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Ações de melhoria do trabalho na gestão da Estratégia Saúde da Família no estado do Espírito Santo
Última alteração: 2015-10-30
Resumo
APRESENTAÇÃO: O presente estudo teve como objetivo analisar as iniciativas para a melhoria do trabalho, implantadas no âmbito da gestão do trabalho na Estratégia Saúde da Família (ESF) no estado do Espírito Santo (ES). METODOLOGIA: Trata-se de um estudo do tipo descritivo, exploratório, com abordagem qualitativa. A coleta de dados foi realizada no período de março de 2014 a janeiro de 2015, em 36 municípios do estado do ES, selecionados com base em um sorteio aleatório. Foi utilizado como instrumento para a coleta de dados a entrevista semiestruturada, com um roteiro guia, e a observação participante. Nesse estudo, foram realizadas 72 entrevistas com os gestores de saúde dos municípios, sendo entrevistados os ocupantes dos cargos de Secretário Municipal de Saúde; Coordenador Municipal da ESF e Coordenador Municipal da Atenção Primária à Saúde. Os dados provenientes das entrevistas foram transcritos e o conteúdo produzido foi analisado a partir da análise de conteúdo. RESULTADOS: O Programa de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica (PMAQ) é referido pelos gestores como uma das iniciativas de melhoria do trabalho na ESF, principalmente, devido ao retorno financeiro aos trabalhadores do desempenho alcançado com base em indicadores de saúde pactuados, como uma vertente de gestão do trabalho vinculada à gratificação por produtividade que está atrelada ao monitoramento de ações e olhar uniforme sobre as atividades das equipes. Além do incentivo do PMAQ, os gestores destacam o programa de cofinanciamento da Atenção Primária à Saúde no estado, o PECAPS, como um fator motivador do trabalho, já que otimiza o fazer das equipes com a pactuação de metas e destinação de recursos financeiros. O movimento de deslocamento do espaço da gestão formal para o cenário de práticas dos trabalhadores é relacionado à proposição de rodas de conversas, espaços de reflexão em grupo e ações de formação e capacitação, com o objetivo de sensibilizar os trabalhadores em relação ao trabalho realizado na ESF. A figura do apoiador institucional é referida como um elemento da gestão partilhada, sendo capaz de promover a interlocução da gestão municipal com as equipes da ESF. Em relação à implementação do Plano de Carreiras, Cargos e Salários (PCCS), 76,39% dos gestores referem não ter implementado em seu município o referido plano de valorização profissional. CONSIDERAÇÕES FINAIS: As mudanças e as inovações na gestão do trabalho são referidas como dispositivo de motivação e comprometimento por parte dos trabalhadores. Há referência a um tipo de gestão pregressa com características militaristas de controle de gestos e ações, que é contraposta por um novo tipo de gestão partilhada com os profissionais das equipes e usuários. O PCCS constitui uma proposta de desprecarização do trabalho no SUS por meio da organização dos vínculos empregatícios e formas de ingresso nos cargos e estímulo à qualificação e formação profissional, no entanto, os gestores ressaltam a dificuldade na implantação do PCCS dos profissionais da saúde no município em virtude de entraves administrativos das diferentes esferas da gestão municipal.
Palavras-chave
gestão em saúde; Estratégia Saúde da Família; pessoal de saúde