%) e do sexo feminino (40,3 %). A pesquisa foi realizada para verificação da aplicabilidade da atenção farmacêutica aos pacientes em tratamento oncológico domiciliar, que fazem acompanhamento na unidade hospitalar (UH) e que estão com uma classificação de estadiamento elevado ou em início de tratamento e que necessitam de cuidados paliativos domiciliares. Os dados foram obtidos a partir das observações dos prontuários dos pacientes e dos relatos apresentados pelos pacientes durante as visitas domiciliares (VD) realizadas entre os meses de Abril e Outubro de 2012 aos pacientes com doença oncológica acamados ou não acompanhados pela atenção farmacêutica da Estratégia saúde da família (ESF) com foco em cuidados paliativos. RESULTADOS: A aplicação dos cuidados paliativos na atenção básica ao nível domiciliar, ainda é um processo de desenvolvimento e adequação das ações utilizadas na ESF, o não conhecimento de alguns profissionais sobre o conceito dos cuidados paliativos resulta em um não desenvolvimento adequado das ações voltadas a estes pacientes e que acaba acometendo uma sobrecarga aos cuidadores. Foram verificadas as principais manifestações clínicas de acordo com o tumor primário, frequência de visita domiciliar, óbitos relacionados à população de pesquisa, medicamentos utilizados na terapia oncológica domiciliar, resultados negativos relacionados aos medicamentos, dificuldades dos profissionais de saúde em relação à aplicação dos cuidados paliativos domiciliar. Com a atuação do farmacêutico nas VD a estes pacientes, foram observadas preocupações diferentes neste processo de tratamento oncológico. Em relação aos pacientes, apresentam o medo de lidar com o tratamento prolongado, com a dor e como lidar com a questão de vida e morte. Já os cuidadores e familiares se preocupam com as questões de oferecer um melhor conforto ao nível domiciliar, uma alimentação adequada baseando-se nas limitações deste paciente, a aquisição de medicamentos cedidos pelo SUS na atenção básica e outros programas e principalmente a administração dos medicamentos de forma correta. Em relação à aquisição de medicamentos pertencentes à listagem dos medicamentos de dispensação excepcional, foi observado que a maioria dos pacientes e cuidadores não tem conhecimento do processo para sua aquisição, onde muitos acabam despendendo suas escassas finanças na compra destes medicamentos em drogarias, mesmo quando no momento da alta da UH onde o paciente recebe os receituários com classes terapêuticas diversas e principalmente entre elas os opióides utilizados na analgesia, não recebem as devidas orientações de aquisição e somente conseguem sanar as dúvidas quando esta informação é passada pelos mesmos para a equipe multiprofissional, na maioria das vezes estas dúvidas são repassadas pelos pacientes e cuidadores aos Agentes Comunitários de Saúde e são encaminhadas para o setor de farmácia da UBS, este processo que se enquadra na assistência farmacêutica. O farmacêutico efetua as devidas verificações junto ao protocolo de aquisição e orientação de preenchimento junto à equipe médica, após este processo de preenchimento dos formulários e demais documentos são entregues aos cuidadores e pacientes para encaminhamento as farmácias para retirada de medicamentos de dispensação excepcional. Em relação à atenção farmacêutica nos cuidados paliativos, foi observado que as orientações sobre administração correta destes medicamentos, nas suas diversas formas farmacêuticas, vias de administração, interações medicamentosas, utilização de SNG/E e verificação de efeitos adversos, resultam em uma melhor adesão ao tratamento medicamentoso e seus resultados acabam beneficiando os pacientes e cuidadores, após observarem uma diminuição no sofrimento do mesmo. A equipe multiprofissional efetua o processo de acompanhamento intrínseco a especialidade do profissional de saúde envolvido neste tipo de ação, foi possível observar que as necessidades dos pacientes oncológicos necessitam da atuação de uma equipe com fisioterapeutas, fonoaudiólogo, nutricionista, terapeuta ocupacional, psicólogo, assistente social, médico, dentista e enfermeiro, as intervenções de ambos profissionais favorecem em um amplo contexto resultados favoráveis aos pacientes e cuidadores, pois as orientações fomentam as expectativas de ambos. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A atenção farmacêutica aplicada em domicílio com equipe multidisciplinar, apresentou aos pacientes oncológicos e cuidadores informações que levaram a uma melhor adesão e entendimento ao tratamento medicamentoso, e, a partir das observações foi possível verificar resultados positivos e melhoras de parâmetros relacionados à qualidade de vida do paciente e qualidade de morte.

Atenção farmacêutica; Cuidados paliativos; Trabalho multiprofissional