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APRESENTAÇÃO: A interdisciplinaridade no cotidiano do trabalho é um tema que vem sido encorajado nos últimos tempos no cuidado com a saúde. Esse trabalho visa apresentar experiência de interdisciplinaridade em um trabalho de conclusão de curso (TCC) de um curso de graduação em medicina da Universidade Comunitária da Região de Chapecó (UNOCHAPECÓ), que permitiu posteriormente uma abordagem mais abrangente ao realizar o plano terapêutico de um usuário de uma unidade básica de saúde (UBS) do município de Chapecó- oeste de Santa Catarina. Desenvolvimento do trabalho: Em 2014 apresentamos um TCC acerca da análise das representações sociais do consumo de álcool e masculinidade, que buscou entender o ser humano e seus aspectos biopsicosociais, por meio de um estudo qualitativo. Posteriormente, quando começaram os estágios do internato, tendo em mente o estudo realizado, percebemos outras formas de abordar a clínica de pacientes que não aderem ao tratamento. Além da resistência do paciente é comum a contratransferência por parte dos profissionais de saúde para o usuário e seu modo de viver. Dentre os pacientes que observamos, destacamos um usuário de 54 anos, branco, trabalhador da construção civil. Ele era hipertenso e etilista com diversas co-morbidades. Resultados: Considerando o estudo prévio acerca de representações sociais e consumo de álcool foi possível ter uma visão mais holística do paciente. Conforme o estudo no TCC revelou, o consumo de álcool está relacionado à masculinidade. Foi possível perceber que o paciente em acompanhamento tinha no consumo do álcool sua principal forma de lazer. Relatou também que o consumo de álcool era necessário para interação com amigos no bar, e que caso não o fizesse ouvia brincadeiras depreciando sua imagem como homem. O estudo prévio do tema, representações sociais, teve aplicabilidade nesse caso, pois permitiu entender melhor a não adesão do paciente aos tratamentos e abstinência. Foi possível identificar determinantes sociais que influenciavam suas escolhas. Primeiramente percebendo que o problema de etilismo do paciente é um reflexo da cultura vigente e a partir disso elaboramos um plano terapêutico singular, levando em conta a dificuldade de deixar do hábito de consumir álcool, visto que a abstinência do álcool implica em uma exclusão social por seus pares, que consideram o consumo de álcool como algo "normal" a um homem de sua idade, gênero e classe social. Considerações finais: Desse modo, o estudo do tema representações sociais durante a formação médica mostrou-se como importante para o manejo desse paciente. Além das orientações medicamentosas e não medicamentosas que já vinham sendo feitas, combinamos encontros mensais para conversar sobre os avanços e dificuldades.

Representações Sociais; Alcoolismo; Plano Terapêutico