Rede Unida, 12º Congresso Internacional da Rede Unida

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PERCEPÇÃO DOS USUÁRIOS DO PSF SOBRE O PROCESSO DE TRABALHO DO ACS: SONDAGEM COMUNITÁRIA PARA O PLANEJAMENTO DE INTERVENÇÕES PEDAGÓGICAS EM SAÚDE
Stela Galvão Prates, Luis Rogério Cosme Silva Santos, Karlla Gisselle Figueiredo Santos, Bethânia Porto Pereira, Cheila Vanessa dos Santos Caldas, Elisângela Tunes Macedo

Última alteração: 2015-10-27

Resumo


APRESENTAÇÃO: Este estudo apresenta resultado de sondagem realizada na área de abrangência da Unidade de Saúde da Família (USF), em um município de grande porte da região Sudoeste da Bahia.  Teve como objetivos identificar a percepção da população usuária quanto aos fatores que interferem na abordagem domiciliar dos Agentes Comunitários de Saúde (ACS) e definir estratégias educativas que possibilitem maior integração entre a academia, ACS e a comunidade. DESENVOLVIMENTO (método): Trata-se de uma sondagem que integra um projeto universitário de extensão realizado pela Universidade Federal da Bahia, no período de junho-julho de 2015. O projeto constou de três etapas (módulos):  capacitações, sondagem na comunidade e elaboração de estratégias de intervenção. A sondagem descrita foi realizada na feira livre da área de abrangência da USF, onde circula uma população heterogênea. Conhecer a percepção dos usuários foi premissa essencial para o planejamento de ações educativas voltadas à melhoria do processo de produção do cuidado dos agentes, coerente com as necessidades sociais de saúde do território. Foram entrevistadas 72 pessoas da comunidade. Para coleta de dados, utilizou-se um questionário que permitiu identificar: a) o papel e a importância do ACS para a comunidade; b) a qualidade e/ou resolubilidade do trabalho desenvolvido pelos agentes. RESULTADOS: Dentre os entrevistados, 72,2% (52) mostraram ter conhecimento sobre o papel do Agente Comunitário de Saúde e 88,9% reconheceram a importância do trabalho realizado por estes profissionais. Quanto à qualidade da abordagem domiciliar e suas repercussões na saúde comunitária, 50% (36) dos entrevistados avaliaram positivamente a atuação dos agentes; 5,5% (4) consideram o trabalho razoável e 38,8% (28) avaliaram negativamente.  Os entrevistados foram convidados a sugerir mudanças que visam aprimorar a qualidade da abordagem domiciliar. Nesse âmbito salientam a necessidade de ampliação do número de visitas domiciliares mensais, capacitação permanente dos ACS, garantia de condições de trabalho mais dignas para os agentes e maior interação entre serviço-comunidade. Embora os usuários demonstrem conhecer o papel do ACS na rede de serviços de saúde, observou-se uma percepção equivocada atribuída ao processo de trabalho dos ACS. Nessa direção, destacam-se queixas quanto à demora na marcação/realização de consultas e exames especializados e entrega de resultados de exames nos domicílios. CONSIDERAÇÕES FINAIS: De acordo com os resultados da sondagem, fica evidente a imprescindibilidade de intervenções pedagógicas que ampliem e qualifiquem a interação serviço-comunidade, de forma coletiva e com apropriação de saberes inerentes aos distintos atores na produção do cuidado no território. Embora os entrevistados demonstrem compreender o papel dos ACS, estratégias para maior valorização das ações de promoção à saúde, desenvolvidas pelos agentes comunitários, devem ser priorizadas na área de abrangência do PSF.

Palavras-chave


Agentes Comunitários de Saúde. Educação Permanente. Visita Domiciliar.