Rede Unida, 12º Congresso Internacional da Rede Unida

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ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NO CONTEXTO SOCIOCULTURAL DA SAÚDE REPRODUTIVA DA MULHER INDÍGENA
Jaiana Cristina Melo Cavalcante, Katia Ramos Fonseca, Adriana de Almeida Pereira, Kliciane dos Santos Batista, Lorena Mayra dos Santos, Rosenilda Balbino dos Santos, Andrea Mônica Brandão Beber

Última alteração: 2015-11-23

Resumo


APRESENTAÇÃO: No Brasil, pouco se conhece sobre as condições de saúde da mulher indígena, visto que as pesquisas existentes sobre saúde reprodutiva da mulher indígena seguem uma tendência restritiva, principalmente quando se trata de questões relacionado ao ciclo gravídico-puerperal, fecundidade, planejamento familiar e ginecologia. Em 2005 o Departamento de Saúde Indígena (DESAI) promoveu a Oficina de Mulheres Indígenas sobre a Atenção Integral da Saúde da Mulher Índia, neste encontro as mulheres indígenas identificaram os seguintes problemas de saúde: a falta de assistência a gestante e de realização do pré-natal, a desnutrição de mulheres e crianças, a mortalidade por câncer de colo uterino e de mama, a dificuldade de fazer o tratamento da DST, o alcoolismos, a violência contra a mulher, prostituição dentre outros. Assim, o objetivo deste estudo foi de verificar a assistência de enfermagem no contexto sociocultural da saúde reprodutiva da mulher indígena, através de uma revisão de literatura. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo de revisão de literatura, no qual utilizou-se artigos científicos indexados na base de dados do Scientific Eletronic Library Online (SCIELO) e Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), a busca se deu através das palavras-chaves “saúde reprodutiva da mulher indígena”, “assistência de enfermagem” e “enfermagem e saúde indígena”, incluindo os artigos publicados no período de 2003 a 2014, em língua portuguesa, disponibilizados na íntegra. RESULTADOS: Segundo estudos, verifica-se que culturalmente a mulher indígena inicia sua fase reprodutiva por volta do 13-14 anos, experimentando a maternidade precocemente, assumindo o papel da mulher voltado para a família e a criação dos filhos, devido à valorização sociocultural. Neste cenário, o profissional de enfermagem ao inserir-se no subsistema de saúde indígena enfrenta desafios e peculiaridades inerentes ao meio cultural; linguístico e geográfico; requerendo esforço e comprometimento do profissional. A escassez de estudos sobre assistência de enfermagem na saúde reprodutiva da mulher indígena, incluindo a anticoncepção, o planejamento familiar, ginecologia e climatério comprometem a prestação de uma assistência de qualidade, visto a falta experiência vividas na aquisição de conhecimentos para um melhor desenvolvimento da prática no âmbito profissional. Neste contexto, ainda há dificuldade em delimitar o papel da enfermagem quando se trata da saúde reprodutiva da mulher indígena, o modelo assistencial utilizado pelos Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEI) nos moldes do Programa Saúde da Família estabelecem as ações designadas às equipes multidisciplinares de modo geral, não contemplando atribuições específicas ao profissional de enfermagem. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Em virtude dos aspectos observados, evidenciamos a necessidade de produções científicas voltadas para a saúde da mulher indígena e a assistência de enfermagem para que possam subsidiar no planejamento de ações e programas para prevenção e promoção, contribuindo na caracterização das condições de saúde da mulher indígena do Brasil. Sendo proposto às equipes multidisciplinares, ao qual o enfermeiro está inserido, realizar ações de promoção, proteção, assistência e recuperação da saúde reprodutiva por meio de ações de educação em saúde sempre respeitando as especificidades étnicas e culturais desta população. 

Palavras-chave


“saúde reprodutiva da mulher indígena”;“assistência de enfermagem” ; “enfermagem e saúde indígena”.

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