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APRESENTAÇÃO: A Abordagem Familiar consiste no conhecimento pela Equipe de Saúde do contexto familiar do paciente, a partir de habilidades em analisar deixas emocionais e entender heranças e padrões de funcionamento da família, que podem orientar a lógica das intervenções, considerando que as famílias podem diferir em sua capacidade de realizar tratamentos e manejos de estratégias. O presente resumo relata a experiência teórica e prática com ferramentas de abordagem familiar de alunos do 4º ano do curso de Medicina da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, na disciplina de Atenção à Saúde da Mulher - Unidades Básicas de Saúde da Família (UBSF) do município de Campo Grande-MS. DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO: A disciplina de Atenção à Saúde da Mulher abrange temas em Ginecologia e Obstetrícia, integrados à Saúde da Família e Comunidade. Tal integração se dá por meio de aulas teóricas, onde conteúdos são apresentados vinculados a roteiros específicos, a serem aplicados durante as aulas práticas em UBSF. A abordagem familiar aqui tratada é apenas um dos conteúdos estudados durante as semanas da disciplina. Assim, semanalmente, os conteúdos estudados nas aulas teóricas eram colocados em prática nas UBSF. Foram escolhidas algumas das ferramentas de abordagem familiar para serem praticadas com pacientes da Unidade. Uma visita domiciliar prévia foi feita para conhecimento do território e aspectos como classificação de risco e vulnerabilidade individual e classificação de risco familiar pela escala de Coelho e Savassi (CRF-ECS). Num segundo momento, foi feita uma nova visita domiciliar à mesma família, na qual foram exploradas as seguintes ferramentas: APGAR familiar, Genograma, e Ecomapa. RESULTADOS E/OU IMPACTOS: No primeiro ano, na UFMS, os alunos de Medicina aprendem a construir Genograma na disciplina de Genética. Porém, não se consegue fazer as conexões com a importância dessa técnica como meio de visualização do processo de adoecer e de facilitar a introdução do plano terapêutico na abordagem familiar. Em relação ao Ecomapa e ao APGAR familiar, essa foi a primeira experiência dos acadêmicos. A elaboração do Genograma e Ecomapa permitiu a compreensão da composição da estrutura relacional intrafamiliar e da relação com o meio que a cerca. Já o APGAR familiar possibilitou com as 5 perguntas a geração de um escore, que permitiu a avaliação da funcionalidade do indivíduo e da família. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Embora tal abordagem ainda não seja parte da rotina dos cursos de Medicina, seria importante para o profissional médico saber quando e por qual instrumento optar na abordagem familiar. Em situações de sintomas inespecíficos; utilização excessiva dos serviços de saúde; doença crônica; isolamento; problemas emocionais graves; situações de risco familiar, por violência doméstica ou drogadição; mudanças no ciclo de vida; resistência ao tratamento ou dificuldade para aceitar o diagnóstico; e alteração nos papéis familiares. Os métodos de abordagem familiar têm valor não só no diagnóstico como também na terapêutica, pois permite a avaliação dos padrões de relacionamento familiares e como estes contribuem para o adoecimento e a saúde de seus membros.

Medicina de Família e Comunidade; Relações familiares; Relação profissional-família.