Rede Unida, 12º Congresso Internacional da Rede Unida

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A gestão do trabalho na Estratégia Saúde da Família: desafios e potencialidades
Bruna Lígia Ferreira de Almeida Barbosa, Heletícia Scabelo Galavote, Paula de Souza Silva Freitas, RITA DE CÁSSIA DUARTE LIMA, Thais Antunes Sossai, Leticia Molino Guidoni, Leticya dos Santos Almeida Negri, João Paulo Cola

Última alteração: 2015-10-30

Resumo


APRESENTAÇÃO: O presente estudo teve como objetivo analisar as principais modelagens de gestão do trabalho na Estratégia Saúde da Família (ESF) no estado do Espírito Santo (ES). Parte do princípio de que todos os trabalhadores são gestores do seu próprio processo de trabalho e que os gestores formais do trabalho são aqueles que ocupam cargos de auto direção do governo, com maior governabilidade sobre os recursos financeiros e processos decisórios, em âmbito municipal. Assim, esta proposta parte do princípio de que os responsáveis pela gestão do trabalho na ESF são protagonistas essenciais para a implementação das políticas públicas de saúde e de recursos humanos, e por isso suas ferramentas de trabalho e gestão devem ser conhecidas, no intuito de gerar conhecimento para a tomada de decisão. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo do tipo descritivo, exploratório, com abordagem qualitativa. A coleta dos dados foi realizada no período de março de 2014 a janeiro de 2015, em 36 municípios do estado do ES selecionados com base em um sorteio aleatório. Foi utilizada como instrumento para a coleta dos dados a entrevista semiestruturada, com um roteiro guia, e a observação participante. Nesse estudo foram realizadas 72 entrevistas com os gestores de saúde dos municípios, sendo entrevistados os ocupantes dos cargos de Secretário Municipal de Saúde; Coordenador Municipal da ESF e Coordenador Municipal da Atenção Primária à Saúde. Os dados provenientes das entrevistas foram transcritos e o conteúdo produzido foi analisado a partir da análise de conteúdo. RESULTADOS: Na identificação dos pontos favoráveis vislumbrados na gestão do trabalho das equipes da ESF, foi apontado: o vínculo profissional-usuário, a disponibilidade satisfatória dos insumos e equipamentos, a infraestrutura das Unidades de Saúde, a oferta de profissionais para comporem equipes incompletas e o trabalho em equipe. O vínculo foi valorizado como um dispositivo para o sucesso das ações de reorganização e resolutividade do processo de trabalho na ESF. Como ponto desfavorável vivenciado na gestão do trabalho das equipes, é apontada a escassez de insumos e equipamentos. A interferência das lideranças políticas do município representa um fator de descontentamento para o gestor, o que gera entraves para a consolidação do seu plano de trabalho, tendo o potencial de desordenar e reorganizar o fluxo de trabalho das equipes e os processos de tomada de decisão e autonomia dos gestores do trabalho. Aspectos relacionados ao financiamento e as legislações que regem os gastos na gestão pública municipal são atribuídos à dificuldade de condução das atividades de gestão do trabalho na ESF. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A organização do processo de trabalho ancora o processo de gestão do trabalho considerando as peculiaridades de cada município em relação à disponibilidade de profissionais e a organização da rede de demandas e compromissos. O gestor reconhece a desorganização e a inoperância da rede de serviços de saúde do município e constata que a materialidade da gestão só é possível na dinâmica de funcionamento das redes de atenção à saúde.

Palavras-chave


gestão em saúde; Estratégia Saúde da Família; pessoal de saúde.