Rede Unida, 12º Congresso Internacional da Rede Unida

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O TÉCNICO EM ANÁLISES CLÍNICAS: UM RESGATE HISTÓRICO E SOCIAL DE SUA TRAJETÓRIA NA FORMAÇÃO PROFISSIONAL
Rossana Mota Costa, Flavia Andrea Belarmino de Medeiros, Ana Larissa Fernandes de Holanda

Última alteração: 2015-10-28

Resumo


APRESENTAÇÃO: Este trabalho tem o objetivo de apresentar a historicidade da qualificação do trabalhador da saúde, mais especificamente, do técnico em análises clínicas, com intuito de compreender a conformação destes a partir da qualificação profissional com foco na perspectiva da formação e sua relação com o mundo do trabalho.Inicialmente, discutiu-se o conceito de qualificação em uma perspectiva histórica e sua relação com o conceito de competência, pois é a partir desta concepção que o currículo de análises clínicas da ETSUS - CEFOPE/RN cenário aqui trabalhado, orienta suas práticas. Discorreu-se sobre a constituição histórica e social do técnico em análises clínicas, o perfil desse trabalhador incorporado ao Sistema Único de Saúde - SUS, bem como sua trajetória no processo de qualificação, a partir de uma reflexão que perpassará desde sua constituição histórica bem como a legitimação ou não do exercício e a formação desse profissional.Os alunos do Curso Técnico em Análises Clínicas são profissionais da área de saúde, servidores públicos efetivos que atuam nos serviços nas diversas funções, como por exemplo: auxiliares de laboratório, auxiliares de patologia, auxiliares em biodiagnósticos, dentre outras e estarão aptos legalmente, após conclusão do curso, a exercer suas atividades técnicas, entretanto, ao retornarem aos seus postos de trabalho, permanecem dentro do sistema, ainda como “auxiliares”. Desta forma, o desencanto pela escola assola nas subjetividades dos alunos e com isso, a escola perde seu papel fundamental que é o de “encantar” aqueles que tiveram oportunidade de reconstruir seus conhecimentos através do acesso à informação que, para muitos, estão excluídos desses espaços há bastante tempo. As escolas técnicas do SUS realizam papel formador, porém, necessita-se abrir caminhos capazes de gerar espaços coletivos de discussões sobre os fazeres cotidianos dos seus egressos. Orienta-se projetos educativos na direção de uma concepção de educação profissional que seja capaz de formar trabalhadores cidadãos numa perspectiva emancipatória, preocupada com a subjetividade dos seus alunos para que os mesmos sejam capazes de modificar suas práticas ao ponto de transformar a realidade que os cercam. 

Palavras-chave


educação profissional;SUS;integração ensino- serviço.

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