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AVALIAÇÃO NUTRICIONAL DE CRIANÇAS DE 0 A 24 MESES DE IDADE USUÁRIAS DE FÓRMULAS INFANTIS NO MUNICÍPIO DE DOURADOS/MS, BRASIL
Última alteração: 2015-10-23
Resumo
A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda a amamentação exclusiva com leite materno até os 6 meses de idade e a partir desta idade até os 2 anos manter a amamentação, introduzindo outros alimentos gradativamente. Estas recomendações constituem formas preventivas a curto e longo prazo para prevenção da obesidade e morbidades associadas. Estudos mostram que crianças que não receberam leite materno no período estabelecido pela OMS estão mais propensas a desenvolver a obesidade, e é muito provável que isto ocorra pela diversidade na composição do aleitamento artificial. Além do uso de fórmulas infantis, outro fator preocupante na alimentação da criança é a introdução de alimentos de forma precoce e inadequada durante essa fase de transição alimentar. O presente trabalho tem por objetivo a avalição nutricional de crianças de 0 a 24 meses de idade em uso de fórmulas infantis. Foi um estudo transversal, que avaliou crianças atendidas na puericultura de Unidades Básicas de Saúde no município de Dourados/MS através do programa PET Saúde / PRÓ Saúde, desenvolvido na Universidade Federal da Grande Dourados. Foram coletados os dados sociodemográficos, antropométricos e alimentares, além de investigação sobre o modo de preparo das fórmulas infantis e o motivo do não aleitamento materno. Foram avaliadas 46 crianças, com média de idade de 7,3±5,7 meses. A maioria das crianças apresentou o percentil de normalidade para peso/idade (84,8%) e estatura/idade (78,3%; p=0,002). Entre as crianças <6 meses, 80% (n=16; p<0,000) ficaram em aleitamento exclusivo por menos de um mês. Já em crianças ≥6 meses, este marcador foi de 24% (n=6; p>0,016). O principal motivo relatado para a interrupção do aleitamento foi a ausência de leite (ou insuficiência na produção). Observou-se que as mães estavam preparando as fórmulas de forma inadequada (84,8%; p<0,000), e que a ingestão de nutrientes não estava em acordo com as recomendações. A maioria das crianças estava eutrófica e não foi realizado o aleitamento materno exclusivo de forma satisfatória na maior parte avaliada. Tanto a introdução de alimentação complementar quanto o uso das fórmulas foram realizadas de forma inadequada, o que refletiu no consumo de nutrientes fora das recomendações. Tal fato poderá comprometer futuramente a saúde dessas crianças.
Palavras-chave
fórmula infantil; estado nutricional; crianças