Rede Unida, 12º Congresso Internacional da Rede Unida

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PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DE GESTANTES COM HIPERTENSÃO GESTACIONAL NO MUNICÍPIO DE DIVINÓPOLIS- MG
Heuler Souza Andrade, Eduardo Nogueira Cortez, Gláucia Daniele Pereira Assis, Glaucia Estefane Assunção Silva, Elisangela de Lourdes Pereira, Nágila Maria Salomão Sousa, Géssica Caroline Gomes, Weverton Langsdorff

Última alteração: 2015-11-23

Resumo


Introdução: Durante uma gestação podem ocorrer várias mudanças fisiológicas, contudo em algumas mulheres essas variações podem acarretar alguns fenômenos que podem servir de agravos tanto para a mãe quanto para o bebê. Uma das intercorrências importantes desta fase são as Síndromes Hipertensivas Específicas da Gestação (SHEG) que afetam até 15% das gestações em todo o mundo, sendo também, uma das principais causas de morte materna. A faixa materna etária extrema, nuliparidade, raça, obesidade, história familiar para Hipertensão Gestacional (HG) e presença de patologias associadas, como diabetes e doença renal, são fatores de risco consideráveis para a SHEG. O conhecimento sobre o perfil epidemiológico das gestantes de alto risco de um município pode favorecer os gestores e profissionais de saúde na tomada de decisão para melhoria da qualidade da assistência. Objetivo: Analisar o perfil epidemiológico de gestantes com Hipertensão Gestacional em Divinópolis - MG no ano de 2014. Metodologia: Estudo epidemiológico descritivo, observacional de caráter documental, realizado em Divinópolis-MG. Participaram do estudo gestantes com diagnóstico de SHEG atendidas na Policlínica municipal durante o ano de 2014. Foram incluídas gestantes que residiam no município, que terminaram o acompanhamento gestacional em 2014 e que apresentaram os prontuários completos. Foram identificadas 62 gestantes diagnosticadas com SHEG, sendo que, 28 estavam de acordo com os critérios de inclusão, compondo assim, a amostra da pesquisa. A coleta dos dados foi através da consulta dos prontuários das pacientes que se encontram em arquivo na Policlínica, utilizando um roteiro, baseado no Manual Técnico de gestação de Alto Risco do Ministério da Saúde. As variáveis foram categorizadas e analisadas através de distribuição de frequências. Resultados: Dos prontuários observados houve predominância da faixa etária dos 31 a 40 anos (46,4%).  A maioria, 15 (53,5%), possuía mais de oito anos de estudo, não eram tabagistas (71,4%), e tiveram de 1 a 2 parceiros (85,7%). No que diz respeito à história clínica pregressa das pacientes, 21 (75%) apresentaram Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS), 1 (3,6%) de Diabetes, 3 (10,7%) de Pré-eclâmpsia e 1 (3,6%) de Eclâmpsia. O número de gestações foi superior a duas em 19 (67,9%) das gestantes, enquanto que 8 delas (28,6%) apresentaram história de aborto. Quanto às características clínicas, referentes ao acompanhamento dessas gestantes pelo serviço especializado, 12 delas (42,9%) foram diagnosticadas portadoras de Hipertensão Gestacional quando estavam entre a 21ª e a 30ª semana de gestação, 16 (57,1%) estavam obesas e 3 (10,7%) apresentaram Diabetes gestacional. Algumas informações importantes, como resultados de exames laboratoriais não constavam nos prontuários. Considerações finais: Percebeu-se que muitas gestantes apresentaram fatores de risco importantes para o desenvolvimento de SHEG e que, em algumas delas, essas características foram agravadas durante a gestação. O número de prontuários excluídos, por falta de informações relevantes, pode ser destacado como ponto negativo, no que se refere à qualidade da assistência, exigindo por parte dos profissionais de saúde maior atenção a essas questões e também em relação às ações que promovam a prevenção dos fatores de risco. Sugere-se a educação permanente como forma de manutenção da boa qualidade assistencial.

Palavras-chave


Gravidez; Hipertensão Gestacional; Fatores de risco

Referências


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1. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Assistência à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas.Gestação de alto risco: manual técnico. 5. ed. Brasília, 2012.