Rede Unida, 12º Congresso Internacional da Rede Unida

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Consulta Odontológica na Ação Programática da Criança: estratégias e percepções de equipes de Saúde Bucal
Daniel Demétrio Faustino-Silva, Anna Schwendler, Gabriela Fabian Nespolo, Cristianne Famer Rocha

Última alteração: 2015-11-23

Resumo


APRESENTAÇÃO: A primeira infância é o período ideal para introduzir bons hábitos e iniciar um programa educativo/preventivo de saúde bucal. Por ser fundamental a priorização de ações educativas voltadas a esse público na Atenção Primária à Saúde, o Serviço de Saúde Comunitária do Grupo Hospitalar Conceição (SSC-GHC) implantou, em suas 12 Unidades de Saúde (US), uma Ação Programática de Saúde Bucal com o propósito de que todas as crianças nascidas a partir de 2010 recebam ao menos uma consulta odontológica anual, até o quarto ano de vida. Portanto, passados 4 anos da inclusão do indicador da saúde bucal, faz-se necessário uma avaliação qualitativa com os profissionais envolvidos no processo sobre o alcance das metas e resultados atingidos pelas Equipes até o momento. O objetivo desta pesquisa consistiu em analisar as estratégias e as percepções que influenciam no cumprimento das metas de cobertura de consulta odontológica na Ação Programática da Criança, a partir da visão da equipe de saúde bucal. Procedeu-se a uma pesquisa qualitativa de caráter descritivo-exploratório, onde foram realizados dois grupos focais com as equipes de saúde bucal de 12 Unidades de Saúde de um Serviço de Atenção Primária à Saúde, em Porto Alegre, RS. Os dados sugerem que a utilização de espaços mais amplos de participação, como agenda livre e grupos, que são espaços de reflexão e problematização, bem como campanhas de vacinação, campanhas do Bolsa Família e visitas domiciliares são estratégias para ampliar o alcance das metas da Ação Programática da Criança. Aludem que o trabalho da equipe multiprofissional potencializa o alcance das metas e que as interações entre as consultas e os diferentes profissionais também contribui para esse aumento, bem como o vínculo com a comunidade e as trocas de experiência com os usuários, a partir da educação em saúde. Revelam, ainda, como desafios para o alcance das metas: maior entendimento da proposta pelas equipes das US e a dificuldade em atender as crianças, visto o encerramento da licença maternidade e a coincidência dos horários de trabalho dos pais com o horário de trabalho da US. Espera-se, com esse trabalho, auxiliar na reorientação das práticas de saúde, de modo que a educação em saúde seja uma ferramenta inerente às práticas, contribuindo para o fortalecimento das coletividades. E que os resultados do presente estudo possam servir como estímulo e base para a implantação de políticas públicas voltadas para atendimento odontológico em idade precoce.

Palavras-chave


Saúde da Criança; Saúde Bucal; Acesso aos Serviços de Saúde.