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APRESENTAÇÃO: Estudos têm demonstrado um rápido crescimento e intenso da população idosa e sua inserção nas Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPI). Esse aumento da população idosa em contraste com a taxa de fecundidade que, vem sofrendo queda acentuada causando mudanças no perfil de saúde da população que já não sofre com doenças agudas, mas sim crônicas. As doenças crônicas degenerativas são patologias não transmissíveis, porém possuem complicações, dentre elas podemos citar: Hipertensão Arterial, Diabetes mellitus, doenças cardiovasculares, respiratórias, osteomusculares e certos tipos de câncer. Essas patologias estão relacionadas à incapacidade funcional encontrada em idosos, contribuindo para diminuição de sua qualidade de vida. Entretanto, apesar do surgimento de doenças crônicas, houve um aumento da expectativa de vida, que precisa ser acompanhado pela melhoria ou manutenção da saúde e qualidade de vida para que o indivíduo envelheça de forma saudável e ativa. Nesse contexto, surge um novo paradigma de saúde para o idoso e um desafio para a sociedade, pois a longevidade tem implicado em mudanças culturais, econômicas, institucionais, políticas, sociais, de valores e na configuração dos arranjos familiares. Nesses arranjos podemos citar a introdução da mulher no mercado de trabalho. Pois, o seu papel antes de cuidadora passou a ser de trabalhadora. Nesse “cenário” apesar da Legislação Brasileira estabelecer como dever das famílias o cuidado com seus dependentes, esse cuidado por várias razões se tornou escasso e essa responsabilidade começou a ser compartilhada com o Estado e com o mercado privado por meio das Instituições de Longa Permanência para Idosos. As ILPI são instituições governamentais ou não governamentais, de caráter residencial, destinadas para domicílio coletivo de pessoas com idade igual ou superior a 60 anos, com ou sem suporte familiar, em condição de liberdade, dignidade e cidadania, ou seja, seus objetivos são assistência aos idosos sem condições de prover à própria subsistência de modo a satisfazer as suas necessidades de moradia, alimentação, saúde e convivência social. Deve estar fundamentada com os princípios da universalização, equidade e integralidade e dispor recursos de saúde para cada residente em todos os níveis de atenção, bem como providenciar o encaminhamento imediato dos idosos ao serviço de saúde, caso se faça necessário. Essas instituições necessitam de uma equipe multiprofissional que possa desenvolver um trabalho articulado direcionado a produção do cuidado. A produção do cuidado em saúde tem a necessidade de eixos para potencializar os processos terapêuticos, como a criação de vínculo, sendo este um redirecionamento para um modelo de atenção à saúde e transformação das práticas. A produção do cuidado envolve tecnologias leves (das relações); as leve-duras (do conhecimento técnico); e as duras (dos recursos materiais). O processo de trabalho baseado nas tecnologias leves, leve-duras e duras são condições para que o serviço seja produtor do cuidado e contribuam para o processo de formação profissional. A formação profissional pode ser ampliada transformando a relação entre discentes, docentes, universidade e comunidade no processo de ensino-aprendizagem. A metodologia ativa tem permitido a articulação entre diversos eixos e a universidade, um processo de análises, estudos, pesquisas que se baseiam em formas diferentes no processo de aprendizagem, utilizando experiências reais ou simuladas através de resolução de problemas e superação de desafios tendo o docente como um facilitador para alcançar seus objetivos deixando o aluno de ser um sujeito passivo e ser um protagonista e construir seu próprio conhecimento. O nosso objetivo foi trabalhar na perspectiva da produção do cuidado de idosos de uma instituição de longa permanência, com uma olhar voltado para melhoria e manutenção da qualidade de vida. DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO: Foram desenvolvidas ações preventivas, intervenções assistências e educativas, em uma ILPI em Campo Grande/MS, baseada na promoção da saúde e melhoria da qualidade de vida. Foram selecionados 30 idosos pela instituição e acompanhados de Março a Setembro de 2015 com uma frequência de duas vezes por semana. Cada idoso selecionado era feita a leitura do prontuário, avaliação e reajustes de acordo com a necessidade apresentada. Foi trabalhado a produção do cuidado com tecnologias leves e leves-duras oportunizando o estabelecimento de vínculo, sendo repetido durante toda semana. Dessa maneira as ações estavam sempre em permanente processo de avaliação, (re)planejamento, execução e (re)avaliação. RESULTADOS: Observou-se a melhoria da qualidade de vida diante das sessões realizadas, uma maior colaboração dos pacientes no tratamento e consequentemente a criação de vínculo com os idosos institucionalizados, além de a prática colaborar para formação profissional do acadêmico. A prática extramuros possibilitou aos acadêmicos envolvidos a vivência do trabalho em equipe, a busca de maiores conhecimentos, práticas de prestação de assistência, e ainda contribuir com a ILPI por meio de embasamento técnico-científico e novas formas de cuidado ao idoso. CONSIDERAÇÕES FINAIS: As instituições em conjunto com as universidades deveriam ofertar desde o início a oportunidade de prática junto a esse público. A implantação desse projeto possibilitou ofertar a essa população uma nova forma de produção do cuidado e melhor qualidade de vida. Essa vivência nos mostrou o significado do trabalho na saúde, onde ao mesmo tempo em que produzimos o cuidado, produzimos a nós mesmos como sujeito. Isso se tornou mais atraente como opção profissional de se trabalhar com idosos após a graduação, além de contribuir para o processo de formação oferecendo ferramentas para o desenvolvimento de habilidades e competências. A formação profissional tem sido trabalhada de forma à propiciar os discentes a sair para vivências práticas. O desenvolvimento dessas atividades de ensino, pesquisa e extensão na área da gerontologia, oportuniza ao acadêmico um processo de formação com uma visão crítica e ampla, atuação interdisciplinar, exercício da responsabilidade social, ética e cidadania. Atualmente, as novas metodologias ativas têm focado as práticas extramuros ela nos oferece uma forma diferente de processo de ensino-aprendizagem, motiva os acadêmicos a alcançarem seus objetivos, despertando suas curiosidades, levando-os a pensarem e a serem indivíduos críticos, criando autonomia, permitindo o desenvolvimento de capacidades, conhecimentos para uma melhor formação e principalmente aprender o que é trabalho em equipe, pois um indivíduo só se forma como um ser humano à medida que se relaciona e possibilita uma leitura sólida sobre a realidade em que vivemos. 

Instituição de longa Permanência; produção do cuidado; formação profissional