Rede Unida, 12º Congresso Internacional da Rede Unida

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A MÚSICA COMO ESTRATÉGIA DE ENSINO NA EDUCAÇÃO FÍSICA NO ENSINO FUNDAMENTAL: REFLEXÕES
Maryeli Cavalheiro de Campos, Lourdes Lago Stefanelo, Ednéia Albino Nunes Cerchiari

Última alteração: 2016-01-06

Resumo


APRESENTAÇÃO: A música é uma linguagem universal capaz de provocar sensações e emoções, faz parte das mais diversas ocasiões da vida afetiva, cognitiva e motora e se manifesta por meio da organização e relacionamento expressivo entre o som e o silencio. No contexto escolar a música torna-se um instrumento e ferramenta indispensável ao professor de Educação Física no aspecto motor e social, estimulando a criança de forma motivadora, facilitando a elaboração de movimentos com criatividade (BRASIL, 1998). A Educação Física deve estar integrada à proposta pedagógica da escola considerando a criança em sua totalidade. Com base nesta afirmação a Educação Física deve realizar e desenvolver atividades no âmbito escolar, proporcionando vivências e situações bem parecidas e próximas da realidade do dia-a-dia da criança. O professor ao inserir atividades com músicas e simples como, por exemplo, as rodas cantadas, brincadeiras cantadas e as cirandas, propõem uma realização e participação ativa no processo de ensino-aprendizagem, estimulando o raciocínio e a motricidade fazendo-a desfrutar de várias e diversas práticas corporais, dominando o corpo no espaço, identificando as partes e as funções do corpo em movimento. Com base na Lei nº11.769 sancionada em 18 de Agosto de 2008, a música se torna um campo obrigatório em toda a educação Básica não só no Ensino Infantil, mas também no Ensino Fundamental. As crianças mesmo ainda antes do nascimento são envolvidas com o universo sonoro, pois na fase intrauterina os bebês convivem com um ambiente de sons provocados pelo corpo, pelos movimentos e pela voz da mãe, constituindo assim um material sonoro para eles. A memória fetal é responsável por preparar o vínculo entre a mãe e o filho depois do corte do cordão umbilical. Depois do nascimento, as músicas que acalmam e embalam o sono dos bebês fortalecem esta memória sonora e fortalecem o vínculo com a mãe. Já no período pré-escolar, na creche e na escolinha, as canções de ninar aproximam as crianças do professor (POLATO, 2012). Quando a criança já escuta em casa as canções de ninar, ao escutar estas canções na escola a aproximação com o professor se torna muito mais orgânico. No entanto, se não é um repertório que a criança está acostumada, o professor pode desenvolver esta percepção na criança e trazer este ambiente aconchegante. De acordo com Referencial Curricular Nacional para a Educação infantil, a música deve ser inserida nas instituições de educação infantil sempre respeitando o nível de percepção e desenvolvimento musical das crianças e também respeitando suas faixas etárias, bem como as diferenças socioculturais das crianças. O principal foco do conteúdo deve ser a possibilidade de desenvolver a comunicação e expressão por meio da música. Deverão ser trabalhados como conceitos, sempre num processo contínuo e deve englobar: a exploração de materiais e a escuta de obras musicais para propiciar o contato e experiências com a matéria-prima da linguagem musical: o som e o silêncio; a vivência da organização dos sons e do silêncio em linguagem musical pelo fazer e pelo contato com obras diversas; a reflexão sobre a música como produto cultural do ser humano é importante forma de conhecer e representar o mundo. Os conteúdos podem ser tratados em contextos que incluem a reflexão sobre aspectos referentes aos elementos da linguagem musical.  Reconhecimento e utilização expressiva, em contextos musicais das diferentes características geradas pelo silêncio e pelos sons: altura (graves ou agudos), duração (curtos ou longos), intensidade (fracos ou fortes) e timbre (característica que distingue e “personaliza” cada som).  