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RELATO DE EXPERIÊNCIA: A PERCEPÇÃO ACADÊMICA SOBRE O TRABALHO EM EQUIPE APÓS PESQUISA REALIZADA NO NÍVEL TERCIÁRIO DE ATENÇÃO À SAÚDE
Última alteração: 2015-10-29
Resumo
APRESENTAÇÃO: A hospitalização em unidades neonatais traz inúmeras implicações pois ela afasta o bebê do ambiente familiar e promove um confronto com a dor, passividade, despertando inúmeros sentimentos. O processo de hospitalização requer dos profissionais um preparo que sustente a complexidade das atividades desenvolvidas e construção ampliada à atenção integral aos neonatos, acolhendo a família, para que o ambiente seja menos estressante. Um dos impasses que dificulta esse processo de trabalho é a fragmentação dos atos, falta de união, integração e articulação. A assistência vem sofrendo significativas transformações decorrentes de mudanças na atenção à saúde, principalmente pela preocupação com questões relacionadas à humanização. Através de um estudo realizado em um hospital no município de Campo Grande, MS – tivemos oportunidade de vivenciar em um setor de alta complexidade a relação da equipe com paciente, familiares e outras pessoas não ligadas diretamente a rotina. METODOLOGIA: O estudo realizado no Hospital Regional de Mato Grosso do Sul, tinha como objetivo investigar o quanto aplicação de banhos de ofurô poderia influenciar no bem estar dos recém-nascidos. Devido estarmos inseridos na rotina de um setor de alta complexidade, o estudo envolveu além dos bebês submetidos ao protocolo, a família e os profissionais. Pudemos analisar o quanto a equipe de saúde não está aberta em receber novos pesquisadores, que a princípio não tinham vínculo com o setor. Pois mesmo com mudanças na assistência à saúde, ainda vemos nos serviços, resistência de alguns profissionais e uma difícil compreensão acerca da dinâmica das relações interpessoais – acreditam que pessoas não ligadas ao setor, possam modificar a estrutura de organização do processo de trabalho. RESULTADOS: A vivência foi de suma importância e nos mostrou dois lados da rotina hospitalar: a relação da equipe multiprofissional quanto a inserção dos pesquisadores no serviço e a relação da equipe com o paciente e seus familiares. Durante a coleta de dados, vimos que realmente há profissionais que ainda apresentam dificuldade em aceitar pessoas que não são do setor para fazerem parte de sua rotina. Porém, quando trata-se da relação equipe e comunidade, vimos o quanto o serviço presta assistência integral e acolhedora, gerando conforto a esses bebês e famílias que estão passando por uma situação tão difícil. Assim, acreditamos que esse impasse quanto a pesquisa possa ser por conta da rotina árdua, pelo medo de atrapalhar o trabalho, os procedimentos realizados e acima de tudo, que possa causar interferência no tratamento. Mas percebemos que assistência multiprofissional e intersetorial é importante e muito eficaz, pois proporciona atenção integral a saúde. CONSIDERAÇÕES FINAIS: O serviço de saúde muitas vezes torna-se mecanizado, deixando a rotina monótona e restrita - não dando oportunidade ao desenvolvimento de novas habilidades que podem beneficiar a evolução dos pacientes. Fomos capazes de descobrir o quão é importante trabalharmos em equipe e também compartilhar conhecimento as outras profissões, pois assim podemos mostrar a importância de qualquer tratamento inovador.