Rede Unida, 12º Congresso Internacional da Rede Unida

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PROBLEMATIZAÇÃO E SISTEMATIZAÇÃO DA EXPERIÊNCIA CURRICULAR DO CURSO TÉCNICO EM ANÁLISES CLÍNICAS DO CEFOPE/RN
Flávia Andrea Belarmino de Medeiros, Ana Larissa Fernandes de Holanda

Última alteração: 2015-11-27

Resumo


A educação e o currículo são partes integrantes e ativas de um processo de produção e criação de sentidos, de significações, de sujeitos. Este trabalho tem como objetivo apresentar o plano de curso do técnico em análises clínicas da escola CEFOPE/RN. Nossos alunos são trabalhadores do SUS e muitos desconhecem ou têm visão equivocada do Sistema. Alienados em relação ao próprio processo de trabalho. Dessa forma, o currículo proposto pela escola técnica do SUS - CEFOPE/RN foi organizado na perspectiva da integração do trabalho, da ciência e da cultura. Currículo, não no sentido de transmitir a cultura de uma sociedade, e sim como campo de luta e significados de concepções de vida social. Sendo assim, o CEFOPE/RN construiu o Plano de Curso Técnico de Nível Médio em Análises Clínicas, com carga horária de 1.440 horas com sua organização curricular dividida em três módulos: Módulo I (Contextualizando e Organizando o Cuidar em Saúde com carga horária de 280 horas); Módulo II (Organizando e Realizando Ações em Análises Clínicas com carga horária: 420 horas e Estágio curricular de 80 horas, totalizando 500 horas); Módulo III (Organizando e Realizando Ações em Análises Clínicas II com carga horária equivalente a 540h e estágio curricular de 120h, totalizando 660 horas). O trabalho teve como eixos: a cidadania, compreendida como produto da práxis social, o respeito às experiências e aos saberes prévios dos alunos. O processo de conhecimento ocorreu por meio do método histórico – dialético. A partir dele, mergulhou-se em determinadas categorias, como a matéria, a consciência e a prática social, levando em consideração a existência de uma realidade que se apresenta com suas contradições e com possibilidades de transformações. Nesse cenário emergiu uma proposta educativa transformadora que objetivou a participação do aluno como ator em destaque nesse processo. E ao mesmo tempo, fez o docente assumir a posição de mediador ou facilitador da relação ensino-aprendizagem. Fundamentando-se numa concepção crítica das relações existentes entre educação, sociedade e trabalho e em princípios que reconhecem o aluno como sujeito ativo de seu próprio conhecimento, construindo significados a partir da sua realidade pautando-se no princípio: ação-reflexão-ação. Assim como, incorpora valores éticos, políticos e conteúdos históricos e científicos que caracterizam suas práticas, de forma a proporcionar a compreensão das dinâmicas sócio-produtivas das sociedades modernas.

Palavras-chave


educação profissional;SUS;problematização

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