Rede Unida, 12º Congresso Internacional da Rede Unida

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Mensuração das práticas assistenciais para a saúde da população do campo, do homem e do trabalhador rural
Marilene Martins Cavalcanti, Rejane Aparecida Sartor, Elenice Cardoso Mendonça, Enelita Mazon

Última alteração: 2015-11-23

Resumo


Este trabalho compreende a percepção dos profissionais de saúde referentes às práticas assistenciais para a população do campo, desenvolvidas nas unidades de saúde rural, do município de Campo Grande/MS, bem como a realização de oficinas de sensibilização voltadas para um olhar diferenciado em relação às diversidades destas populações, respeitando o conjunto de crenças e valores e seu modo de produção. A idéia é incorporar práticas de cuidado à saúde no processo de trabalho desses profissionais, considerando os determinantes sociais da população atendida, conforme as políticas de saúde integral da população do campo, saúde do homem e do trabalhador rural. Tem como objetivo a qualificação do olhar dos profissionais de saúde na escuta qualificada, reflexão sobre o modo de fazer cuidado de saúde, ressignificando as práticas assistenciais e melhorando o acesso aos serviços de saúde  para essa população. Foi desenvolvido com a realização de oficinas utilizando-se metodologias ativas, promovendo um processo interativo com os integrantes do grupo. Foram apresentadas as políticas de saúde das populações do campo, do homem e saúde do trabalhador rural. Entre um encontro e outro foram  realizadas atividades práticas para reconhecimento das necessidades de saúde nos territórios. A partir deste diagnóstico de realidade é que foram elaborados planos de ações e metas em cada unidade de saúde considerando as seguintes metas: mapeamento dos riscos das doenças relacionadas ao trabalho rural; levantamento do perfil produtivo da população; levantamento dos CID relacionado ao trabalho; capacitação para os profissionais médicos sobre  CIDs; ações em saúde com foco nos eixos temáticos relacionados à saúde do homem e processos de trabalho. O processo de avaliação é dinâmico, a cada oficina são apresentadas as conquistas e identificados os problemas levando a um novo plano de ação para solução do problema. Através deste trabalho buscou-se uma sensibilização, ampliação e análise do olhar crítico dos profissionais de saúde das unidades de saúde rural considerando a realidade sociopolítica e socioeconômica vivenciada por estas populações, refletindo desta forma para a prática de saúde na assistência clínica, prevenção e promoção à saúde, com a participação de 90% dos profissionais nas oficinas; construção de fluxograma de acesso, conhecimento do perfil produtivo da população, fazendo um nexo causal, na identificação das queixas; doenças e ou acidentes relacionados ao trabalho. Levar os serviços de saúde para as populações do campo e da floresta é certamente bem mais difícil do que levá-los para as populações urbanas. Em todos os grupos de discussões, os encontros caracterizaram pela participação entusiástica e qualificada dos trabalhadores que enriqueceram o diagnóstico da situação de saúde dessas populações e contribuíram com propostas para o enfrentamento e superação do atual quadro de iniqüidades. Além de promoveram varias reflexões, entre elas a necessidade de uma abordagem mais especifica dos profissionais de saúde considerando que  no campo há pessoas, famílias inteiras, que vivem sob condições insalubres e estão vulneráveis a todo tipo de doenças.

Palavras-chave


Saúde da população do campo; saúde do homem; saúde do trabalhador

Referências


Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Ações Programáticas e Estratégicas. Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem, Brasília: Ministério da Saúde, 2009.

Brasil. Ministério da Saúde, Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa, Departamento de Apoio a Gestão Participativa, Políticas de Promoção da Equidade em Saúde,Brasília: Ministério da Saúde, 2012.

Brasil. Ministério da Saúde , Política Nacional de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora Portaria GM/MS n° 1.823, de 23 de agosto de 2012.

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