Rede Unida, 12º Congresso Internacional da Rede Unida

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Educação popular em saúde através da fitoterapia em um grupo de Blumenau/SC
Aline Luisa Mafra, Alessandro Guedes, João Paulo Novelleto Pisa, Karla Ferreira Rodrigues, Leticia Pereira Zancanaro, Mariana Campos Martins Machado, Maristela Delviga Strey Zancanaro

Última alteração: 2015-10-28

Resumo


APRESENTAÇÃO: A grande diversidade biológica vegetal, aliada aos contrastes sociais, faz do uso de plantas medicinais uma prática comum no Brasil, onde se estima que 82% da população faz uso desses recursos em seus cuidados com a saúde (JOLY et al., 2011). Seja pelo conhecimento popular, medicina tradicional, indígena, quilombola, transmissão entre gerações ou como prática de cunho científico, orientada pelos princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS), a presença da fitoterapia nas práticas da saúde coletiva, reforça a valorização do saber popular e da participação comunitária nas ações de saúde. A valorização do vínculo de equipes multiprofissionais com a comunidade, de uma forma ativa, com responsabilização e troca de experiências em grupos de educação em saúde, favorece maior visibilidade ao uso de plantas medicinais, além de permitir a identificação de líderes locais e a formação de alianças, fortalecendo o controle social. Com o objetivo de favorecer estas questões, o Projeto de extensão Fitoterapia na Sociedade Contemporânea - PROFISC, tem buscado criar hortas coletivas, desenvolver grupos para discussão do uso das plantas medicinais e praticas integrativas, com uma proposta de caráter participativo/educativo, respeitando e compreendendo as práticas populares e exercendo um importante papel no desenvolvimento da cidadania para a promoção da saúde e bem estar junto a unidades de saúde e comunidade. O presente resumo tem como objetivo, apresentar as atividades realizadas pelo projeto PROFISC no primeiro semestre de 2015. METODOLOGIA: Através da parceria entre acadêmicos, professores, profissionais de saúde e membros da comunidade, foi criado um grupo de discussão sobre plantas medicinais no Bairro da Velha em Blumenau/SC. As reuniões são quinzenais e tem duração de duas horas. A média de participação é de 24 pessoas por encontro. Já foram realizados 10 encontros, além da participação no evento “II Saúde na Praça”, organizado pela equipe do Ambulatório Geral do bairro e na conferência municipal de saúde, onde foram aprovadas propostas para implantação de políticas de praticas integrativas no município. Em cada encontro, os participantes do grupo levam mudas de plantas medicinais e partilham o conhecimento sobre o uso, as indicações e contraindicações de cada planta. Também conversam e trocam informações e opiniões sobre as atividades de participação social e cuidados gerais em saúde. Alguns participantes levam docinhos e chá para fazer um momento de partilha de lanches no final dos encontros. RESULTADOS: O grupo criou uma horta suspensa no Ambulatório Geral do bairro, que contém atualmente 14 plantas de 9 espécies diferentes, onde podemos destacar Melissa officinalis (melissa ou erva cidreira), Plantago major (tanchagem), Malva sp (malva), e Menthasp (Hortelã). Foi realizado um encontro temático sobre o controle dos sintomas da menopausa, andropausa e labirintite, onde, foram apresentados relatos de várias práticas, além da fitoterapia, para alívio dos sintomas. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Este projeto tem sido um instrumento para auxiliar os profissionais de saúde e a comunidade a criar espaços de discussão sobre a fitoterapia e orientar os usuários do SUS e seus familiares, quanto aos riscos ou benefícios das práticas integrativas, levando ao seu aproveitamento em benefício da população.

Palavras-chave


Fitoterapia; Saúde; Plantas medicinais.

Referências


JOLY, C.A.; HADDAD, C.F.B.; VERDADE, L.M.; OLIVEIRA, M.C.de, BOLZANI, V.da S., BERLINK, R.G.S. Diagnóstico da pesquisa em biodiversidade no Brasil. Revista USP, v. 89, n. 2, p. 114-133, 2011