Rede Unida, 12º Congresso Internacional da Rede Unida

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AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE: A INFLUÊNCIA DA ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO NA VISITA DOMICILIAR EM UM MUNICÍPIO DE GRANDE PORTE DA BAHIA
Luis Rogério Cosme Silva Santos, Edilene Cândido Rocha, Matheus do Vale Andrade, Natália Farias Barbosa, Thaíssa Fernandes de Souza Soares, Arielde Gonçalves Nascimento

Última alteração: 2015-10-30

Resumo


APRESENTAÇÃO: Este estudo apresenta uma análise dos reflexos da organização do trabalho na Atenção Primária à Saúde (APS) e a sua influência no cotidiano de trabalho dos Agentes Comunitários de Saúde (ACS) no município de Vitória da Conquista, Bahia. Nesse contexto, entende-se o ACS como sujeito na produção da saúde no território, submetido às determinações sociopolíticas e de gestão. A Visita Domiciliar (VD) é percebida como uma estratégia fundamental que propicia novas abordagens do cuidado, com ênfase em um novo paradigma da atenção à saúde. Trata-se de um projeto universitário de extensão, realizado pelo Instituto Multidisciplinar em Saúde da Universidade Federal da Bahia, no período de 08 de junho a 01 de julho de 2015, com os seguintes objetivos: a) identificar o grau de autonomia dos agentes na definição de metas e prioridades no contexto da Unidade de Saúde da Família (USF) a qual estão vinculados; b) analisar a coerência das intervenções quanto às metas propostas pela gestão (planejamento) e as necessidades sociais das famílias acompanhadas pelos agentes; c) capacitar os ACS visando melhor desempenho na abordagem domiciliar. DESENVOLVIMENTO (método): O projeto de extensão constou de três etapas (módulos), antecedidas por uma oficina temática para levantamento de problemas e elaboração de intervenções para melhor adequação do processo de trabalho do ACS à realidade territorial. A oficina, que antecedeu a capacitação modular, possibilitou o desenvolvimento de estratégias pedagógicas compatíveis com as potencialidades e fragilidades apontadas pelos agentes com o intuito de atender aos objetivos propostos. Os ACS construíram um “varal de problemas”, tendo por esteio a experiência individual e coletiva, seguido da proposição de alternativas, balizadas pelos responsáveis pela execução do projeto. RESULTADOS: Constatou-se forte hierarquia na definição do processo de trabalho dos ACS. Em cadeia, prepondera baixa autonomia dos agentes na definição do processo de trabalho no Programa de Saúde da Família (PSF). Observou-se insatisfação quanto às condições de trabalho e com a qualidade da VD, por conta da dinâmica socioespacial, bem como a impossibilidade para o alcance de metas extemporâneas, definidas pelo nível hierárquico superior (verticalização).  Ouviram-se relatos sobre a fragilização do trabalho coletivo e autocobrança interna e externa do grupo pelo não alcance das metas. CONSIDERAÇÕES FINAIS: O modo como o trabalho está organizado na APS (planejamento do cuidado) é um fator que interfere na autonomia dos agentes quanto ao processo de trabalho em sua área de atuação e compromete a qualidade da visita domiciliar.

Palavras-chave


Agente Comunitário de Saúde (ACS). Planejamento em Saúde. Visita Domiciliar.