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INTRODUÇÃO: Concomitantemente ao aumento da expectativa de vida e crescente envelhecimento populacional, é possível observar também uma maior ocorrência de doenças crônicas e déficits no campo físico, psíquico e social. Porém, o processo de envelhecimento por si só já abrange uma gama de alterações nas funções orgânicas e cognitivas, onde todos os sistemas do corpo são acometidos. Dentre essas alterações temos a diminuição da acuidade visual, alteração do sistema vestibular e redução da massa muscular e óssea, que irão interferir no equilíbrio, e quando associados a doenças crônicas e fatores externos, podem fazer com que o avançar da idade seja marcado por redução da independência funcional e aumento do risco de quedas no idoso. Estudos vem mostrando uma elevada incidência de quedas em idosos, com consequências que variam entre redução da qualidade de vida, afastamento social, risco de internações hospitalares prolongados e, até mesmo, óbito. Fazendo com que esta temática venha a se tornar uma das grandes preocupações quando se trata do cuidado à essa população. As causas de quedas podem ser divididas em fatores intrínsecos: alterações da senescência, condições patológicas e algumas medicações; e extrínsecos: perigos ambientais (domiciliares) e calçados inadequados. A diminuição da ocorrência de quedas pode ser operacionalizada através da adoção de medidas simples como: orientações quanto aos fatores de risco; revisão medicamentosa periódica; e, quando necessário, modificações internas nos domicílios e promoção da segurança nos mesmos. As visitas domiciliares, realizadas por profissionais de saúde da Estratégia Saúde da Família (ESF) possibilita a identificação e, por meio de orientação, a intervenção sobre os fatores de risco, fazendo com que a ação da ESF se transforme em um importante meio de redução do risco de quedas em idosos. OBJETIVO: Descrever a experiência da realização do projeto de intervenção “Casa Segura para Prevenção de Quedas” por discentes de fisioterapia do PET-Saúde do Idoso EMESCAM. DESENVOLVIMENTO: O PET-Saúde da EMESCAM foi realizado na Unidade de Saúde José Moysés, localizada em Vitória/ES e composto por discentes dos cursos de fisioterapia, enfermagem, medicina e serviço social, e teve como foco a população idosa. As demandas de trabalho para o grupo eram direcionadas pelas equipes de saúde de acordo com as necessidades da comunidade, dentre elas tínhamos as visitas domiciliares multidisciplinares onde era possível identificar e, por vezes, solucionar situações de risco no contexto da pessoa idosa. Em uma dessas visitas foram identificados diversos fatores de risco para queda na residência de um casal de idosos, e a partir de então foi proposto um projeto de intervenção com o intuído de adequar a residência para a segurança dos idosos. Para elaboração do projeto foram realizadas três visitas domiciliares multiprofissionais à residência dos idosos com a presença da agente comunitária de saúde responsável pela família, a assistente social e preceptora PET da unidade de saúde, a preceptora e duas discentes de fisioterapia do programa. Após a primeira visita, onde foi realizado o diagnóstico observacional quanto os fatores de risco existentes, realizou-se uma segunda visita, onde foram feitas as medições, com fita métrica simples de 3 metros de comprimento, e procedeu-se com a documentação fotográfica dos cômodos internos e da área externa da residência, com o aparelho celular da marca Samsung, modelo GalaxyYong Duos. Após, as discentes do PET-Saúde do Idoso EMESCAM, sob supervisão da preceptora de fisioterapia, elaboraram o projeto da “Casa Segura para Prevenção de Quedas”. O projeto contou, em um primeiro momento, com uma fundamentação teórica dissertando sobre a importância das adaptações para a qualidade de vida e autonomia, de forma segura, dos idosos, e em um segundo momento, foram inseridas ilustrações com fotos da própria residência, indicando as necessidades de cada cômodo e da área externa. As principais orientações foram quanto à iluminação; disposição dos móveis; retirada e/ou redução de tapetes – restringindo sua utilização, quando necessário, apenas para a modalidade antiderrapante; utilização de produtos de limpeza que não deixem o piso escorregadio; disposição de interruptores ao longo da casa; arrumação dos utensílios pessoais e domésticos de forma simples objetivando o fácil acesso; organização de fiação de telefones e outros eletrodomésticos; dentre outras recomendações que visam uma maior independência, autonomia e segurança para o idoso se locomover no interior da residência. No item cuidado com o quarto, além de orientações, a imagem mostrou a altura adequada para as camas; no item cuidados com a sala e corredor as imagens ilustraram a necessidade, disposição e altura das barras de apoio; nos banheiros foi orientado elevação do vaso sanitário, retirada de tapetes e elevação do suporte de objetos utilizados no banho, uma vez que estes devem estar sempre ao alcance das mãos. As imagens ilustraram ainda a localização, comprimento e altura adequada das barras de apoio de acordo com cada banheiro. Para a área externa da casa, o projeto trouxe a necessidade das rampas de acesso em todas as entradas da residência, assim como a substituição do corrimão   presente, que se encontrava em condições que propiciavam insegurança, por novos corrimões, em ambos os lados da rampa que liga a casa a um dos portões de entrada. A partir da finalização e aprovação do projeto por todos os atores envolvidos na sua elaboração, foi realizada a terceira e última visita para entrega do projeto, em outubro de 2013. Durante a entrega, as discentes de fisioterapia retornaram em casa cômodo da residência orientando e esclarecendo as dúvidas dos familiares quanto aos itens inclusos no projeto e reafirmando o objetivo e importância de casa um. Cabe salientar que as orientações aos familiares e aos idosos, bem como as medidas de altura, comprimento e localização de barras, camas, sanitários, e outros, estabelecidas no referido projeto de intervenção, estiveram fundamentadas no projeto arquitetônico “Casa Segura” de Cybele Barros, na Norma Brasileira 9050 e no conteúdo do Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia do Ministério da Saúde, e que as modificações sugeridas necessitarão de poucas alterações na estrutura da casa, uma vez que, em conjunto com a necessidade de modificação foi inserido opções mais econômicas, como o assento elevado para vasos sanitários, possibilitando assim a minimização dos custos com as adequações. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A ocorrência de quedas em idosos é um problema grave e que pode ser facilmente evitado com a adoção de medidas simples, que atuarão como facilitadores do dia-a-dia no ambiente domiciliar. Através da implantação do projeto descrito pudemos proporcionar a esses idosos um ambiente domiciliar mais seguro, e que possibilite a realização de suas atividades de vida diária, proporcionando assim mais independência e autonomia. Entretanto, em se tratando de um projeto cujas sugestões impliquem modificações ambientais no domicilio, deve-se sempre levar em consideração as individualidades e especificidades de cada família.

Idoso; Quedas; PET-Saúde