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Na Enfermagem a liderança é entendida como o processo por meio do qual o enfermeiro influência as ações de outros, tencionando avanços na sua prática diária, com vistas à melhoria da qualidade da assistência. Este estudo objetivou identificar os estilos de Liderança Situacional (LS) adotados pelos enfermeiros de uma rede hospitalar e a associação destes com seu perfil pessoal e profissional. Ainda objetivou identificar como a formação acadêmica e a Educação Permanente em Saúde (EPS) influenciam os estilos de LS adotados por estes profissionais. Como referencial teórico utilizou-se o modelo de liderança proposto por Hersey e Blanchard e o desenho metodológico descritivo, com abordagem quantitativa e qualitativa. O estudo faz parte de uma macropesquisa interinstitucional intitulada “O exercício da liderança do enfermeiro no ambiente hospitalar.” Os dados foram coletados no período de junho a agosto de 2014 nos hospitais que compõem a rede hospitalar de Chapecó/SC, após a aprovação do Comitê de Ética.Utilizou-se para coleta de dados um questionário para determinação do perfil, o LeadershipEffectivenessandAdaptabilityDescription, instrumento de autopercepção dos estilos de liderança e entrevistas semiestruturadas. Participaram da primeira etapa do estudo 104 enfermeiros, os quais responderam os dois primeiros instrumentos. Após análise dos achados da primeira etapa, foram entrevistados seis enfermeiros que tipificavam os diferentes estilos de liderança adotados pelos participantes, completando a segunda etapa do estudo, voltada para a melhor compreensão das influências da formação no estilo de liderança destes profissionais. Os enfermeiros são na sua maioria mulheres (n=90-86,5%), com idade média de 32,1±6,5 anos, que atuam na área hospitalar entre 1├5 anos (n=38-36,5%). Quanto ao estilo de LS adotado pelos participantes, o estudo evidenciou o predomínio do estilo E2 (Persuadir), com o qual 68,2% se autoidentificaram. Na sequência, destacaram-se os enfermeiros com estilo E1 (Determinar) (17,3%); e com estilo E3 (Compartilhar) (9,6%). Os resultados demonstram o predomínio dos estilos diretivos, remetendo ao poder coercitivo, no qual a capacidade do líder se emprega em fazer cumprir as tarefas. Observou-se que o setor de atuação influencia significativamente no estilo de liderança adotado pelos enfermeiros (p= 0,001), indiciando na análise que a proximidade com o cuidado direto ao usuário, ao contrário do que demostrou na literatura, no cenário hospitalar leva ao desenvolvimento de líderes mais distantes das relações e mais voltados para as tarefas e técnicas. A Análise Temática dos dados da segunda etapa possibilitou que fossem apontadas as influências da formação acadêmica no processo de LS, destacando que existem fragilidades no processo ensino-aprendizagem e falta de vivências práticas na formação acadêmica. Já em relação a EPS identificou-se a escassez de investimentos no desenvolvimento da liderança e potencializa-se que ser líder é um aprendizado contínuo iniciado na graduação e desenvolvido ao longo da vida profissional. Diante disto, a pesquisa reforçou que a formação de líderes é um desafio, não apenas para instituições formadoras, mas também para os profissionais enfermeiros e tem marcada relação com a qualidade da assistência prestada por estes profissionais.

Enfermeiros. Liderança. Prática Profissional. Gerenciamento da Prática Profissional. Educação Continuada