Reconhecimento e utilização das variações de velocidade e densidade na organização (se refere a maior ou menor concentração de eventos sonoros numa determinada unidade de tempo) e realização de algumas produções musicais. Participação em jogos e brincadeiras que envolvam a dança e/ ou a improvisação musical e repertório de canções para desenvolver memória musical são sugestões de repertório para esta faixa etária. Segundo Patita (2013), a música na Educação Infantil, além de desenvolver a criatividade da criança a música faz com que as mesmas se sintam desinibidas numa convivência coletiva. As brincadeiras que envolvem música e movimento são de suma importância nesse estágio da Educação Infantil porque permite que as crianças desenvolvam autonomia em seus próprios limites. A brincadeira se caracteriza por alguma estruturação e pela utilização de regras, na brincadeira a existência de regras não limita a ação lúdica, a criança pode modificá-la, ausentar-se quando desejar, incluir novos membros e novas regras de acordo com sua criatividade. Desta forma, o objetivo deste estudo é refletir sobre a importância da música como um método de ensino aprendizagem a ser desenvolvido na Educação Física no ensino infantil. DESENVOLVIMENTO DO ESTUDO: O presente estudo teve como fio condutor a pesquisa bibliográfica sobre o tema na qual pudemos constatar que a escola deve ampliar o conhecimento musical do aluno, oportunizando a convivência com os diferentes gêneros, apresentando novos estilos, proporcionando uma análise reflexiva do que lhe é apresentado, permitindo que o estudante se torne mais crítico. De acordo com a afirmação, percebe-se que a música exerce uma influência na criança, seja emocional, cognitiva, corporal. Muitas vezes as experiências em música são muito fortes, mas também, difíceis de serem comprovadas porque justamente, cada criança corresponde ao estímulo de uma forma, não existindo, portanto uma fórmula. No entanto, a diversidade musical traz uma oportunidade maior de vivências e comparações que formarão um bom e adequado vocabulário infantil. Assim, é importante que os professores de Educação Física reflitam sobre a utilização da música e a insira no seu planejamento, criando estratégias que se voltem a essa área, incentivando a criança a estudar e participar das aulas seja através da prática com instrumentos musicais ou atividades que envolvam música, auxiliando no processo de aprendizado do aluno na Educação Infantil. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Por meio desse estudo evidenciou-se que diversas áreas do desenvolvimento infantil podem ser estimuladas com a utilização da música nas aulas de Educação Física. Conforme essa perspectiva, ela é tida como um universo que conjuga expressões de sentimentos, valores, culturas, ideias, facilitando a comunicação da criança consigo mesma e com o meio em que vive, pois atende diferentes aspectos do desenvolvimento humano: mental, social, emocional e físico. Sendo um agente transformador que facilita o processo de ensino aprendizagem, a música pode se tornar um método de desenvolvimento progressivo de movimentos corporais dentro da Educação Física. Neste sentido, este estudo pode apenas acrescentar e suscitar a discussão sobre a importância da música e sua interligação com a Educação Física dentro do ensino infantil com o intuito de fortalecer e ampliar a função do professor de Educação Física, não somente como um instrutor de jogos, mas um orientador da arte de viver bem.

Palavras-chave


cantigas; educação infantil; cantigas de ninar

Referências


 

BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental. Referencial curricular Nacional para a Educação Infantil - Conhecimento de Mundo. Brasília, MEC-SEF, 1998.

 

PATITA, Cassia. Construindo escolas para a diversidade. 2013. Disponível em: http://metoeadbertioga.blogspot.com.br/ Acesso em 05 de Novembro de 2013.

 

POLATO, Amanda. Controlados pelos pais, as canções de ninar podem fazer parte da rotina da creche. Elas ajudam a estreitar os laços com a família dos pequenos. 2012. Disponível em: http://revistaescola.abril.com.br/educacao-infantil/0-a-3-anos/sintonia-fina-497171.shtml - Acesso 10 de Novembro de 2013.